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Estado de Minas

Frio no Sul de Minas atrai turistas e movimenta economia

Empresários da região de Monte Verde, a Suíça Mineira, comemoram a queda da temperatura, que lota o povoado, gera emprego e movimenta mais de R$ 3 milhões entre abril e setembro


postado em 04/08/2014 06:00 / atualizado em 04/08/2014 07:49

Com sensação térmica se aproximando de 0º C nos dias mais frios, névoa ao amanhecer muda a paisagem na montanha e convida turista a se levantar mais cedo (foto: Tulio Santos/EM/D.A Press)
Com sensação térmica se aproximando de 0º C nos dias mais frios, névoa ao amanhecer muda a paisagem na montanha e convida turista a se levantar mais cedo (foto: Tulio Santos/EM/D.A Press)

Monte Verde, Camanducaia (MG) – Se para uns o frio é tempo de ficar quieto, para outros a temporada de inverno é o momento de ganhar dinheiro. É assim em Monte Verde, distrito de Camanducaia, no Sul de Minas. A vila tem ares de cidade européia, a Suíça Mineira, e é conhecida por ser uma das regiões mais frias do estado. Chegando e registrar temperaturas abaixo de 0°C, atrai milhares de turistas todos os anos, a maioria do estado de São Paulo. Com vários atrativos turísticos, Monte Verde costuma receber, na temporada de inverno, uma média de 85 mil turistas por mês, gente que aquece e movimenta a economia local.

A Associação de Hotéis e Pousadas de Monte Verde (AHPMV) estima que, na temporada entre abril e setembro, o turismo chegue a movimentar mais de US$ 3 milhões na cidade, com gastos em hospedagem, refeições, passeios e compras, gerando mais de 1 mil empregos temporários, além dos 4 mil postos de trabalho fixos que a atividade mantêm o ano todo.
Um levantamento feito pela prefeitura de Camanducaia aponta que, nas duas últimas semanas de julho deste ano, 100 mil turistas passaram pela cidade. A economia, mais uma vez, foi aquecida, recuperando a queda registrada em junho, em função da Copa do Mundo, quando as pessoas priorizaram as cidades-sede como destino. Ainda de acordo com o levantamento, o gasto médio por casal de turistas, no ultimo mês, foi de R$ 2,5 mil por fim de semana, movimentando mais de R$ 500 mil em apenas quatro dias.

Movimento no vilarejo é intenso nos fins de semana. Maioria dos visitantes vem de SP (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
Movimento no vilarejo é intenso nos fins de semana. Maioria dos visitantes vem de SP (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)

O distrito de Monte verde, que tem 4,8 mil habitantes, é responsável por pelo menos 10% do orçamento do muncípio de Camanducaia, que tem a maior parte da renda proveniente do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). A cidade é segunda do estado com maior número de estabelecimentos formais de hospedagem, 126, atrás apenas de Belo Horizonte, que conta com 477 – de acordo com o último levantamento da Relação Anual de Informações Sociais. Até o fim deste ano, a expectativa do secretário municipal de turismo, Bruno Rosa, é que esse numero chegue a 135, quando poderá oferecer aos visitantes 4,2 mil leitos para hospedagem.

O presidente da AHPMV e do Sindicato de Hotéis Bares e Restaurantes do Extremo Sul de Minas, que compreende 31 cidades, Gustavo Arrais, afirma que não existe desemprego na cidade. Ao contrário, o município experimenta carência de mão de obra. Dos 4,8 mil habitantes, segundo ele, cerca de 1,2 mil são crianças e 100% delas estão matriculadas na escola, outros 1 mil são idosos e 2,6 mil fazem parte da população economicamente ativa. “Todos trabalham e ganham bons salários, sempre acima do mínimo estabelecido pelo governo. Sobram vagas e temos que contratar pessoas de outras regiões”, afirma Arrais.

PLENO EMPREGO A teoria é confirmada pelo garçom Valmir de Oliveira, de 29 anos. Ele afirma que no distrito há oportunidade para todo mundo, e só não trabalha quem não quer. Valmir trocou o emprego na construção civil pelo posto na loja de queijos e vinhos. Segundo ele, o salário é melhor, trabalha-se o mesmo em volume e ainda é possível ganhar gorjeta dos turistas que ficam satisfeitos com o atendimento. “Tem vaga sobrando em todo lugar. É fácil arrumar emprego. Eu trabalhei nove meses em uma obra e saí porque consegui essa vaga de garçom. Quem quer trabalhar, não fica desempregado sequer um dia”, afirma.

Restaurantes atraem, sobretudo, casais, que gastam, em média, R$ 2.500 por fim de semana (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
Restaurantes atraem, sobretudo, casais, que gastam, em média, R$ 2.500 por fim de semana (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)

De acordo com o Plano Municipal de Turismo, desenvolvido pela prefeitura de Camanducaia no ano passado, apenas os meios de hospedagem oferecem mais de 830 empregos permanentes diretos, com cerca de mais 200 temporários na alta temporada. Os bares e restaurantes, cerca de 70 existentes no distrito, são responsáveis pela maioria dos empregos temporários, cerca de 1 mil, alem dos permanentes.

Na alta temporada, os hotéis chegam a registrar 100% de ocupacao nos fins de semana, como neste último, quando cerca de 8 mil turistas passaram pelo distrito. Quem chegou a Monte Verde na sexta-feira, ainda na tentativa de achar um hotel, teve que se hospedar em Camanducaia ou Gonçalves. “Monte Verde é um distrito indutor das cidades vizinhas. Muitas pessoas chegam aqui pensando que, por ser um lugar pequeno e com muitos hotéis, vão conseguir hospedagem. Mas, na maioria das vezes, os meios de hospedagens já estao cheios e eles precisam recorrer às cidades mais próximas”, afirma Gustavo Arrais, presidente da AHPMV e do Sindicato de Hotéis Bares e Restaurantes do Extremo Sul de Minas, que compreende 31 cidades.


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