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Estado de Minas AGROPECUÁRIO

Produção de trigo em Minas deve bater mais um recorde neste ano

Recorde é estimado em 200 mil toneladas, com alta de 67% na comparação com a safra anterior. No país, a colheita deve chegar a 7,3 milhões de toneladas


postado em 11/08/2014 06:00 / atualizado em 11/08/2014 07:39

Área plantada com o cereal está ganhando espaço, assim como a produtividade das lavouras está crescendo (foto: AFP PHOTO / ANP / ROBIN VAN LONKHUIJSEN )
Área plantada com o cereal está ganhando espaço, assim como a produtividade das lavouras está crescendo (foto: AFP PHOTO / ANP / ROBIN VAN LONKHUIJSEN )

Tanto a safra brasileira quanto a mineira de trigo vão bater recordes em 2014: a nacional chegará a 7,3 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 33% em relação à colheita de 2013. E a mineira pode alcançar a 200 mil toneladas – avanço de 67% no confronto com o exercício anterior. Os números mostram que o Brasil reduzirá a dependência da importação do cereal, mas, por outro lado, o produtor reclama da queda no preço. A tonelada, que chegou a ser negociada a quase R$ 1 mil, está em torno de R$ 650.

Boa parte dessa redução ocorreu em razão de o Palácio do Planalto atender recomendação do Conselho da Câmara de Comércio Exterior (Camex) e isentar a Tarifa Externa Comum (TEC) nas importações de trigo junto a países que não fazem parte do Mercosul. De acordo com o governo, a decisão ocorreu em razão de a Argentina, principal fornecedora do Brasil, ter registrado quebra de safra. Os grandes beneficiados com a isenção da TEC, por sua vez, foram os Estados Unidos.

“Numa canetada, o governo autorizou a entrada de 1 milhão de toneladas. O preço aqui despencou”, lamentou Eduardo Abraim, dono de uma lavoura em Araguari, no Triângulo Mineiro, e vice-presidente da Associação dos Triticultores do Estado de Minas Gerais (Atriemg). Para complicar a vida dos produtores, a “canetada” ocorreu no início da colheita do cereal – o trigo é retirado do campo entre julho e setembro.

“É uma cultura secundária, ou seja, o (fazendeiro) colhe e quer vender. O produtor rural é sempre a parte mais fraca. Há poucos moinhos no Brasil (em Minas são quatro) que compram em grande quantidade. Então, eles conseguem fazer uma espécie de cartel. E têm um lobby muito forte (para pagar preço baixo). Os moinhos estão no direito deles. O que precisamos é de políticas governamentais”, reclama Geraldo Prizon, proprietário de lavoura em Coromandel, no Alto Paranaíba.

APOSTA
Por outro lado, o aumento da produção no estado mostra que o fazendeiro mineiro está apostando mais na triticultura. A lavoura é uma boa opção na rotação de milho e soja (veja matéria na página 4). Tanto que a área de produção do trigo deu excelente salto neste ano: “Devemos ter de 15 mil a 20 mil hectares de área irrigada e de 50 mil a 55 mil hectares de sequeiro (lavoura sem irrigação)”, calcula o vice-presidente da Atriemg.

A título de comparação, a área em 2013 foi de 36.183 hectare, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Atualmente, devido à redução do preço do cereal, a margem de ganho do produtor na área irrigada gira em torno de 40%. No sequeiro, 10%.

ESTIAGEM A produção recorde em Minas poderia ser ainda maior, caso a ausência de chuvas não reduzisse a produtividade em algumas áreas. No Sul mineiro, por exemplo, houve quebra de safra. No Alto Paranaíba, fazendeiros lamentam a redução na produtividade na comparação com anos anteriores. É o caso de Geraldo Prizon, o dono de uma propriedade em Coramandel.

“A produtividade neste ano em minha lavoura foi de 35 sacas (60 quilos cada), ou seja, 2,1 mil quilos. A média (quando não há falta de chuvas) é de 35 a 40 sacas. Porém, em anos anteriores, quando choveu bem, já cheguei a colher 45 sacas (2,7 mil sacas)”, comparou o produtor. Em Madre de Deus de Minas, no Campo das Vertentes, a falta de chuva também prejudicou a lavoura de Cláudio Okada: “Devido a seca, a produtividade está em torno de 2,4 mil toneladas por hectare. O normal é de 3 mil a 3,6 mil”.


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