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Estado de Minas

Confins recebeu mais passageiros e teve menos atrasos no Mundial que em junho de 2013

Período do Mundial foi marcado pelo bom funcionamento dos terminais de todo o país. Atrasos acima de 30 minutos, só em 7% dos voos. Confins recebeu 1,11 milhão de passageiros


postado em 16/07/2014 06:00 / atualizado em 16/07/2014 07:06

Movimento de check-in de turistas que visitaram a Grande BH: apesar das obras, funcionamento foi quase perfeito (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Movimento de check-in de turistas que visitaram a Grande BH: apesar das obras, funcionamento foi quase perfeito (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

Apesar da previsão negativa sobre a capacidade operacional da rede aeroportuária nacional, a malha aérea foi aprovada no teste de fogo mesmo com o vaivém de 16,74 milhões de passageiros entre 10 de junho e 13 de julho. O índice de atrasos superior a 30 minutos foi de 7%. No Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, nos dias da Copa do Mundo, 1,11 milhão de pessoas usaram o terminal. Como julho ainda não terminou, não há dados comparativos com igual período de 2013.

No entanto, 875 mil passageiros embarcaram e desembarcaram, no aeroporto mineiro no mês passado, segundo balanço da Infraero, total 7,19% superior ao mesmo período do ano passado. O número de pousos e decolagens também foi superior: 9.218 ante 8.700 em 2013. No terminal de Confins, em junho, a média de atrasos foi de 6,1%, enquanto no mesmo mês do ano anterior tinha sido de 9,7%.

No dia do jogo entre Brasil e Alemanha, válido pela semifinal da Copa do Mundo, o aeroporto registrou recorde de pousos e decolagens. Ao todo, foram 506 movimentos (284 voos regulares, 87 fretados e 135 executivos). O recorde anterior tinha sido registrado em fevereiro de 2012, com 393 movimentos no mês do carnaval. Em média, a cada dois minutos e 50 segundos pousava ou decolava um avião, o que corresponde a 21 movimentos por hora, sendo a capacidade de Confins de 29 por hora.

O fluxo de turistas nos aeroportos superou de forma significativa a estimativa inicial do governo federal, mas, nem assim, a previsão nebulosa se efetivou. A expectativa era que 600 mil turistas estrangeiros desembarcassem no país durante a Copa do Mundo, mas, segundo balanço do Ministério do Esporte, apenas em junho (ou seja, nos 18 dias iniciais e 12 anteriores ao evento) mais de 700 mil visitantes desceram no Brasil, total 132% superior ao mesmo mês do ano passado.

A média de fluxo de passageiros nos 21 aeroportos das 12 cidades-sede superou o registrado no carnaval e no Natal em 32% e 20%, respectivamente. A cada dia, 485 mil pessoas embarcavam nos terminais, enquanto nas outras datas festivas a média era de 365 mil e 404 mil, segundo balanço divulgado ontem pelo Ministério do Esporte.

Com a forte demanda por ingressos às vésperas da Copa do Mundo, o governo federal elevou a previsão de gringos, de 700 mil para 800 mil. Com os números de junho, no entanto, é possível que a previsão seja superada novamente. Mas, nem a forte presença de turistas estrangeiros, afetou a operação da rede de aeroportos nacional.

Nas quatro primeiras semanas de operação dos aeroportos brasileiros, os índices de atraso variaram de 5,9% a 8,3%, abaixo da média europeia (8,4%) e do padrão internacional adotado pela Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República (15%), enquanto o de cancelamentos ficou entre 5,4% e 11,6%.

Longe do colapso

Antes de a bola rolar, a previsão não era das melhores. Sem a conclusão das obras e a saturação do terminal de passageiros do aeroporto de Confins, o risco de colapso em meio ao vaivém de turistas era latente, principalmente para quem observava a condição em dias de maior movimento. Os tapumes espalhados pelo saguão, a poeira e funcionários com capacetes passando por todos os lados e carregando materiais de construção davam um ar de caos. A realidade mostrou outro cenário. A liberação de parte das obras, que ainda estão longe de serem concluídas, possibilitou que o aeroporto operasse com certas adaptações, mas longe dos problemas de outrora.

Segundo a Infraero, o cronograma das obras restantes tanto do terminal de passageiros quanto do pátio e da pista de pousos será definido em conjunto com a BH Airport, concessionária que assume a administração do aeroporto a partir do mês que vem. A construção do terminal provisório foi mantida durante a Copa do Mundo. A expectativa é que o edifício seja entregue até o fim do mês.

Balanço positivo para os pequenos

Pequenas empresas e microempreendedores individuais, particularmente do comércio e do setor de prestação de serviços, abriram durante a Copa 2014 em Minas Gerais a possibilidade de faturar cerca de R$ 150 milhões, ao todo, segundo levantamento das expectativas dos empreendedores que se beneficiaram do torneio, divulgado ontem pelo Sebrae Minas. As ações desenvolvidas pela instituição dentro do programa Sebrae 2014 em apoio aos negócios de pequeno porte com foco no evento alcançaram cerca de 1.200 micro e pequenas empresas de 10 setores.

No Brasil, a estimativa de receita é de R$ 500 milhões, como resultado do trabalho do Sebrae junto a 43.910 pequenos negócios e microempreendedores individuais. Os números foram apresentados pelo presidente da instituição, Luiz Barretto, que enfatizou a preparação e o comprometimento dos empresários das 12 cidades-sede do torneio com investimentos na capacitação de seus negócios.

Em Minas, 7,5 mil taxistas passaram por iniciativas de qualificação no exercício da profissão e 500 diagnósticos de gestão foram aplicados pelos consultores do Sebrae. Em 14 encontros de negócios promovidos, 840 empreendedores participaram, com uma expectativa de receita de R$ 35 milhões. Eles tiveram ênfase nos segmentos de cafeterias, construção civil, hotelaria, comércio varejista, tecnologia da informação, madeira, móveis e bares e restaurantes.

O Sebrae investiu R$ 90 milhões no programa para oferecer diagnósticos empresariais, cursos de capacitação e certificações, além de realizar eventos visando à abertura de frentes de comercialização das pequenas empresas. O trabalho foi desenvolvido a partir da definição de uma série de oportunidades de negócios, em 2011, numa parceria com a Fundação Getulio Vargas. O estudo indicou 930 possibilidades comerciais em diferentes setores, da construção civil à moda, passando por entretenimento e agronegócios.

Gol de placa para a cachaça

Sucesso nas mesas dos bares e restaurantes frequentados pelos turistas durante a Copa, a cachaça de alambique ganhou força na distribuição da bebida dentro e fora do país. É nisso o que acreditam os produtores da região de Salinas, no Norte de Minas Gerais, que estão iniciando o trabalho de instalação de uma rede de revendas no Brasil, informou ontem Nivaldo Gonçalves das Neves, presidente da Associação dos Produtores Artesanais de Cachaça de Salinas (Apacs). Eles querem conquistar consumidores como o chinês Zhou Zhi Min, de Shanghai, que esteve no Mercado Central de Belo Horizonte durante a Copa e se encantou com a branquinha.

Com o objetivo de abrir mercados, a Apacs oficializou os seis primeiros revendedores autorizados da cachaça de Salinas no país. Eles vão atuar em Belo Horizonte, Montes Claros (Norte de Minas), no Rio de Janeiro, em dois pontos de São Paulo e em um de Itú (SP). Outros 38 empreendedores candidatados a revendedores da bebida de Salinas estão sendo avaliados pela Apacs, inclusive em cidades distantes, a exemplo de Ilhéus (BA), Rio das Ostras (RJ) e Jericoacoara (CE).

A criação da rede saiu favorecida depois que a associação dos produtores de Salinas recebeu o certificado de registro de indicação geográfica da bebida concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) em outubro. O selo será usado por 27 marcas chanceladas pela Apacs até o fim de 2015. “A Copa resultou em muita divulgação e os estrangeiros experimentaram a nossa bebida. Isso vai refletir nas vendas futuras”, disse Nivaldo das Neves. A boa aceitação reforça a programação da 13ª edição do Festival Mundial da Cachaça, que será realizado de sexta-feira a domingo, em Salinas.


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