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Estado de Minas

Joelho de porco assado cai no gosto dos mineiros

Iguaria é preparada em máquinas tradicionalmente usadas para frangos. Empresários chegam a vender 100 pratos por semana


postado em 19/07/2014 06:00 / atualizado em 19/07/2014 11:04

Rodrigo Cançado, pioneiro na cidade na venda de porco assado em maquina para assar frango(foto: Tulio Santos/EM/DA Press)
Rodrigo Cançado, pioneiro na cidade na venda de porco assado em maquina para assar frango (foto: Tulio Santos/EM/DA Press)

Redondo, tostado à pururuca e pronto para ser dividido por três ou quatro, dependendo do tamanho da fome da família, o joelho de porco, tradicional prato da culinária alemã, está fazendo sucesso em Minas. Oferecidos entre R$ 26 e R$ 33, os pontos de venda da iguaria prosperam na capital, levando o porco a abrir espaço na mesa ocupada pelo tradicionalíssimo frango assado. Depois de Santa Catarina, os mineiros sãos os maiores consumidores de suínos, com média bem acima da nacional, e a demanda fica ainda mais acirrada no inverno, momento em que as vendas chegam a crescer perto de 20%.

Ainda longe de ter o consumo parecido com o do frango, ave líder na preferência dos brasileiros, o joelho de porco está sendo assado na mesma máquina, popularmente conhecida como “TV de cachorro.” O prato pode ser levado para casa acompanhado por batatas douradas ou torresmo. A demanda vem avançando a medida que o consumidor se delicia com o sabor do suíno criado em Minas e assado com o tempero próprio de cada estabelecimento. Em alguns locais, o tempero chega a ser um segredo de família.

Sucesso

Rodrigo Cançado, dono da Harmonia, na Rua Grão Mogol, no Bairro Sion, se orgulha de ter sido um dos precursores na venda do joelho assado em sua região, com tempero também criado por ele. Rodrigo chega a entregar 100 deles por semana, vendendo nos fins de semana e feriados Até o último domingo, o assado custava R$ 25, mas como no frio a procura pela carne cresce, os preços repassados pelo fornecedor ficaram mais salgados. O comerciante ainda está refazendo as contas, mas acredita que terá que elevar o valor do produto em R$ 2 ou R$ 3.

Na Assadu’s Gourmet, no Bairro Palmares, Região Nordeste de BH, o joelho assado na máquina, também se torna conhecido, a medida que os clientes do frango decidem variar o cardápio experimentando a novidade. No mercado há quatro anos, Diogo Augusto Santos, proprietário do comércio que também vende assadas outras partes do suíno, como a costelinha com molho barbecue, lombo e pernil, diz que em dias de bom movimento chega a vender 60 joelhos por semana. “Assamos no sábado e domingo e também por encomenda, de segunda a sexta-feira.” Segundo ele, os cortes são temperados na própria loja seguindo receita desenvolvida por seu pai. Ele comenta que os homens ainda são os mais propensos a experimentar o assado. “Algumas mulheres meio que torcem o nariz para o joelho, preferindo o frango. No entanto, depois que elas experimentam, voltam para comprar mais. Tem porco que vive melhor do que muito frango por aí”, defende o comerciante. Segundo ele, a demanda tem potencial para crescer, com a divulgação do produto.

As máquinas de menor porte são capazes de assar até 40 joelhos. Depois de duas horas girando na TV, o produto que, em média, pesa 1,5 quilo está pronto para ser entregue ao dono. No Bairro Serra, Danilo De La Fuente, está à frente do Corujão Conveniências, onde a iguaria, acompanhada por batatas e cebolas, é vendida por R$ 26. “Quando prova, o consumidor gosta e percebe que o joelho não é uma carne gordurosa como muitos podem pensar.”

Em expansão

Aumentar a demanda da carne suína entre os brasileiros é um esforço e um projeto previsto pela cadeia produtiva que até dezembro do ano que vem tem a intenção de promover avanço no consumo anual em três quilos por pessoa. “A carne de porco tem se tornado mais atrativa para o consumidor, vendida em porções menores e com cortes bem definidos”, diz José Arnaldo Cardoso Pena, vice-presidente da Associação dos Suinocultores de Minas Gerais (Asemg). Segundo o executivo, apesar de o consumo de suínos no país ser bem inferior que a média dos 27 países europeus, que somam 45 quilos por habitante/ano, desde 2011 a demanda no Brasil saltou de 13 quilos para 15 quilos por habitante . Em Minas, é 66% maior que essa média e já alcança a marca 25 quilos por mineiro/ano. “Existem diversas ações da cadeia produtiva e de entidades, como o Sebrae, para divulgar os benefícios da carne e promover a suinocultura.”

Minas Gerais é o quarto maior produtor de suínos do país. Com a demanda firme no mercado interno e as exportações do Brasil em alta, os preços são animadores para quem produz, diferentemente do que ocorreu em 2012, quando o prejuízo por animal vivo chegou a atingir R$ 60. Segundo a Asemg, o preço do quilo vendido ao frigorífico saltou de R$ 3,20, em janeiro, para R$ 3,90, em junho, alta de 22% no período.

Inspiração alemã

Com a vitória alemã na Copa do Mundo quem ganhou de goleada em Belo Horizonte foi a venda do joelho de porco assado. O consumo do tradicional prato alemão, o Eisbein fez as vendas em BH dispararem. “No dia do jogo entre Alemanha e Argentina, só não vendemos mais porque o produto acabou. Foi todo o estoque”, diz Diogo Santos, dono da Assadu’s Gourmet, no Bairro Palmares, com unidade também na Rua do Ouro, no Bairro Serra. Na Região Sul da cidade, Rodrigo Cançado também conta que o dia foi de recordes de vendas de joelho na Harmonia, no Carmo-Sion. “O joelho que fazemos aqui, com tempero próprio e assado na máquina, foi muito elogiado pelos alemães”, diz o empresário. 


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