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Estado de Minas

Custos engolem a rentabilidade dos investimentos

Para ganhar em fundos é preciso ver taxas de administração


postado em 02/02/2014 06:00 / atualizado em 02/02/2014 07:22

Brasília - O brasileiro, diferentemente de quando vai a uma loja, não pergunta o preço ao escolher um investimento. Parece esquecer que quase tudo tem um custo, e que é muito raro encontrar algo gratuito. O mercado financeiro não é uma casa de caridade. Assim, nenhuma instituição financeira ou corretora vai fazer seu dinheiro render sem cobrar algo em troca. Para não cair em armadilhas, nunca duvide: seja a tradicional caderneta, ações ou títulos públicos, todos são produtos e, de forma semelhante aos que você encontra no supermercado, têm um preço.

Os fundos de investimento, que reúnem a maior parte da poupança financeira do país – uma montanha de R$ 1,94 trilhão –, estão entre os produtos considerados caros. As taxas de administração cobradas pelos bancos ou corretoras, quando somadas ao Imposto de Renda, tornam a maior parte deles um ralo onde se perde dinheiro. A modalidade, porém, pode trazer bons ganhos, se for bem estudada.

Antes de colocar o dinheiro em qualquer aplicação, o investidor precisa pensar como um consumidor: se o preço (ou a taxa de administração) for elevado, não compre. Além disso, é preciso considerar os prazos. O tempo que o dinheiro fica indisponível determina quanto de taxa você pode aceitar. Nas condições atuais do mercado, para uma aplicação de até seis meses, 0,50% ao ano é o máximo; de seis meses até dois anos, 1% é o teto; acima de dois anos, até 1,50%.

Especialistas explicam que, no Brasil, os custos dos fundos de investimento se esconderam, por anos, atrás de rentabilidades exorbitantes, da época em que os juros básicos (Selic) superavam os 40% ao ano, ou do período em que o país amargava a hiperinflação. Como a carestia era muito alta, esses percentuais elevados não significavam, necessariamente, lucros para o investidor, e ninguém percebia o tamanho dos encargos cobrados pelas instituições financeiras.

“É um processo histórico. As taxas de administração vêm caindo nos últimos anos, embora lentamente”, observa Bolívar Godinho, professor de finanças do Unicesp Osasco (SP). “A razão de os custos serem mais altos aqui do que lá fora pode estar na pouca concorrência ou na falta de conscientização do investidor. Ele não tem o hábito de perguntar os encargos cobrados pelos administradores dos fundos”, ensina Godinho. Depois da estabilização da economia, a partir de 1994, e da redução da Selic, mais recentemente, a renda fixa passou oferecer ganhos menores. O retorno desse tipo de fundo de investimento, no entanto, ainda pode ser interessante, mas é preciso saber escolher.

Miguel Oliveira, diretor-executivo de Estudos e Pesquisas Econômicas da Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac), lembra que é necessário obter o máximo de informações antes de investir. “Se um fundo é interessante ou não, depende da taxa de administração e do tempo que o dinheiro permanecerá aplicado”, lembra. Com a Selic a 10,5% ao ano, um fundo de investimentos com taxa de 1,5% ao ano só é mais interessante que a poupança se o dinheiro ficar investido por dois anos.

Nos cálculos de Oliveira, o investidor, hoje, não deve aceitar uma taxa de administração superior a 1% ao ano. Se for deixar o dinheiro aplicado apenas por seis meses, 0,50% de custo é o limite. "Como podemos ver, seja a poupança antiga ou a nova, a caderneta ganha dos fundos na maioria das situações", constatou.


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