(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Siderurgia fecha ano com ganhos

Mesmo com a Bovespa fechando 2013 em queda, ações da Usiminas e da CSN se recuperam e têm valorização


postado em 05/01/2014 06:00 / atualizado em 05/01/2014 07:26

Na tormenta que os investidores enfrentaram na bolsa de valores em 2013, nem tudo se resume ao período de mau agouro e perdas de valor de grandes empresas observadas no balanço de dezembro. Castigado pela crise da economia mundial e os concorrentes asiáticos e europeus, o setor siderúrgico mostrou cara nova, com a valorização até certo ponto surpreendente dos papéis da Usiminas e da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Salvas do mau desempenho do índice Ibovespa –, que reúne as ações mais negociadas na BM&FBovespa – essas vedetes ganham fôlego para começar mais um ano de incertezas, ponto de consenso entre os analistas de bancos e corretores. Se é verdade que os momentos de baixa são os melhores para mergulhar nos pregões, a recomendação é redobrar a vigília em 2014 sobre os relatórios dos departamentos financeiros das companhias abertas e manter muito bem calculada a exposição ao risco.

Levantamento feito pela Ativa Corretora mostrou alta de 14,91% em 2013 das ações preferenciais da Usiminas (USIM5) e de 24,03% dos papéis sem direito a voto da CSN (CSNA3). O analista Lenon Borges destaca que as duas empresas se aproveitaram da alta do dólar, que encareceu o produto dos concorrentes estrangeiros, permitindo que elas elevassem seus preços no mercado brasileiro e melhorassem as margens operacionais. “Cabe destacar a redução do endividamento que a Usiminas alcançou no terceiro trimestre, o que possibilitou maior geração de caixa por meio dos preços maiores”, afirma. A dívida total da companhia, de R$ 7,5 bilhões, caiu 6% de junho para setembro.

A anunciada renovação dos contratos das duas empresas com as montadoras para 2014 repercutiu bem, uma vez que eles representam fonte de receita importante. Lenon Borges observa, ainda, que os últimos resultados da companhia mineira mostraram ao mercado melhorias decorrentes das medidas de redução de custos e busca de maior eficiência operacional. A Usiminas retornou ao lucro no terceiro trimestre, de R$ 115 milhões. Na sexta-feira, os papéis USIM5 encerraram o pregão cotados a R$ 13,80, com alta de 2,83%. Encerraram dezembro a R$ 14,21, depois do pior momento de 2013, a R$ 6,55 em 12 de julho – cotação bem próxima à de meados de 2012.

Os papéis da CSN, por sua vez, encerraram o pregão de sexta-feira cotados a R$ 14,44 a ação CSNA3, valorizada em 2,84%. O cenário favorável, no entanto, não significa que as siderúrgicas estão livres de novos desafios. “Não há otimismo para o desempenho da economia neste ano e assistimos às preocupações da indústria automotiva, que é uma grande cliente da Usiminas”, diz Lenon Borges. A Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgou na semana passada previsões de queda das vendas neste ano, em consequência da volta das alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e da inclusão de airbag e do sistema de freios ABS nos carros.

Perspectiva boa O analista chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi, espera a continuidade de resultados positivos da Usiminas e da CSN, refletindo nos preços das ações, e acredita que elas também poderão tirar vantagens da demanda de insumos do programa de obras de infraestrutura e das concessões federais de aeroportos e rodovias. “Entramos numa temporada de investimentos e depois virão as obras em ferrovias e aeroportos, mas ainda não se trata do céu de brigadeiro que o setor siderúrgico tanto esperava”, afirma.

Para Lenon Borges, a companhia mineira tem mais um fator em que se apoiar: os resultados da Mineração Usiminas, empresa que está em expansão e já tem dado a sua contribuição. No terceiro trimestre, o negócio da mineração permitiu uma margem medida pelo Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 139 milhões à siderúrgica, 16% acima do balanço de abril a junho, em decorrência do crescimento da demanda no mercado interno. No que trata do consumo de minério de ferro e aço, Pedro Galdi diz que, embora a China, que lidera o mercado internacional de matérias-primas, vá crescer menos, ainda deverá ser um crescimento expressivo, estimado ao redor de 7,5%, e que a Europa e a economia norte-americana dão sinais de melhora gradativa.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)