(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Samarco inicia projeto de expansão da produção de pelotas de ferro para exportação

Expansão de 37% propiciada pela nova planta será destinada à exportação e aumenta faturamento em R$ 1 bi ainda em 2014


postado em 04/04/2014 06:00 / atualizado em 04/04/2014 07:20

Inauguração da quarta pelotizadora, que vai processar o minério proveniente de Ouro Preto e Mariana, ocorreu ontem, em Anchieta(foto: Jefferson Rocio/Divulgação)
Inauguração da quarta pelotizadora, que vai processar o minério proveniente de Ouro Preto e Mariana, ocorreu ontem, em Anchieta (foto: Jefferson Rocio/Divulgação)

Anchieta
– Na contramão do mau humor que tem caracterizado as apostas dos analistas sobre os rumos do comércio mundial de minérios e metais, a Samarco Mineração, empresa que tem como acionistas as gigantes Vale e BHP Billiton, pôs em operação o seu projeto de expansão da produção de pelotas de ferro destinadas à exportação. Com a conclusão do investimento, a perspectiva da mineradora é de elevar em US$ 1 bilhão o seu faturamento só em 2014. O presidente da companhia, Ricardo Vescovi, afirmou ontem que o aporte de R$ 6,4 bilhões feito nos últimos três anos nas unidades de Minas Gerais e no Espírito Santo foi traçado acompanhando o crescimento dos próprios clientes, alguns deles antigos parceiros.

A empresa vê demanda crescente e em recuperação nos Estados Unidos, no Oriente Médio e no Japão. Quanto à China, locomotiva da demanda mundial de minério de ferro e que preocupa em razão da desaceleração de sua economia, Vescovi destacou que a Samarco já vinha se protegendo da dependência das compras do país asiático e diversificou sua clientela. No ano passado, os clientes chineses representaram 15% das exportações da mineradora, ante uma participação que já havia chegado a quase um quarto das vendas. “Respondemos muito bem à crise de 2008 e, certamente, vamos responder bem às que vierem”, afirmou o executivo, pouco antes da solenidade de inauguração das novas operações da Samarco.

Outro fator de vantagem para a mineradora, segundo o diretor-comercial Roberto Carvalho, está na especialização da Samarco em pelotas usadas nos altos-fornos das siderúrgicas ou diretamente nas aciarias, que têm maior valor no mercado internacional do que o minério de ferro fino, cujos preços estão em baixa. Diante do porte do investimento realizado, a disposição dos acionistas seria a de mirar no comportamento do mercado de consumo no longo prazo.

As projeções da Samarco são de que a receita de vendas vá chegar a US$ 4 bilhões em 2014, ante o faturamento na casa de US$ 3 bilhões, que a companhia deve anunciar em balanço a ser divulgado nos próximos dias. A perspectiva é ainda melhor, tendo em vista que a mineradora só vai contabilizar no fim de 2015 todo o acréscimo da produção de pelotas de ferro. Cerca de 30% das exportações no ano passado tiveram o Oriente Médio e o Norte da África como destino; outros 40% ficaram divididos entre Europa e Ásia, à exceção da China; e 15% foram embarcados para as Américas.

Inauguração

Como parte do programa de expansão, a Samarco inaugurou oficialmente, ontem, sua quarta planta industrial em Ubu, município de Anchieta, no litoral do Espírito Santo, onde recebe o minério extraído em Ouro Preto e Mariana, na Região Central de Minas Gerais, e transforma o material em pelotas de ferro para o mercado externo. A reserva de Germano recebeu um novo concentrador de minério e foi construído o terceiro mineroduto da companhia, com cerca de 400 quilômetros, ligando as unidades dos dois estados. Houve, também, adequações no terminal portuário de Ubu.

A capacidade de produção da Samarco foi ampliada em 37%, de 22,250 milhões de toneladas de pelotas por ano para 30,5 milhões de toneladas. A nova configuração operacional levou à geração de 600 empregos na mina de Mariana (MG) e 500 em Anchieta, entre vagas diretas e indiretas. Segunda maior exportadora do mundo de pelotas de ferro, a Samarco detém, hoje, 20% do mercado transoceânico da matéria-prima.

O terceiro mineroduto foi construído em paralelo com os equipamentos existentes, com recursos de R$ 1,6 bilhão, cortando 25 municípios mineiros e capixabas. O presidente da Samarco informou que a companhia irá desligar o segundo mineroduto, uma vez que a capacidade do transporte do minério de ferro, de 45 milhões de toneladas, até as plantas de pelotização do Espírito Santo supera a capacidade de produção ampliada. A folga dá vantagens à companhia num novo programa de expansão. “A grande preocupação agora é colocar o projeto em marcha. Estamos acompanhando os cenários do mercado para, em seguida, avaliar novas expansões”, afirmou Ricardo Vescovi.

(*) A repórter viajou a convite  da Samarco

Economês/Português
Pelotas de ferro

Usadas nas indústrias produtoras de aço, as pelotas de ferro ganham valor no mercado internacional. Na Samarco, elas são produzidas a partir de um tipo de minério de baixo teor de ferro, chamado de itabirito. A matéria-prima é extraída em Ouro Preto e Mariana, onde passa por processo de britagem e separação de impurezas, como a sílica, nos concentradores para depois ser bombeada na forma de polpa contendo 30% de água por meio de minerodutos até as usinas de pelotização.

Nas plantas industriais são feitos filtragem, para retirada de água, e a pelotização propriamente dita, com adição de aglomerantes e outros elementos químicos. As pelotas de ferro são queimadas em fornos até ganharem resistência e alto grau de ferro. (MV)


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)