Franca, cidade paulista que tem no setor calçadista sua principal fonte de renda, prevê produzir 1,2 milhão de pares a menos este ano em relação a 2013. O setor no município também viu o número de postos de trabalho retrair 28% nos cinco primeiros meses deste ano, segundo o Caged (Cadastro Geral dos Empregados e Desempregados) do Ministério do Trabalho e Emprego.
No país a situação não é muito diferente e de US$ 2 bilhões ao ano, o faturamento com as exportações em 2013 ficaram em apenas US$ 1,1 bilhão. O presidente do Sindicato das Indústrias de Calçados de Franca, José Carlos Brigagão do Couto, acredita que o cenário econômico brasileiro desfavorável deve durar até dezembro e ainda ser sentido no início do ano que vem.
Ele sugere a redução do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para o varejo calçadista. E ainda uma política para conter a invasão dos produtos chineses. "Temos informação de que um centro de distribuição de calçado asiático estará sendo montado em Santa Catarina. Se isso acontecer será mais um golpe contra o sapato brasileiro", prevê.
Feira
Para tentar salvar o segundo semestre os calçadistas apostam na Francal para fechar bons negócios. A 46ª edição da Feira Internacional da Moda em Calçados e Acessórios que começou na terça-feira, 15, no Anhembi, em São Paulo e seus números refletem a crise no setor. De Franca, por exemplo, são 43 empresas expositoras, contra 60 no ano passado.
O motivo seria o custo para expor os produtos, pois, as empresas alegam não ter como investir devido à queda de faturamento no primeiro semestre. Algumas, para não ficar de fora do evento que deve atrair 60 mil visitantes, enviaram representantes para hotéis da região. A ideia é "pescar" lojistas e importadores para negociar fora do pavilhão do pavilhão do Anhembi.