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Estado de Minas

Cidade do Piauí cresce acima da média com estabilidade e expansão do comércio

Nos 20 anos do real, muita coisa mudou em São Raimundo Nonato, que tinha sua economia inicialmente voltada para a agricultura e pecuária.


postado em 04/07/2014 06:00 / atualizado em 04/07/2014 07:44

São Raimundo Nonato (PI) - Castigada por uma seca impiedosa durante quase quatro anos, a região Sudoeste do Piauí, que abriga algumas das cidades mais pobres do Brasil, ainda padece com os efeitos da longa estiagem. Porém, 2014, ano em que o Plano Real completa duas décadas, chegou levando chuva ao sertão. A caatinga ganhou contornos verdejantes e a cor reacendeu a esperança do povo sofrido que batalha para sobreviver no semiárido do Nordeste brasileiro.

Cravado aos pés da Serra da Capivara, uma área de 130 mil hectares com mais de mil sítios arqueológicos e pinturas rupestres feitas há milhares de anos pelos primeiros habitantes da América, o município de São Raimundo Nonato é o polo comercial da região. A cidade recebe, diariamente, o fluxo de moradores dos 13 municípios vizinhos – Coronel José Dias, Campo Alegre, São Lourenço, São Braz do Piauí, Bonfim, Caracol, Anísio de Abreu, Dom Inocêncio, Várzea Branca, Dirceu Arcoverde, Guaribas, Canto do Buriti e Jurema.

Nos 20 anos do real, muita coisa mudou em São Raimundo Nonato, que tinha sua economia inicialmente voltada para a agricultura e pecuária. Hoje, tem no comércio a principal fonte de renda e aposta no turismo para impulsionar o desenvolvimento. A inauguração do terminal de passageiros do Aeroporto Internacional Serra da Capivara, prevista para este ano, deve dar maior visibilidade ao Parque Nacional Serra da Capivara, principal atração turística e que recebe visitantes do mundo inteiro, interessados em conhecer a origem do homem americano.

A cidade mostra um dinamismo acima da média do Piauí e é uma das que mais cresce, principalmente no setor de comércio, serviços e construção civil. Os dados do governo piauiense apontam que, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) nominal do estado cresceu 121,2% de 2005 a 2011, São Raimundo Nonato teve uma expansão de 127,7%. Dos 224 municípios do Piauí, São Raimundo pulou da 27ª posição, em 2009, para a 24ª, em 2011, no ranking de maior PIB per capita, que atingiu R$ 6,2 mil naquele ano. No mesmo período, passou da 12ª para a 11ª colocação no PIB estadual.

As duas décadas que separam a moeda real de um passado de hiperinflação deram mais comodidade aos são-raimundenses. Nascido no Canto do Buriti, a 100 quilômetros de São Raimundo, Matias Paes Landim Torres, de 64 anos, mudou-se para a cidade-polo da região há 35 anos. É comerciante do mercado público há 29. Lembra da dificuldade de converter a moeda em URV na mudança para o Plano Real, há duas décadas. “Tivemos que comprar uma calculadora, foi bem difícil”, afirma.

Inflação do bode

Comerciante no mercado de carnes de São Raimundo Nonato, Sidnaura Araújo, de 36, tem a noção exata do que mudou em 20 anos de Plano Real balizada pelo preço do bode. Há 20 anos, o quilo de uma das carnes mais apreciadas na região custava R$ 1,45. Em 2004, o valor saltou para R$ 4,50, uma inflação de 210% em 10 anos. Hoje, ao completar duas décadas do plano econômico, a mesma quantidade do produto custa R$ 11. Enquanto o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou alta de 354,73% em 20 anos, a inflação do bode foi de 760%, mais do que o dobro.


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