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Estado de Minas

Turistas ainda não deram as caras em Macacos e na Serra do Cipó

Enquanto isso, ocupação em locais conhecidos como Ouro Preto e Inhotim aumentou 60% desde o início do Mundial


postado em 24/06/2014 07:05 / atualizado em 24/06/2014 07:25

Torcedores colombianos e belgas na Praça Tiradentes, na antiga capital mineira. Movimento maior com desenrolar da competição (foto: Euler Junior/EM/D.A Press)
Torcedores colombianos e belgas na Praça Tiradentes, na antiga capital mineira. Movimento maior com desenrolar da competição (foto: Euler Junior/EM/D.A Press)

O impacto econômico causado pelo movimento de turistas desde que a Copa do Mundo começou já é inquestionável no país. Mas a maneira como os estrangeiros aquecem o movimento de bares, lojas, hotéis e pousadas nos arredores de Belo Horizonte está ocorrendo de forma bastante desigual. No geral, pontos turísticos tradicionalmente mais divulgados no exterior, como a cidade de Ouro Preto, na região central do estado, e o Centro de Arte Contemporânea Inhotim, em Brumadinho, estão ganhando a partida. Perdem municípios com atrações naturais como Macacos (São Sebastião da Águas Claras) e regiões como a Serra do Cipó.

Nas pousadas localizadas em Brumadinho, o movimento chegou a aumentar 60% depois do início do Mundial de Futebol. Em Ouro Preto, a demanda por hospedagem aumentou até 40%. Por outro lado, em pousadas localizadas na Serra do Cipó e Macacos poucos turistas deram as caras. Para José Carlos Vieira, ex-presidente da Agência Brasileira de Viagens (Abav) e proprietário da Acta Turismo, as atrações turísticas do entorno das cidades-sede da Copa sofreram com a competição. Segundo ele, até mesmo naquelas que conseguiram atrair visitantes a demanda foi menor do que a esperada.

“Hotéis e pousadas aumentaram muito os preços de hospedagem e isso afugentou os turistas habituais. O público que vem assistir os jogos, em sua maioria, não é aquele que gosta de visitar museus e cidades históricas. Os colombianos, por exemplo, estão rodando as cidades-sede e não estão interessados no entorno”, analisa Vieira. O mesmo ocorre com argentinos. Já em Belo Horizonte, segundo ele, os hotéis estão lotados, principalmente em dias de jogos. “Na semana passada, tentamos vagas várias vezes e não conseguimos”, afirma. Ainda de acordo com ele, por outro lado, o preço da hospedagem está muito caro. São cerca de US$ 350 por uma diária. “Nas duas últimas Copas, os preços giravam entre US$ 200 e US$ 250. US$ 350 é caro até para turistas europeus”, avalia.

Sossego até demais


Na Pousada Recanto do Sossego, na Serra do Cipó, na semana passada, em pleno feriado de Corpus Christi, não havia um hóspede sequer. “Nunca torci contra o Brasil, mas agora torço para a seleção ser eliminada da Copa o mais rápido possível para o movimento voltar. Durante os jogos, as pessoas não querem sair de Belo Horizonte”, exagera o gerente do estabelecimento, Narciso Raimundo da Silva. Na Pousada Bellavista, na mesma região, a demanda que deveria ter crescido no período também caiu. “Parece que isso tem a ver com a Copa. Por causa do feriado aqui já era para estar cheio”, dizia o gerente Cristiano Moreira, na semana passada.

Em Macacos a situação não é diferente. Segundo Luiz Carlos Rodrigues, que há oito meses arrendou uma pousada e está investindo num restaurante no vilarejo, o aumento da procura por hospedagem por causa da Copa “foi zero”. Ele explica que não esperava que a cidade ficasse lotada como aconteceu na capital mineira, mas a falta absoluta de demanda o supreendeu. “Faltou divulgação. Aqui são quase 30 pousadas. Não vi nenhum turista em Macacos”, lamentou.

Na Pousada Café Aquarela, a proprietária Sandra Teixeira registrou apenas uma demanda por causa da Copa: a de quatros hóspedes argentinos. Antes do evento houve outras procuras, mas a hospedagem não se concretizou. “Os quatro estavam hospedados aqui. As outras pessoas que procuraram acharam o acesso difícil e consideraram que a localização estava muito longe do Mineirão. Aqui o acesso é complicado e por causa dos preços que cobramos, não temos condições de oferecer traslado. O deslocamento é realmente difícil, aqui não tem nem táxi e é preciso combinar tudo com antecedência”, reconhece. Nos dias de jogo do Brasil, de acordo com ela, não houve nenhum movimento.

Conhecido mundialmente, museu de arte contemporânea em Brumadinho atrai estrangeiros que vêm por suas seleções (foto: Beto Magalhaes/EM/D.A Press)
Conhecido mundialmente, museu de arte contemporânea em Brumadinho atrai estrangeiros que vêm por suas seleções (foto: Beto Magalhaes/EM/D.A Press)

Fama internacional atrai os visitantes

Já no entorno de Inhotim, em Brumadinho, um museu divulgado internacionalmente, a coisa muda de figura. Somente no centro de arte a presença de estrangeiros triplicou. Antes, 20% dos visitantes eram estrangeiros. Durante a Copa esse percentual saltou para 60%. Com isso, os dois restaurantes existentes no local tiveram que mudar o esquema de funcionamento e passaram a funcionar a semana inteira. Antes da Copa, o Oiticica funcionava apenas nos fins de semana e o Tamboril somente de segunda a sexta-feira. Além disso, são 9 lanchonetes espalhadas pelo espaço, duas das quais improvisadas para atender aos turistas que não param de chegar e pagam R$ 30 a inteira e R$ 15 a meia entrada.

Na Pousada Villa da Serra, em Mário Campos, município vizinho de Brumadinho, desde que o Mundial começou, a ocupação aumentou 50% em comparação com igual período do ano passado. Segundo a proprietária do estabelecimento, Vanessa Alberto Lucrécia, por causa da Copa a rotatividade está maior. “Eles entram num dia e no dia seguinte vão embora. No momento (quinta-feira) estou recebendo argentinos, mas já recebi alemães e belgas”. No Ville de Montagne Hotel, localizado no centro de Brumadinho, 30% do movimento do fim de semana foi de turistas que vieram assistir aos jogos. “A copa influencia nossa ocupação em 50%”, calcula Patrícia Frazão, secretária da gerência.

Histórico Em Ouro Preto, o Solar do Rosário Hotel está com lotação praticamente esgotada. Niley Ulhôa, gerente de hospedagem, diz que o estabelecimento tentou equilibrar os preços das diárias, sem aumentar o valor para o período da Copa de forma exagerada. “Optamos por cobrar a diária de alta temporada por causa da antecipação das férias”, explica. Com isso, entre os visitantes estrangeiros, o hotel recebeu colombianos, norte-americanos, ingleses e belgas. “O movimento aqui aumentou 30% e o mesmo aconteceu com o restaurante. Por causa da Copa, o impacto no faturamento será de 40% enquanto durar o Mundial”, disse. Na Pousada Casa dos Contos, a recepcionista Ana Silvestre diz que recebeu 12 colombianos durante a semana do jogo da Colômbia e no Hotel Casa Grande Senzala, segundo Marco Aurélio Lima dos Santos, gerente de Contas, apurou aumento de 40% na demanda em comparação com igual período de 2013.

Negócios fora de campo


Antes de a bola rolar no Mineirão para a despedida da Seleção Inglesa da Copa do Mundo, empresários brasileiros e britânicos sentam à mesa hoje para discutir oportunidades de negócios. Em evento organizado pelo governo do Reino Unido, com a presença do Secretário de Estado para Cultura, Mídia e Esporte do Reino Unido, Sajid Javid, representantes de grandes empresas apresentarão aos convidados que tipo de investimento podem ser feitos no Velho Continente.

Denominado Global Players Talkshow, o evento contará ainda com uma agenda voltada para empresas de tecnologia da informação e startups. Palestrantes vão debater as operações globais e os desafios para alavancar negócios. Empresários e empreendedores de 12 países (Alemanha, Canadá, Chile, Estados Unidos, Hungria, França, Índia, Israel, México, Suíça, Reino Unido e Singapura) estão entre os convidados, além de mais de 200 representantes de empresas locais. “Será uma grande oportunidade para que os brasileiros conheçam também o UK Trade & Investiment, nosso departamento especializado em ajudar empresas brasileiras a consolidar negócios no Reino Unido”, afirma o cônsul-geral do Reino Unido, John Doddrell.

Ele lembra que 70% das empresas nacionais instaladas no Reino Unido pretende expandir suas operações para explorar novas oportunidades de mercado no cenário internacional. Entre os empresários vão estar o Sir Roger Bone, presidente da Boeing UK e ex-Embaixador do Reino Unido no Brasil (1999-2004), J. J. Bowley, diretor de marketing da Babcock Int, companhia britânica especializada em gestão de infraestrutura, Ivan Esteban, CMO da ToysTalk e um representante da Marfrig, entre outros.


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