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Estado de Minas

Comerciantes de BH reforçam estoques para o carnaval

Donos de bares, padarias e até farmácias, aumentaram os estoques de produtos típicos da festa


postado em 21/02/2014 06:00 / atualizado em 21/02/2014 07:33

Nivaldo Bicalho, dono da Mercearia, na Praça Duque de Caxias, Bairro Santa Tereza espera vender muitas cervejas (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
Nivaldo Bicalho, dono da Mercearia, na Praça Duque de Caxias, Bairro Santa Tereza espera vender muitas cervejas (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)

O sucesso dos blocos de carnaval de Belo Horizonte em 2013 injetou ânimo nos comerciantes para a folia de 2014. Não é para menos: o número de blocos cadastrados na Belotur dobrou do ano passado para cá, de 70 para 140. Os foliões, que na edição passada somaram cerca de 500 mil pessoas, agora devem chegar a 1 milhão – a estimativa inclui quem brinca fora dos blocos. À espera da multidão, lojistas de diferentes ramos, como bares, padarias e até farmácias, aumentaram os estoques de produtos típicos da festa. Há quem estime aumentar as vendas em 300% em relação ao ano passado e, por toda a cidade, surge gente disposta a aproveitar a alegria dos blocos para ganhar um dinheiro extra.

Os blocos vão passar por todas as regionais da capital. Alguns deles vão brincar no Bairro Santa Tereza, na Região Leste, onde Nivaldo Bicalho, dono da mercearia que leva seu nome, já “convocou” alguns sobrinhos para ajudar nas vendas nos horários em que os foliões passarem pela Praça Duque de Caxias. No ano passado, ele comemorou o faturamento extra. Dessa vez, espera muito mais: “Minhas vendas de cerveja em lata devem crescer em torno de 300%”.

Nivaldo não aumentou o estoque apenas de cerveja. O comerciante também aposta numa marca de catuaba bastante consumida pelos jovens. “Comprei 200 caixas dessa marca (cada embalagem contém 12 unidades) e acredito que vou vender todas durante a festa. Para se ter ideia do que isso representa, é o mesmo volume que vendo ao longo de todo o ano”, comparou. Bares, restaurantes e similares, aliás, têm faturamento garantido pelos blocos. A Abrasel-MG, associação que representa o setor, estima que as vendas devam crescer 30% nessa folia.

Para a Abrasel-MG, devem ser injetados no setor gastronômico mais de R$ 30 milhões nos quatro dias de folia. O diretor executivo da associação, Lucas Pêgo, afirma que a mudança no carnaval de Belo Horizonte começou a ser sentida há sete anos, mas que ficou ainda mais evidente no ano passado, quando muito associados se arrependeram de não abrir os estabelecimentos. “Era um movimento inverso, o belo-horizontino saía da cidade e BH ficava sem movimento. Os blocos trouxeram vida e fazem girar a economia”, afirma.
Érica Andrade, gerente da lanchonete Praça do Açaí, na Avenida João Pinheiro, Centro de BH espera que o bloco Chama o Síndico movimente os negócios (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press )
Érica Andrade, gerente da lanchonete Praça do Açaí, na Avenida João Pinheiro, Centro de BH espera que o bloco Chama o Síndico movimente os negócios (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press )

Junto com o bloco

As cervejas devem liderar as vendas e certamente vão garantir renda extra a quem quiser fazer um bico na festa. Este ano, a prefeitura credenciou 400 ambulantes, escolhidos por sorteio entre mais de 1,2 mil inscritos, para vender bebidas e alimentos industrializados durante os desfiles dos blocos. Os sorteados devem acompanhar o desfile, da concentração à dispersão, e têm autorização para negociar as mercadorias até as 23h. Em relação à cerveja, os ambulantes só poderão negociar Skol, pois a bebida é a patrocinadora oficial do carnaval na cidade.

Muita gente, porém, se diverte sem o consumo de álcool. Bom para os comerciantes da lanchonete Praça do Açaí, na Avenida João Pinheiro, no centro da capital, onde o bloco Chama o Síndico irá desfilar na próxima semana. O grupo se encontra na Praça da Liberdade e se dispersa, depois de muita festa, debaixo do viaduto Santa Tereza. “Devemos vender de 40% a 50% mais nesse dia. Não só de açaí, mas também de vitaminas, sucos e água. Estamos otimistas”, conta Érica Andrade, gerente do estabelecimento.

No Bairro Padre Eustáquio, o bloco Padreco se reuniu ontem e em outros três dias na praça em frente à Pão da Padaria. “Quem me dera o bloco se concentrasse todos os dias! As vendas aumentam, nos dias da festa, em torno de 5%”, disse Oneir Oliveira Lima, gerente do empreendimento. O percentual pode parecer pequeno, mas basta lembrar que o comércio varejista da capital apurou alta de 4,61% no acumulado de 2013, segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-BH). Os foliões do Padreco se reuniram, este mês, nos dias 2, 9, 16 e ontem. A despedida será na tarde do próximo dia 23.

Contramão


Ao contrário dos comerciantes que esperam a folia para aumentar a renda, existem outros que fecharão as portas. No Santa Tereza, por exemplo, o tradicional Boteco do Orlando e a pizzaria Parada do Cardoso vão dar folga aos funcionários durante os quatro dias. Segundo Orlando Silva de Siqueira, proprietário do Boteco do Orlando, o medo de tumultos e quebradeiras junto com a folia pesaram muito na decisão. “Quando é clientela normal, é fácil controlar. No tumulto da folia não conhecemos ninguém e a maioria não respeita os limites impostos pelo bar. É melhor não abrir para não termos prejuízo”, afirmou.

Na Parada do Cardoso, o argumento é o mesmo. De acordo com uma das proprietárias, Fabiana Sofia Carvalho, a decisão foi tomada depois do estresse vivido no ano anterior e por eles não terem conseguido liberação do Ministério Público para colocar grades de proteção nas portas. “Com a proteção nas portas, no ano passado, tivemos várias situações de desrespeito, como pessoas pulando a grade, usando o banheiro sem permissão, abrindo a geladeira e roubando cerveja. Imagina sem a proteção”, diz Fabiana, que afirma que pode reavaliar a abertura no carnaval de 2015 se tudo ocorrer bem neste ano.
Quem lucra com o carnaval? Na foto, Ade Scalco, faz máscaras de carnaval em casa, na Rua Santo Antônio do Monte, Bairro Santo Antônio (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
Quem lucra com o carnaval? Na foto, Ade Scalco, faz máscaras de carnaval em casa, na Rua Santo Antônio do Monte, Bairro Santo Antônio (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)

Acessórios


Os blocos também garantem boa renda para a designer Adê Scalco, que produz e comercializa máscaras exclusivas para os foliões. Em média, cada peça sai a R$ 60. “Sou empolgada com fantasias. Me fantasiei de colombina numa festa. Foi a minha primeira máscara. Queria chamar atenção para mim, mas sem ser vista, ou seja, de um modo elegante e ao mesmo tempo misterioso. A máscara instiga a curiosidade. Ainda não trabalho em grande escala, pois são máscaras artesanais. É um processo delicado, personalizado. Como materiais, uso bases de plástico, lantejoula, missangas, pedraria, cristais, plumas, penas etc”, disse Adê, que criou a marca AdeReços, que pode ser encontrada no Facebook.


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