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Estado de Minas

Ameaça de deflação na Espanha pesa sobre a zona do euro


postado em 28/08/2014 19:06

Uma nova queda dos preços ao consumo na Espanha reforçou nesta quinta-feira a ameaça de deflação na zona do euro e a pressão para que o Banco Central Europeu (BCE) tome medidas adicionais contra este fenômeno que dificulta a reativação econômica.

Depois de ter recuado 0,4% em julho, o índice de preços ao consumidor espanhol retrocedeu 0,5% anual em agosto, em uma tendência atribuída principalmente à queda de preços dos combustíveis, segundo dados sazonais divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Este é o pior resultado registrado pela quarta economia da zona do euro desde outubro de 2009, quando estava em plena recessão e acumulava oito meses consecutivos de preços em queda. "Nos últimos meses, foi a queda dos preços dos alimentos não-processados e da energia que contribuíram para o recuo da inflação", explica Jesús Castillo, economista da Natixis.

A situação deve ser prolongada por mais um ou dois meses, advertiu o secretário de Economia espanhol, Fernando Jiménez Latorre, que não quis, contudo, comentar o risco de uma espiral deflacionária, com uma queda generalizada de preços e salários.

A Espanha não é única na Europa que registra uma inflação fraca, ou mesmo nula. Na Alemanha, maior economia da zona do euro, a inflação ficou em 0,8% ao ano em agosto, nível mais baixo desde fevereiro de 2010, segundo uma primeira estimativa. Também neste caso, a energia e a alimentação foram responsáveis pelo recuo.

Na Bélgica, o índice foi de 0,02%, um nível inédito desde o outono (do hemisfério norte) de 2009. A maioria dos outros países europeus, como França e Itália, não deve ter melhores resultados. A inflação do conjunto dos países da zona do euro, que será divulgada na próxima sexta-feira, deve ficar em 0,3% ao ano, segundo os analistas consultados pela agência DowJones Newswires. Em julho, o índice foi de 0,4%, nível mais baixo desde outubro de 2009.

Medidas do BCE

A persistência da inflação a um nível inferior à meta do BCE, de 2%, dá argumentos aos defensores de novas medidas do banco central. A instituição emissora europeia já apresentou em junho medidas excepcionais para estimular os bancos a conceder mais empréstimos às empresas e às famílias, mas as entidades continuam receosas. "É preciso ir mais longe, mais depressa, principalmente porque a inflação tem sido muito fraca", afirmou o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, nesta quinta-feira.

"Tenho toda a confiança de que o BCE cumprirá sua missão de uma inflação próxima dos 2%, utilizando todos os meios a sua disposição. Mas o tempo é curto!", alerta. Parece pouco provável, contudo, que a instituição apresente um novo plano de ação durante a reunião da semana que vem em Frankfurt, apesar das recentes declarações de seu presidente, Mario Draghi.

Em um discurso na semana passada, o italiano se declarou "disposto a fazer maiores ajustes na política monetária", no contexto de inquietude pela deterioração das perspectivas de inflação no médio prazo na zona do euro. Suas palavras foram interpretadas como um anúncio de possíveis medidas não convencionais por parte da instituição monetária europeia, como a compra de ativos, seguindo o modelo do Fed.

Para Castillo, este momento ainda não chegou. "Não esperamos novas ações do BCE no curto prazo", sobretudo porque, segundo ele, embora a inflação se mantenha fraca nos próximos meses na Eurozona, ela não vai se transformar em uma queda generalizada dos preços. Por outro lado, os analistas da Capital Economics são mais pessimistas e aponta "risco significativo de deflação".


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