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Estado de Minas

Desemprego cai, mas criação de vagas de trabalho também diminui

Taxa de desocupação nas capitais em março foi de 5%, a menor para o mês desde 2002. Mas criação de postos formais despencou e foi a pior para o mês desde 1999, com economia fraca


postado em 18/04/2014 06:00 / atualizado em 18/04/2014 07:58

Gerente de salão de beleza, Hélcio Junior afirma que está mais difícil conseguir trabalhadores com boa qualificação(foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
Gerente de salão de beleza, Hélcio Junior afirma que está mais difícil conseguir trabalhadores com boa qualificação (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)

A baixa produtividade do trabalhador brasileiro, influenciada por fatores como a educação ruim e processos deficientes de gestão, o envelhecimento da população e o aumento da renda estão refletindo no mercado de trabalho. Apesar da redução no ritmo do crescimento econômico, os índices de desemprego permanecem baixos. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou ontem o índice de março, que ficou em 5%, o menor para o mês desde o início da série histórica, em 2002. Em março do ano passado, o desemprego medido pelo IBGE era de 5,7% para o conjunto das seis regiões metropolitanas pesquisadas. Na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a taxa fechou março em 3,6%, queda de 1 ponto percentual frente ao mesmo período de 2013.

O resultado, apesar de positivo do ponto de vista conjuntural, nada tem a ver com uma maior oferta de empregos, avaliação confirmada com os dados atualizados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados também ontem. No mês passado, foram criados 13.117 empregos com carteira assinada, uma queda de 88,3% frente ao mesmo período do ano passado (112.450 vagas formais). Trata-se do pior resultado, para março, desde 1999 (76.313 vagas fechadas), ou seja, em 15 anos. Em Minas, a queda foi expressiva, de 94%. De janeiro a março, foram 344,9 mil empregos com carteira, alta de 12,7% frente a igual período do ano passado. Nos últimos 12 meses, o Caged apurou crescimento no nível de emprego de 1,72%, em Minas Gerais, somando 75,6 mil postos de trabalho. No ano, a alta é de 0,9%

“Apesar do esfriamento da economia, o mercado de trabalho continua aquecido, o que é justificável pela baixa produtividade do trabalhador brasileiro. Aqui, precisamos contratar três para cumprir a função de um”, critica Tharcísio Souza, coordenador do MBA da Fundação Armando Álvares Penteado, em São Paulo (FAAP). Segundo ele, a baixa produtividade do brasileiro está diretamente relacionada à educação ruim e à formação deficiente. “Acredito que até o fim do ano, bem devagar, os indicadores do emprego devem piorar.” De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego,  o desempenho fraco do mês se deve ao carnaval tardio. Os trabalhadores temporários teriam sido contratados em fevereiro e demitidos em março.

Fatores

Além da questão da produtividade, a situação do mercado de trabalho acabou favorecida, nos últimos anos, por dois aspectos no Brasil. O primeiro, demográfico: a população envelheceu e o grupo de pessoas aptas a procurar emprego diminuiu. O segundo ponto está relacionado à expansão da renda das famílias. Com uma estrutura financeira melhor em casa, muitos jovens acabaram adiando a entrada no mercado, dedicando mais tempo à formação profissional. “O que é um indicador positivo, já que estudar mais é importante para aumentar a produtividade do brasileiro, que é considerada baixa”, diz o economista e consultor de mercado de trabalho, Adriano Porto.

O ex-professor de educação física, Hélcio Júnior, 32 anos, trocou de profissão e se qualificou para atuar como administrador de empresas. Para ele, não faltaram ofertas de trabalho e a recolocação profissional foi rápida. Hélcio assumiu no ano passado a gerência de um salão de beleza. Como gerente de uma nova unidade da rede Marcus Martinelli, no Bairro Vila da Serra, o gerente diz que tem o desafio de conduzir o crescimento da empresa, onde é responsável pela contratação de trabalhadores. Na linha de frente da unidade, ele comenta sobre a qualificação. “Conseguir trabalhadores não é tão difícil. O mais complicado é encontrar mão de obra com qualificação técnica e com capacidade para atender o público.”


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