(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Autônomos e empresários de BH investem em qualificação para fisgar turistas na Copa


postado em 02/02/2014 06:00 / atualizado em 02/02/2014 07:29

Quem se interessa em ganhar dinheiro extra com a Copa do Mundo no Brasil deve  se organizar e se capacitar logo, já que o Mundial de futebol ocorre entre junho e julho. De acordo com especialistas, ainda há tempo de se qualificar para as vagas ofertadas e conseguir uma oportunidade para lucrar durante a competição. A estimativa do governo federal é que a competição gere cerca de 380 mil postos de trabalho na preparação do evento e 700 mil vagas durante os jogos. Em Minas Gerais, os empresários dos setores gastronômico, entretenimento, hotelaria, entre outros, têm expectativas de aumentar em até 40% o faturamento. No entanto, eles temem a escassez da mão de obra qualificada, impedindo a contratação demandada pela Copa.

Há vagas para todos os cargos, de recepcionista a gerentes, garçons, cozinheiros, guias, entre outras tantas profissões. A analista do Sebrae Minas Mônica Alencar afirma que serão procurados pelo mercado profissionais que falam outro idioma, como inglês ou espanhol, e que tenham conhecimentos específicos para os setores. “De forma geral, o mercado está aquecido por uma série de questões e o trabalho no próximo ano está ligado à hospitalidade, que são os serviços oferecidos aos turistas estrangeiros e também ao público interno que vai se movimentar”, afirma.

A vinda das seleções argentina, chilena e uruguaia para Belo Horizonte estimulou empresários a investirem em mão de obra, oferecendo cursos da língua estrangeira, além de cardápios e sinalizações trilingues. De olho na chance de dobrar sua renda, o taxista Robert Warley da Costa Souza está se capacitando para atender melhor os clientes e sai na frente da maioria dos concorrentes. Em seu carro, ele oferece internet Wi-Fi, ar-condicionado e recebe com cartão. Para conquistar o público, Robert fala fluentemente espanhol e inglês. “Invisto nesse mercado não só para a Copa, mas para atender também à demanda do turismo de negócios, que tem se intensificado em Belo Horizonte”, completa.

Mesmo com tantos diferenciais, Robert afirma que seu preço é o mesmo do concorrentes, e para ter retorno do dinheiro investido na qualificação, ele afirma que tenta vender seu produto. “Exploro o comércio que temos e não o consumidor. Ofereço para levá-los em passeios turísticos, como nos museus na Praça da Liberdade e nas cidades históricas de Ouro Preto e Tiradentes”, completa. O taxista conta ainda que, com o Mundial, a expectativa é faturar, em média, 40% a mais do que em meses normais.

Os centros de compras BH Shopping e Diamond Mall e Del Rey investem na capacitação de funcionários, além de um espaço com atendentes que falam espanhol e inglês. “São profissionais bilíngues, aptos para fornecer qualquer tipo de informação e auxiliar os turistas”, explica Lívia Paolucci, superintendente do Diamond Mall. A preparação conta ainda com treinamentos de lojistas, com temas voltados para a Copa do Mundo. “Estudamos o comportamento dos turistas de cada país, como eles gostam de ser atendidos, que tipo de compra costumam fazer para não errarmos na hora da abordagem”, explica Renato Tavares, gerente de Marketing do BH Shopping. Já o Del Rey aposta na proximidade com o Mineirão e oferece diariamente aulas de inglês para 20 funcionários. O objetivo, segundo Guilherme Pimentel, coordenador de Marketing do shopping, é oferecer suporte adequado ao fluxo de turistas.

SEM IMPROVISO
Dono de cinco pizzarias na capital, o argentino Gustavo Román conta que desde o ano passado oferece gratuitamente aos seus funcionários curso de espanhol, além de treinamento diário com ele. Nos estabelecimentos, os cardápios já são oferecidos em espanhol e inglês, além do português. Segundo ele, a maioria dos restaurantes da capital não têm se preocupado em se qualificar para atender o público estrangeiro. “Não vi ninguém correndo atrás para atender a demanda. Sobre o inglês ainda tem uma preocupação, mas no espanhol acho que eles pretendem improvisar como podem”, revela.

No setor hoteleiro, a preocupação com a mão de obra também é grande. A gerente do Hotel My Place, Maria Tereza Rizola, conta que para manter o quadro de funcionários e promover um bom atendimento, os trabalhadores também estão recebendo gratuitamente curso de inglês. “Todo mundo está estudando. Seguranças, chefs de cozinha, camareiras reservam duas horas do expediente, duas vezes por semana, para as aulas de inglês”, diz.

O tradutor Alexandre Martins espera aumentar seu faturamento em 100% durante o Mundial (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
O tradutor Alexandre Martins espera aumentar seu faturamento em 100% durante o Mundial (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Porta de entrada para o mercado

Segundo a analista do Sebrae Minas Mônica Alecar, o ideal é que o profissional tenha em mente que o seu conhecimento deverá ser capaz de atender mais que uma Copa do Mundo ou turistas estrangeiros. “Os profissionais devem aproveitar essa oportunidade como porta de entrada para se mostrar para o mercado e se beneficiar o bom momento que será gerado pela economia. O evento é só um tema para acelerar os investimentos e as pessoas”, diz.

O coordenador do Comitê da Copa do Mundo da Federação do Comércio de Minas Gerais, Sesc e Senac, Hegler Machado Guimarães, aposta em um aquecimento elevado da demanda de profissionais de 15 grandes setores, entre eles hotelaria, gastronomia e transporte. Guimarães afirma ainda que quem fala espanhol fluente vai sair na frente, já que BH vai será sede das seleções da Argentina, Chile e Uruguai. “O comércio deve estar preparado para receber esses visitantes, com pessoal capacitado para atender bem os turistas”, afirma.

O tradutor Alexandre Sobreira Martins conta que está investindo na carreira e buscando oportunidades para trabalhar durante o evento. A expectativa, segundo ele, é aumentar em 100% seu faturamento durante o evento. “Já me cadastrei em um projeto para atender ao público da Copa e estou aguardando a resposta”.

 

DIFERENCIAIS Para os atrasados, Hegler afirma que ainda dá tempo, pois há cursos com extensões menores e de formação continuada. Ele considera ainda que o profissional deve considerar as exigências do mercado, oferecendo sempre pré-requisitos, que os diferenciem de outros trabalhadores. “Existem cargos com demanda tão alta que nunca é atendida”, afirma.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)