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Estado de Minas

Salário mínimo de até R$ 724 vai pesar no bolso dos patrões

Piso nacional valerá a partir de janeiro. Quem precisa de serviços domésticos deve sentir mais o rejuste


postado em 19/12/2013 06:00 / atualizado em 19/12/2013 07:34

O salário mínimo sempre aumenta mais que o nosso. Se a gente recebesse com base no piso nacional, o impacto no nosso orçamento certamente seria menor(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press - 19/7/12)
O salário mínimo sempre aumenta mais que o nosso. Se a gente recebesse com base no piso nacional, o impacto no nosso orçamento certamente seria menor (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press - 19/7/12)

O salário mínimo deverá ficar entre R$ 722 e R$ 724 no próximo ano. A boa notícia dada ontem pela presidente Dilma Rousseff, entretanto vai pesar mais no orçamento dos patrões, principalmente daqueles que precisam de serviços domésticos – mesmo que o reajuste de 6,6% represente aumento real de 0,8%, o menor verificado nos últimos anos. Em 2013, o salário mínimo teve aumento real de 2,7%, e em 2012, de 7,6%. É que além dos R$ 46 a mais, os encargos trabalhistas, como recolhimento ao INSS e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), esse ainda não obrigatório, vão aumentar.

A relações-públicas Ana Cristina Carneiro Teixeira, que depende da empregada para cuidar de sua filha Luiza, de 11 anos, questiona o aumento do mínimo, que, segundo ela, não acompanha os rendimentos do seu salário. “O salário mínimo sempre aumenta mais que o nosso. Se a gente recebesse com base no piso nacional, o impacto no orçamento certamente seria menor, mas a proporção não é a mesma”, argumenta. Os gastos de Ana Cristina, que incluem o salário mínimo, parte do INSS e o vale-transporte, quase chegam a R$ 1 mil e serão maiores a partir de janeiro.

Para o contador Edvar Dias Campos, que é coordenador estadual do Programa de Voluntariado do Conselho Regional de Contabilidade de Minas Gerais (CRCMG), no momento de reajuste do salário é importante que os patrões se atentem às novas despesas e planejem seus custos. “Os encargos vão aumentar proporcionalmente. Se a alta foi de 6,6%, além do salário, o INSS e o FGTS ficarão mais caros imediatamente a partir de fevereiro”, diz. “Já o 13º salário, uma possível rescisão e as férias custarão mais a longo prazo”, acrescenta. Outra alta que deve ser observada, segundo Campos, é a do transporte, que  tradicionalmente também é reajustado no início do ano e com o mínimo deve pesar no bolso dos patrões.

A elevação do salário mínimo, atualmente em R$ 678, no valor anunciado pela presidente Dilma ontem, foi aprovado pelo Congresso Nacional na terça-feira dentro do Orçamento de 2014, e valerá a partir de 1º de janeiro. O aumento vai causar impacto de R$ 250 milhões na Previdência Social, que já acumula déficit acima de R$ 40 bilhões. “Sempre arredondamos para cima o salário mínimo, mas o patamar é esse, entre R$ 722 e R$ 724, com esse viés de alta”, disse Dilma em entrevista a uma rádio do Recife.

O reajuste do piso nacional é feito com base na fórmula que leva em conta a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos atrás somado à inflação do ano anterior, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). O valor final é definido por decreto da Presidência da República. A proposta inicial do Executivo era de R$ 722,90.

DESEMPREGO

Segundo indicador medido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o medo do desemprego avançou, principalmente entre os que ganham entre cinco e 10 pisos nacionais. O Índice Medo do Desemprego (IMD) passou de 72,5 pontos em setembro para 73 pontos em dezembro. Apesar de pequena, a variação preocupa porque representa a terceira elevação consecutiva do indicador, afirma a entidade.

Nas famílias que recebem até cinco salários mínimos o temor é mais intenso: saltou de 70,6 pontos para 78,8 pontos no mesmo período, registrando alta de 8,2 pontos. Entre os que têm vencimentos na casa dos cinco a 10 mínimos, a ansiedade é ainda mais acentuada e subiu acima de 10 pontos no último trimestre: foi de 70,6 pontos para 81,2 pontos.


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