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Estado de Minas

Crise na produção leva a redução de postos de trabalho

Retração de 2,6% em maio sobre o mesmo mês do ano passado é o 32º tombo consecutivo e o pior desde novembro de 2009


postado em 12/07/2014 06:00 / atualizado em 12/07/2014 07:30

Diante da crise na produção, a indústria não para de dispensar empregados. A queda no número de ocupados no setor foi de 0,7% na passagem de abril para maio. No mês anterior, o emprego industrial já tinha recuado 0,4%, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal: Emprego e Salário, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Esse resultado do emprego está acompanhando a queda na produção da indústria, que teve três meses consecutivos de recuo”, justificou o economista Fernando Abritta, técnico da Coordenação de Indústria do IBGE, lembrando que, nos últimos três meses, a produção da indústria acumula perda de 1,6%. Em relação a maio do ano passado, o número de postos de trabalho na indústria diminuiu 2,6%, o 32º resultado negativo consecutivo nesse tipo de comparação e o mais intenso desde novembro de 2009, quando tinha caído 3,7%. Em Minas, o recuou foi de 2,1% em relação a maio do ano passado.


“As limitações que se impõem à recuperação da indústria, evidenciadas pelo baixo patamar da confiança dos empresários, impedem uma reversão desta trajetória”, avaliou o economista Rafael Bacciotti, da Tendências Consultoria Integrada. A queda no emprego industrial foi disseminada, atingindo 13 dos 14 locais pesquisados, e 15 dos 18 setores investigados. Os destaques em relação ao ano passado foram as demissões nas atividades de produtos de metal (-7,4%), calçados e couro (-7,9%) e meios de transporte (-4,3%). Por outro lado, os impactos positivos sobre a média da indústria foram observados nos setores de minerais não metálicos (1,9%) e de produtos químicos (1,6%).


Além da queda em Minas Gerais, houve retração nas vagas no setor industrial de São Paulo (-3,7%), Rio Grande do Sul (-3,8%) e Paraná (-4%). Na outra ponta, Pernambuco, com alta de 0,3%, foi o único local pesquisado com contribuição positiva para o índice nacional. A fragilidade do emprego na indústria fica mais evidente com o recuo no número de horas pagas aos trabalhadores em maio, tanto na comparação com abril quanto em relação a maio do ano anterior, o que significa que a indústria está reduzindo a jornada de trabalho de quem permanece empregado.


Risco de novos cortes este ano


Este movimento pode resultar em novos cortes de pessoal nos próximos meses caso a situação da produção não melhore. “A queda nas horas pagas pode sinalizar novos cortes sim. O cenário não está bom para a indústria este ano”, reconheceu Abritta. O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) sentencia que o desempenho do emprego na indústria está piorando. O número de vagas já tinha recuado 1,4% em 2012, para depois diminuir 1,1% em 2013. No acumulado de janeiro a maio deste ano a retração ficou mais intensa, chegou a 2,2%.


“Em São Paulo – principal parque industrial do país – e em ramos mais tradicionais da indústria nacional – que são mais intensivos em mão de obra –, o emprego apresenta resultados mais negativos nos primeiros cinco meses deste ano do que nos dois anos anteriores”, diz o Iedi em relatório divulgado ontem. No ano, no país, o emprego industrial acumula queda de 2,2% em relação aos cinco primeiros meses do ano passado.


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