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Estado de Minas NEGÓCIOS

Mercado aposta em lingerie para homem

Empresa mineira confecciona roupa íntima adequada ao público masculino, mas com direito a renda, babado e laços


postado em 22/09/2014 06:00 / atualizado em 23/09/2014 07:49

Modelagem é idêntica à de uma cueca, segundo a fabricante (foto: Tony Aa/Divulgação)
Modelagem é idêntica à de uma cueca, segundo a fabricante (foto: Tony Aa/Divulgação)

O mercado aposta em produtos inusitados e até ousados para fisgar o público masculino, que cada vez mais fortalece a indústria da beleza e estética. A bola da vez são as lingeries para homens. Os modelos não lembram, nem de longe, as tradicionais cuecas boxer e samba-canção, mas nem por isso deixam de fazer sucesso.

Por ser um nicho de negócio ainda pouco explorado e cercado de tabus, a maioria das compras é feita pela internet. Há pouco mais de um ano, a empresária mineira Herika Secundino pesquisou o mercado e resolveu apostar suas fichas numa fábrica de lingeries só para homens. Ela conta com a ajuda da mãe e de uma equipe, mas faz questão de escolher os tecidos, modelagens e aviamentos. Atualmente, ela comercializa os produtos só pela loja virtual www.hsmens.com.br. Os preços variam de R$ 29,90 a R$ 49,90. Confira a galeria de fotos!

Segundo ela, os modelos são criados para se adequarem à anatomia do homem, mas as comparações com as calcinhas femininas são inevitáveis. É que as peças são feitas com a mesma matéria-prima e levam renda, babados e laços. “A modelagem é idêntica à de uma cueca, o que muda são os tecidos, e a inspiração vem das calcinhas”, disse. Herika conta que 70% dos compradores são gays e 30%, héteros. “A princípio, o público gay fica surpreso, mas a resposta é positiva. Também há peças voltadas para o homem metrossesual que está disposto a se vestir para a parceira e se apresentar de forma sedutora”, explica.


(foto: Tony Aa/Divulgação)
(foto: Tony Aa/Divulgação)

O negócio vai na direção de um segmento em expansão. Segundo o IBGE, o homem brasileiro gasta mais de R$ 80 milhões por ano em artigos de beleza. Esses dados são confirmados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), que divulgou que os homens representam 37% dos consumidores de produtos e serviços de saúde e beleza no país e, em escala mundial, os brasileiros consomem 12% de todos os produtos de cuidados pessoais.

Se você é homem, usaria? Ou se é mulher, daria de presente para o namorado ou marido?

“Existem poucas lojas que têm foco exclusivo na venda de roupas íntimas masculinas nessa linha, sendo que, destas, 99% estão no exterior. Queremos oferecer conforto, elegância e sensualidade para os homens brasileiros, mas com total discrição”, disse. Conforme estudo do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), hoje, os consumidores de roupas íntimas masculinas estão na faixa etária entre 25 e 34 anos. A maioria deles, 53,4%, está no ensino médio e 20,5% no ensino superior. Ainda de acordo com o levantamento, o gasto médio desses homens na última compra foi de R$ 115,85.


INVESTIMENTO De acordo com o analista em marketing do Sebrae Minas Fabio Petruceli, todo produto novo é potencial, mas nem sempre se firma a longo prazo. “Toda novidade implica em desafios, por isso, a dica é encontrar um público-alvo, de referência, e associar isso a um perfil. E também saber aproveitar o jargão de novidade e ao mesmo tempo trabalhar um produto como oportunidade perene, e não simplesmente um modismo que vai durar pouco tempo e sumir do mercado”, disse.

Para Petruceli, algumas estratégias são fundamentais para o empresário começar a investir nesse nicho de negócio. Segundo ele, a primeira é observar a aceitação do produto enquanto novidade e bem de consumo. Ele dá como exemplo a forma como empresas de cerveja lançam produtos sazonais. “Algumas fabricantes sabem que tais produtos fazem sucesso em determinadas épocas e depois de um período de 3 a 5 meses retiram do mercado propositadamente. Algumas, inclusive, já desenvolvem planos e produtos dentro do mesmo segmento para se firmarem no mercado. Mas a melhor dica é: quem não arrisca, não cresce”, conclui.


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