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Estado de Minas

Indústria mineira mantém pessimismo em junho influenciada pela Copa, diz Fiemg

Índice da produção da indústria mineira recuou de 47,9 pontos em maio para 38,3 pontos em junho, o menor aferido desde dezembro de 2012


postado em 23/07/2014 14:01 / atualizado em 23/07/2014 14:25

A indústria mineira se mantém pessimista com a atividade no mês de junho, fortemente influenciada pela realização da Copa do Mundo de futebol. Conforme a Sondagem Industrial - MG de junho, indicador antecedente que mede o nível de atividade do setor no Estado, divulgado nesta quarta-feira pelo Sistema Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais), o índice da produção da indústria mineira recuou de 47,9 pontos em maio para 38,3 pontos em junho, o menor aferido desde dezembro de 2012 (37,9 pontos) e o oitavo mês consecutivo no qual o indicador fica abaixo dos 50 pontos, o qual sinaliza queda. O levantamento foi realizado entre os dias 1º e 11 de julho com 149 empresas do Estado.

Já o indicador de emprego apresentou recuo pelo 14º mês consecutivo e em junho ficou em 44,6 pontos, ante 46,6 pontos em maio, menor valor desde que o índice passou a ser mensal, em janeiro de 2011. O indicador que mede o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) efetiva em relação ao usual ficou em 35,7 pontos em junho, ante 39,8 pontos em maio.

"Nós já esperávamos esse comportamento em junho. A relação é direta com a Copa do Mundo, que gerou mais feriados no mês. Muitas indústrias paralisaram as atividades em dias de jogos do Brasil e algumas chegaram a conceder férias coletivas durante todo o evento. Toda parada efetuada indica menos produtividade da indústria", explicou o economista-chefe da Fiemg, Guilherme Veloso Leão, nesta quarta-feira, 23.

Apesar da influência pontual, o economista disse que o comportamento também tem efeito de uma trajetória de queda da atividade industrial de há alguns meses, com aumento de custos e dificuldade de repasses, câmbio desfavorável e demanda externa ainda fraca.

O indicador mineiro é inferior aos 39,6 pontos do índice nacional medido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) no período em produção e dos 45,2 pontos em emprego. "Esse comportamento é devido ao perfil do parque industrial de Minas, que é muito influenciado pelo setor automotivo. Para se ter uma ideia, a produção física do segmento automotivo caiu 13% nos 12 últimos meses até maio em Minas, enquanto nacionalmente houve recuo de 2,8%", completou.

Dentre os principais problemas enfrentados pela indústria de Minas Gerais a alta carga tributária continua sendo a recordista dos itens citados entre os empresários. No segundo trimestre, esse item recebeu 62,2% dos votos dos entrevistados, ante 65,1% do levantamento do primeiro trimestre. "O que chamou a atenção nesse trimestre foi a falta de demanda, que passou do terceiro para o segundo lugar da lista, com 53,4% ante 35,7%", destacou Leão.


Estoques

Ao mesmo tempo no qual os índices de produção, emprego e utilização de capacidade pioraram, os estoques se elevaram, considerado movimento atípico para o período do ano. Conforme a Sondagem, o nível de estoques de produtos finais cresceu de 52,7 pontos em maio para 55,4 pontos em junho. Já o dos estoques efetivos na comparação com os planejados subiu de 50,4 pontos para 53,7 pontos na mesma base de comparação. Os índices nacionais da CNI, no mesmo período, ficaram em 51,7 pontos (estoques de itens finais) e em 52,1 pontos (efetivo-planejado).

"Se os estoques estão altos, poderemos ver um novo recuo da produção física em junho. Os setores que deverão apresentar as maiores quedas deverão ser automotivo, metal, têxtil, entre outros", declarou o especialista. Para ele, estoques altos prejudicam a situação da empresa, porque seu capital de giro está em produtos.

Essa situação se reflete na piora dos indicadores financeiros medidos na Sondagem. A satisfação com a margem de lucro dos empresários mineiros caiu de 36,6 pontos em maio para 34,4 pontos em junho, abaixo da média nacional, de 39,3 pontos. Já as condições de acesso ao crédito pioraram, de 40,9 pontos para 39,3 pontos, pouco melhor do que o Brasil, de 38,3 pontos. Já o nível de satisfação financeira dos empresários do Estado caiu de 43,4 pontos para 42,7 pontos, pior do que a média nacional, de 44,6 pontos, aferido pela CNI.


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