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Estado de Minas

Cresce número de furtos e roubos a brasileiros que vão fazer compras nos EUA

Especialista indica recorrer à polícia americana, ao consulado e até mover ação judicial para reaver prejuízo


postado em 29/09/2014 06:00 / atualizado em 29/09/2014 07:28

O crescimento de turistas nos Estados Unidos é acompanhado de um aumento considerável do número de assaltos a brasileiros. Um boom de furtos e roubos tem sido relatado pelas vítimas nas redes sociais, apesar de os números registrados serem discretos se considerada a quantidade de visitantes que tem ido ao país. A nova onda de crimes assusta pelo pouco que pode ser feito para evitá-los e, principalmente, a dificuldade das vítimas para tentar algum tipo de ressarcimento.

A auxiliar de enfermagem Adriana Bacelar estava em Orlando com três amigas. Depois de ficar fora do hotel por mais de 14 horas, voltaram e se depararam com a cortina e a janela do quarto abertas. De fora, viram tudo revirado. Elas foram direto chamar os responsáveis do hotel para relatar a situação e acionar a polícia. “O cofre tinha sido arrombado e duas malas fechadas levadas.”

No dia seguinte, a gerente disse que não se responsabilizava pelo furto e se limitou a pedir desculpas. Como o cartão de crédito e o dinheiro delas estava no cofre, a gerente deu US$ 100 para abastecer o carro, permitindo que elas fossem até Miami conseguir novos vistos. Sem dinheiro, ficaram os dois dias restantes na casa de um conhecido, uma vez que antecipar a passagem de volta custaria R$ 1,3 mil por pessoa. Ao todo, as quatro contabilizam prejuízo aproximado de US$ 14 mil. Elas guardaram US$ 8 mil em dinheiro no cofre.

Horas depois, descobriram que o quarto de dois equatorianos também foi arrombado, mas nada sumiu. “Depois que publiquei a história no Facebook, muita gente me disse que conhecia outras pessoas que passaram por situação parecida”, afirma Adriana. A polícia de Miami teria dito que os furtos estão recorrentes. As amigas preparam uma ação judicial contra o hotel e a agência.

Segundo a advogada especialista em direito do turismo Luciana Atheniense, por terem contratado uma prestadora de serviço brasileira, as amigas podem entrar com processo por responsabilidade solidária, mas não há consenso na Justiça sobre a ação. “Não está pacificada a responsabilidade do hotel”, afirma. A advogada explica que de um lado pode ser alegado que a segurança é responsabilidade do Estado, mas, por outro, pode ser entendido que a empresa tem que indicar locais seguros. O Código de Defesa do Consumidor não pode ser usado para um evento que se deu no exterior. Em caso de contratação avulsa dos itens da viagem, aumenta a possibilidade de ressarcimento. A orientação em ambos os casos é que o crime seja registrado na polícia e no hotel.

GOLPE A advogada é a autora de uma ação de um furto a um hotel em Roma. A servidora pública Roseli Mendes foi quem sofreu o golpe na Itália. Ela foi informada por um funcionário do hotel de que o ar condicionado estaria estragado. Ele foi ao quarto, mas avisou que teria que buscar outros materiais. Ao retornar, disse que não havia conserto e que ela e a irmã teriam que mudar de quarto. O rapaz levou Roseli até a recepção. Enquanto isso, voltou e disse à irmã que Roseli caiu na escada. Ao ver que era mentira, ela regressou ao quarto e percebeu o furto de uma bolsa e das malas. Na polícia, soube que outras pessoas tinham sofrido o mesmo golpe.  

Segundo o consulado-geral do Brasil em Miami, com frequência são relatados casos de viajantes brasileiros que tiveram pertences e documentos furtados na Flórida. O número de registros é crescente, mas longe de refletir o número exato de casos. As ocorrências restringem-se às situações em que os passaportes são roubados. Neste ano, até a última terça-feira, o número de ocorrências foi quase o mesmo de todo o ano passado – 224 e 223 casos, respectivamente. Miami e Orlando concentram 55% dos casos. A representação brasileira inclusive publicou alerta para que os turistas tenham precaução.

VEÍCULOS
A maior parte das ocorrências é de arrombamento de veículos: 133. São brasileiros que param os automóveis nos estacionamentos abertos de outlets enquanto fazem compras. Apesar de os casos de arrombamentos de hotéis causarem forte apreensão, os furtos em hotéis representam menos de 5% dos casos registrados pela representação do governo brasileiro. O cabeleireiro Fábio Ritter encaixa-se na lista das vítimas. Ele e o namorado tiveram duas mochilas roubadas em um hotel de Orlando. Filmagens mostraram dois homens entrando no quarto e se escondendo. Eles registraram ocorrência e, no Brasil, ainda tentaram contatar a rede hoteleira, mas foram informados de que nada poderia ser feito e que era um problema para ser resolvido pela unidade norte-americana. “Provar é muito difícil.”


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