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Estado de Minas

Poupança ainda é um investimento seguro

Aplicação foi a melhor em 2013, um ano em que a maioria dos fundos de renda fixa teve prejuízo e a bolsa evaporou


postado em 29/12/2013 06:00 / atualizado em 29/12/2013 07:32

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Brasília – Uma das mais antigas formas de investimento, a poupança continua atraente para quem não quer grandes emoções e muito menos perder o rendimento para o dragão da inflação, que vem corroendo cada vez mais o bolso do brasileiro. Na avaliação de especialistas, a tradicional caderneta foi a melhor aplicação em 2013, dadas as perdas dos fundos de renda fixa e do mercado acionário brasileiro, que está na lanterna dos ranking das aplicações.

“A poupança, com certeza, foi a melhor aplicação do ano. Desde maio, com o aumento da instabilidade econômica no país, houve uma queda dos preços de todos os ativos de renda fixa. A volatilidade aumenta com o aumento das incertezas. Por conta disso, a caderneta foi o porto seguro do pequeno investidor”, explica o economista Carlos Thadeu de Freitas, chefe da Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio (CNC). Ele destaca também que a poupança ficou mais competitiva com a queda na Selic (taxa básica da economia) em 2012, quando ela atingiu o piso de 7,25% ao ano entre 10 de outubro daquele ano e 7 de abril de 2013. “Com os juros mais baixos, o rendimento de todos os fundos recuou. Agora, com os juros voltando a subir, a caderneta pode ficar menos atraente. Mas isso só vai ocorrer quando a Selic subir bastante e ficar acima de 15% ao ano”, afirma Carlos Thadeu. Atualmente, os juros estão fixados em 10% ao ano e as previsões do mercado são que, em 2014, não passarão de 10,5%.

RISCO BAIXO O pequeno investidor recorre à poupança porque é a forma de investimento mais simples que existe. “Trata-se de um produto com ganho certo e sem risco. Ele consegue ao menos recuperar a perda provocada pela inflação e não há a incidência de Imposto de Renda”, comenta o economista da CNC. Ele cita uma pesquisa recente da Fecomércio-SP, que revelou que, dos 16% dos brasileiros que poupam, 81% aplicam na caderneta. Esse pequeno investidor anda ressabiado com a bolsa. Até o ministro da Fazenda, Guido Mantega, confessou durante o café da manhã com jornalistas que ele só investe na poupança. “O meu cargo não permite que eu aplique meu dinheiro no Tesouro Direto”, diz ele.

Enquanto isso, o mercado de ações desaba. Um levantamento feito pela consultoria Economática revela que o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, acumula perdas de 15,29% neste ano e deverá fechar com o quinto pior desempenho desde o Plano Real.

Logo, não vale a pena correr riscos e, por isso, é bom ser mais conservador. “O brasileiro prefere investir na poupança porque é fácil de aplicar e de manusear o dinheiro, pois a disponibilidade é imediata”, analisa o professor de macroeconomia e cenários econômicos da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), Sílvio Paixão. “É um instrumento tradicional de investimento, com rendimento absolutamente público. Os fundos são mais difíceis de manusear. O investidor tem que ter um pouco mais de trabalho para executar o resgate e, além disso, há a tributação do IR e as taxas de administração que correm os ganhos”, afirma.
O consultor Roberto Luís Troster, ex-economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), não considera que o brasileiro é conservador ao escolher a poupança, mas perspicaz. “É uma boa aplicação, com risco zero. É um bom investimento num cenário de incerteza, com bolsa em queda e fundos evaporando”, explica. “Quando o mar está nervoso, a melhor coisa a fazer é deixar o barco ancorado no porto”, emenda.

COMPARAÇÃO Dadas as incertezas da economia do país, especialistas orientam o pequeno investidor a deixar seu dinheiro suado na caderneta. “Na atual conjuntura, quem tem até R$ 100 mil disponíveis deve preferir a poupança porque nenhum investimento de renda fixa teve ganho maior este ano. Nem mesmo os fundos com remuneração de 100% do CDI foram vantajosos”, diz Paixão. Ele sugere que quem insistir em se arriscar em fundos, por exemplo, deve ficar atendo às despesas de administração cobrada pelos bancos. “Na atual conjuntura, qualquer fundo com taxa acima de 1,5%, perde competitividade para a poupança”, explica. A opinião é compartilhada pelo economista-chefe do BES Investimento, Jankiel Santos. “A poupança é a aplicação mais segura e rentável para o pequeno investidor. As taxas de administração dos fundos fazem com que eles percam para a caderneta, na maioria dos casos”, alerta.

Desde maio de 2012, existem dois tipos de poupanças. A antiga, com depósitos até 3 de maio de 2012, tem remuneração da Taxa Referencial (TR), de 5% ao ano, mais 0,5% ao mês. Já a nova, que vale para aplicações feitas a partir de 4 de maio de 2012, tem duas modalidades de rendimento. A primeira paga TR mais 0,5% ao mês, se a Selic for superior a 8,5% ao ano. A segunda, TR mais 70% da meta da Selic ao ano, mensalizada, enquanto a taxa for igual ou inferior a 8,5% ao ano. A remuneração da caderneta antiga passou a ganhar da nova durante os 12 meses em que a Selic ficou abaixo de 8,5%, desde 11 de julho de 2012 até 11 de julho deste ano.


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