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Estado de Minas

Maquiado, saldo da balança comercial vai a US$ 1,57 bi

Manobra que contabilizou plataforma entregue no Brasil como exportada permitiu segundo melhor superávit do ano


postado em 02/08/2014 06:00 / atualizado em 02/08/2014 07:55

Brasília – O saldo da balança comercial em julho ficou positivo em US$ 1,57 bilhão, o segundo melhor resultado do ano. Em junho, a balança comercial havia fechado no azul, em US$ 2,36 bilhões. Mais da metade do superávit do mês passado, US$ 866 milhões, foi obtido graças a uma manobra adotada pelo governo desde 2013, ao contabilizar plataformas produzidas e entregues no Brasil como exportadas. Uma única encomenda, comprada de fornecedores brasileiros por subsidiárias no exterior da Petrobras, foi o mecanismo legal que acabou inflando as vendas externas. Outro ingrediente favorável consistiu na alta de 276% nos embarques de petróleo em bruto, para US$ 2,6 bilhões.

Segundo os dados divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), em julho, as exportações somaram US$ 23,02 bilhões e as importações, US$ 21,45 bilhões. Apesar da melhora do desempenho do comércio exterior brasileiro, o saldo acumulado nos sete primeiros meses do ano continua no vermelho, com déficit de US$ 916 milhões. Em igual período do ano passado, o rombo era de US$ 4,97 bilhões. No acumulado de 2014 até julho, as exportações alcançaram US$ 133,55 bilhões, alta de 0,6%, e as importações, US$ 134,47 bilhões, representando queda de 5,5%. Essa conta foi influenciada pelo recuo de 11,2% nas compras de bens de capital no exterior.

Na análise dos dados das exportações por segmento, as vendas de manufaturados mostraram fraco desempenho, com aumento de apenas 0,6% em julho, ante o mesmo mês de 2013. O resultado foi determinado pelo comércio de tubos de ferro fundido, de uma plataforma de petróleo, óxidos e hidróxidos de alumínio e motores e geradores elétricos.

Os embarques de semimanufaturados, por sua vez, chamaram a atenção, ao evoluírem 18% na comparação com julho do ano passado. O país vendeu, com destaque, semimanufaturados de ferro e aço, ferro fundido, ferroligas, couro e peles, açúcar bruto e óleo de soja. Maior participação, contudo, tiveram os produtos básicos. Eles proporcionaram avanço de 16,5% nas vendas, em relação a julho de 2013, somando US$ 11,631 bilhões. As principais contribuições foram de petróleo bruto, e os US$ 522 milhões de café em grão, o que significou 77,2% a mais na mesma base de comparação.

O comércio exterior brasileiro tem sido afetado pelo elevado déficit na chamada conta petróleo, que somou US$ 9,937 bilhões de janeiro a julho. A cifra ficou abaixo do rombo de US$ 15,44 bilhões registrado no mesmo período de 2013. A balança comercial é uma das principais causas do elevado desequilíbrio nas transações correntes do país que, apenas em junho, foi de US$ 3,34 bilhões.

Ainda no primeiro semestre, o lado bom do resultado tem relação direta com a performance das exportações de carne bovina in natura, que totalizaram US$ 3,299 bilhões. Houve incremento de 13,4% em volume, de 630 mil toneladas para 715 mil toneladas, e de 3,4% da receita. As vendas externas de carne suína também contribuíram, com aumento de 12%, atingindo US$ 762,2 milhões. Em volume, amargaram queda de 4,5%, de 246,3 mil toneladas para 235,2 mil toneladas.


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