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Estado de Minas

Nova projeção para o PIB é de só 0,7%

Banco Central revisa sua expectativa para o crescimento da economia do país para baixo e prevê inflação persistente


postado em 30/09/2014 06:00 / atualizado em 30/09/2014 07:27

Brasília – A seis dias das eleições presidenciais, o Banco Central (BC) divulgou seu relatório com previsões mais pessimistas. Além de reduzir de 1,6% para apenas 0,7% a projeção de alta do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, a autoridade monetária avisou que nem pelos próximos dois anos a inflação dará trégua aos brasileiros.

Pior do que isso. Parte considerável da pressão sobre o custo de vida é produzida pelo próprio governo, via aumento dos gastos públicos. Não por outro motivo, o BC admitiu, pela primeira vez, que estava errado ao prever moderação nos gastos explosivos patrocinados pelo Tesouro Nacional. “Nós já vínhamos colocando que a política fiscal se encaminharia de expansionista para neutra. Mas, para 2014, as evidências apontam que a nossa hipótese não deve se confirmar”, justificou o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton Araújo, num tom mais franco que o de costume.

Poderia ser ainda pior não fosse o resultado da política fiscal comandada a mão de ferro pelo secretário Arno Augustin foi o represamento de preços administrados, como o de energia, de combustível e das tarifas de ônibus, que foram congelados para evitar que a inflação fugisse ao controle. Entretanto, como não será possível segurar esses reajustes para sempre, o BC prevê que a inflação continuará sob forte pressão. Até por isso, deixou claro que, mesmo com o país já em recessão, não há qualquer possibilidade de reduzir os juros básicos da economia, sob risco de jogar ainda mais lenha na fogueira da carestia.

Hoje, a possibilidade maior é justamente de aumentar juros, e não cortá-los, conforme frisou Hamilton. “Se o cenário para a inflação persistir (elevado), a política monetária será acionada tempestivamente”, disse o diretor, acrescentando que estão sob discussão no Comitê de Política Monetária (Copom) apenas duas opções: ou a manutenção da Selic em 11% ao ano ou a elevação da taxa, a qualquer momento, se o BC julgar necessário.

Com isso, o diretor deixou claro que, apesar do discurso oficial de que a inflação esteja sob controle, não é esse o sentimento por parte da autoridade monetária. Até dezembro, o custo de vida baterá em 6,3% ao ano, praticamente o teto da meta de inflação, de 4,5%, que, aliás, não é alcançada desde 2009. Pior do que isso. Seja quem for o candidato eleito para comandar o país pelos próximos quatro anos, na melhor das hipóteses, a carestia só começará a entrar em “trajetória de convergência para a meta” em meados de 2016.

Bolsa e dólar
O mercado financeiro enlouqueceu ontem, como há muito não se via. O cenário eleitoral fez a Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa) despencar, enquanto os juros e o dólar dispararam. O Ibovespa teve o pior desempenho em três anos, com recuo de 4,52%. Nenhum outro pregão no mundo registrou queda tão significativa. Já a divisa norte-americana subiu 1,64% e terminou o dia em R$ 2,456, a maior cotação desde 9 de dezembro de 2008, quando a economia global estava mergulhada em uma grave crise. No acumulado do mês, a alta do dólar chega a 7,91%.

As ações da Petrobras afundaram mais de 11% e puxaram, com força, a bolsa para baixo. Além da queda expressiva da maior estatal do país, o pregão foi marcado pela desvalorização dos títulos que compõem o chamado de “kit eleição”, como os do Banco do Brasil (-8,5%), do Bradesco (-7,03%) , do Itaú (-7%) e da Eletrobras (-6,14%).


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