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Estado de Minas

Peteca rouba a cena em território da bola

Motor das vendas externas de material esportivo fabricado em Minas, petecas conquistam o mundo na esteira do crescimento da comercialização desses produtos em outros países


postado em 22/06/2014 07:00 / atualizado em 22/06/2014 07:58

Marta Vieira

A fábrica da Pequita, em Belo Horizonte, é a maior produtora do artefato que se popularizou a partir de Minas(foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)
A fábrica da Pequita, em Belo Horizonte, é a maior produtora do artefato que se popularizou a partir de Minas (foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)

Sem qualquer menosprezo ao país do futebol, e da Copa do Mundo, em Minas Gerais são petecas, bilhares e artigos para jogos de salão que mantêm uma vitrine de produtos esportivos feitos no estado brigando por espaço no mercado internacional. Na contramão da corrente desfavorável do custo Brasil e do câmbio às exportações, esses itens saem das fábricas de pequenas empresas de Belo Horizonte e de vários municípios do interior de Minas, a exemplo de São Gonçalo do Pará, no Centro-Oeste, e Bonfim, na Região Central. Com investimentos em qualidade e produtividade, vencem as dificuldades típicas do segmento para cruzar as fronteiras brasileiras.


Apesar da receita modesta, de US 86,67 mil apurados no ano passado, diante de um valor global de US$ 33,437 bilhões que o estado recebeu, essas estrelas minúsculas valorizam a pauta mineira de exportações, incluindo artigos para a prática de pesca, como a linha, pucas, redes e iscas. Se a representatividade comercial ainda é baixa, eles têm o mérito de resistir em meio aos grandes volumes de commodities, produtos agrícolas e minerais com preços cotados no exterior, produtos tradicionais nos embarques de Minas.


Levantamento feito pela Central Exportaminas, agência mineira de promoção de exportações, indica, entre os principais municípios exportadores da categoria esportiva estão BH, São Gonçalo do Pará, Araxá, no Alto Paranaíba, Juiz de Fora, na Zona da Mata, e Uberaba, no Triângulo mineiro. Depois de um 2013 marcado por retração de exportações em diversas áreas – no Brasil, o resultado foi 1% menor frente a 2012, e em Minas, elas ficaram praticamente estáveis –, as vendas no exterior de artigos esportivos produzidos no estado deram uma boa arrancada neste ano. Até abril, a receita foi de US$ 59,70 mil, quase 69% de todo o valor obtido no ano passado.


Veteranos no mercado internacional, os irmãos Lúcio Mário Mesquita e Mário Lúcio Mesquita conquistaram freguesia na França, Estados Unidos, Itália e Canadá para petecas com base em material emborrachado, penas coloridas e sistema de fixação indicado para uso em recreação. Elas são fabricadas há 30 anos pela Pequita Sports, instalada em galpões de 2 mil metros quadrados, ao todo, no Bairro São João Batista, Zona Norte de BH.

Visibilidade Com trabalho minucioso para preparar os embarques quatro a cinco vezes por ano, a presença dos estrangeiros aficionados do futebol nas cidades-sede do Mundial dá mais visibilidade ao país, o que pode ajudar a marca no comércio internacional. “Sentimos muita dificuldade para concorrer com fornecedores da China, que retiram a competitividade do Brasil. Não fossem esses obstáculos, nós pensaríamos em exportar outros itens”, afirma Lúcio Mário. Maior fabricante de petecas do Brasil, a Pequita é também produtora de equipamentos para diversos esportes, como basquete, tênis e handebol, e foi a vencedora de uma concorrência entre 100 empresas, tornando-se a principal fornecedora de traves oficiais para o Mundial.


Segundo Lúcio Mário Mesquita, as exportações somaram cerca de 10 mil petecas em 2013, volume que representa ao redor de 10% da produção. Além da satisfação de exportar tecnologia mineira, ele destaca as vantagens de auferir preços até 15% melhores nas exportações – cada peteca é vendida a US$ 5,50 – e o fato de ter desenvolvido um padrão de qualidade reconhecido da produção.


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