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Estado de Minas

Minas liderou lista de atividade em condições análogas à escravidão em 2013

Principal registro foi na cidade de Conceição do Meto Dentro, na Região Central, onde 173 pessoas foram resgatadas trabalhando em condições degradantes


postado em 15/05/2014 06:00 / atualizado em 15/05/2014 07:20

Minas Gerais, mais especificamente Conceição do Mato Dentro, na Região Central do estado, liderou a lista do trabalho em condições análogas à escravidão do país no ano passado. Foram 173 pessoas resgatadas de situação de trabalho degradante na construção civil no município. Em todo o estado, foram 20 ações fiscais e 446 trabalhadores resgatados. Em 2013, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) resgatou um total de 2.063 trabalhadores nessa situação no país, num total de 179 operações. Essa é a primeira vez no histórico das ações fiscais, iniciado em 1995, que mais de 50% dos resgatados – 1.068 pessoas – atuavam na área urbana.


Ao todo, de acordo com o MTE, as ações resultaram em mais de R$ 8 milhões pagos a título de verbas rescisórias em 4.327 autos de infração lavrados em face das irregularidades encontradas. Alexandre Lyra, chefe da Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo no MTE, explica que o alto número de trabalhadores encontrados em situação análoga à de escravos em Minas reflete o esforço de um projeto de combate de trabalho escravo no estado. “Minas se estruturou melhor e hoje já não faz apenas as ações ordinárias das equipes que vão a campo. No estado, não há dificuldade de mão de obra ou de deslocamento porque o projeto está estruturado”, disse.


Segundo Lyra, o MTE iniciou o resgate de trabalhadores em condição análoga à escravidão há 19 anos por força de uma denúncia do meio rural, quando dois trabalhadores conseguiram fugir de uma fazenda no Pará. Um deles morreu na fuga, mas o outro escapou denunciando tanto a tortura como as más condições no ambiente de trabalho. “Foi o campo que sacudiu o Brasil e levou essa provocação para a sociedade”, diz. Hoje, porém, a situação está mudando e o trabalho escravo está cada vez mais presente nas áreas urbanas.


“Se em 2013 ainda se encontra trabalhadores numa situação ruim na área urbana, é quase certo que havia isso também em outras épocas. Há cinco anos começamos a perceber, por denúncias, que algo errado nas cidades. Isso surpreende, porque muita gente pensa que trabalho escravo está restrito ao campo”, afirma Lyra. De acordo com os dados divulgados pela Divisão de Fiscalização do MTE, das cinco ações fiscais que encontraram as maiores quantidades de trabalhadores em condições análogas às de escravo, quatro foram de caráter urbano.

Segundo o Ministério do Trabalho, foram alcançados pela fiscalização 27.701 trabalhadores, formalizados ou não. O município de Guarulhos, em São Paulo ficou em segundo lugar do ranking do emprego em condições análogas à escravidão no país. Ali, somente na construção civil, foram resgatados 11 trabalhadores.

A cidade do Rio de Janeiro ocupa a terceira posição, com 93 resgatados no setor de alimentação. Na coleta de carnaúba em Granja, no Ceará, foram resgatados 85 trabalhadores, e em Itaberaí, Goiás, outros 70 na construção civil.

RANKING

ESTADOS E MUNICÍPIOS QUE LIDERAM A LISTA DE TRABALHO ESCRAVO NO PAÍS
(atividade e quantidade)


1º MG
Conceição do Mato Dentro
Construção Civil
173

2º SP

Guarulhos
Construção Civil
111

3º RJ

Rio de Janeiro
Alimentação
93

4º CE

Granja
Coleta da palha da carnaúba
85

5º GO

Itaberaí
Construção Civil
70


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