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Estado de Minas

Brasil derruba embargo chinês

Liberação de exportações de carne bovina é parte de uma série de acordos de cooperação firmados entre os dois países


postado em 18/07/2014 06:00 / atualizado em 18/07/2014 07:38

Brasília – O embargo do governo da China à carne bovina brasileira foi derrubado ontem na reunião da presidente Dilma Rousseff como o colega chinês Xi Jinping, que veio ao país para participar do encontro do Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul. O bloqueio havia sido adotado em dezembro de 2012, quando foi detectado no Paraná um caso atípico de encefalopatia espongiforme bovina (BSE), conhecida como doença da vaca louca. Naquele ano, a exportação do produto ao país asiático rendeu US$ 37,7 milhões.

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller, informou que pelo acordo as vendas devem se normalizar em 2015, com nove frigoríficos já habilitados e outros nove que solicitaram credenciamento. Depois da liberação da defesa sanitária chinesa, esperada dentro de 15 dias, a iniciativa privada deve se movimentar para retomar as vendas.

A expectativa é de que o Brasil exporte em 2015 de US$ 800 milhões a US$ 1,2 bilhão para a China, tornando-se responsável por quase metade do valor previsto a ser importado de carne bovina pelo gigante asiático. Para convencer o governo chinês a retirar o embargo, segundo o ministro Neri Geller, “o Brasil mostrou para o mundo inteiro que está preparado”: tomou providências rápidas a respeito do caso de vaca louca, conquistou o certificado de risco insignificante para a doença da Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) e se manteve atento ao crescente mercado internacional.

Os chineses vieram para o Brasil com apetite equivalente ao gigante que são em tamanho. Na primeira visita de Estado ao país do líder da maior economia da Ásia, Xi Jinping, foram formalizados nada menos que 54 atos governamentais e empresariais, dos quais 32 assinados ontem. Fontes na área diplomática estimam que esse é o maior número de atos já registrado em uma reunião bilateral na história brasileira. O Itamaraty não confirmou oficialmente o dado.

A presidente Dilma Rousseff considerou a visita chinesa bastante positiva e destacou que o governo brasileiro tem um imenso interesse em aumentar as exportações brasileiras de commodities e também de itens manufaturados para a China. “Queremos ampliar a presença de produtos de alto valor agregado na nossa pauta exportadora”, destacou ela depois da reunião de cúpula entre os presidentes do Brasil e da China com chefes de Estado e representantes de governos de 11 países sul-americanos e o quarteto da Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), composto por Cuba, Costa Rica, Antígua e Barbuda e México.

Outro destaque dos acordos firmados com a China foram os dois contratos assinados para a compra de 60 jatos EMB 190 da Embraer, sendo 40 para a Tianjin Airlines e 20 para o Industrial and Comercial Bank of China (ICBC). O valor total estimado do negócio é de US$ 3,2 bilhões. Os chineses demonstraram apetite em várias áreas, principalmente a ferroviária. Eles têm grande interesse na licitação do trecho 4 da Ferrovia Transcontinental, que ligará Lucas do Rio Verde (MT) a Campinorte (GO), integrando a Ferrovia Transoceânica Brasil-Peru. Ainda de acordo com Dilma, o governo chinês propôs a criação de um fundo para financiar projetos de infraestrutura na América Latina de US$ 20 bilhões e que deverá funcionar partir do ano que vem com um capital inicial de US$ 10 bilhões.


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