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Estado de Minas

Maioria dos municípios mineiros tem nível baixo de competitividade

Pesquisa mostra que maioria dos municípios mineiros tem nível baixo ou muito baixo na manutenção de um ambiente favorável aos negócios. Estudo aponta potencial das regiões


postado em 09/12/2013 06:00 / atualizado em 09/12/2013 07:39


Praticamente oito em cada 10 cidades do estado têm um nível de competitividade classificado como baixo ou muito baixo. É o que mostra o Índice de Competitividade dos Municípios Mineiros/2013, elaborado pelo Sebrae Minas com o objetivo de sintetizar um conjunto de informações que indicam a capacidade dos 853 municípios do estado e de suas micro e macrorregiões em manter um ambiente favorável aos negócios dos pequenos empreendimentos. O indicador, cujas notas oscilam de zero a 100, distribui as cidades em cinco grupos: muito baixo nível de competitividade (pontuação de zero a 20), baixo nível (de 20,01 a 40), médio nível (40,01 a 60), alto nível (60,01 a 80) e muito alto nível (80,01 a 100).

O Estado de Minas teve acesso com exclusividade ao estudo, que será divulgado esta semana pelo Sebrae. A pesquisa aponta características locais que podem gerar vantagens competitivas ou criar obstáculos para o desenvolvimento das empresas. O levantamento revela que 660 municípios – o que corresponde a 77,37% das 853 cidades mineiras – tiveram notas baixa (491 lugares) ou muito baixa (169). Houve uma pequena melhora em relação à pesquisa de 2012, quando 678 municípios (79,4%) tiveram pontuações baixa ou muito baixa.

Na mesma base de comparação também melhorou um pouco a situação das cidades que integram o grupo do nível médio de competitividade, de 150 para 159, e daquelas com nível alto, de 23 para 31. Apenas três municípios foram classificados com alto nível de competitividade. Fazem parte da seleta lista: Belo Horizonte (100 pontos), Uberlândia (82,62) e Nova Lima (81,21). Esta última, na edição passada, fazia parte do grupo imediatamente abaixo – sua pontuação era de 74,7. As notas permitiram ao Sebrae elaborar o ranking com as 853 cidades mineiras. No fim da fila está Setubinha, no Vale do Mucuri, a cerca de 500 quilômetros de Belo Horizonte. Com aproximadamente 12 mil moradores, a cidade obteve pontuação zero.

“O índice geral mostra a capacidade das cidades em criar e manter um ambiente favorável aos negócios (dos micro e pequenos empresários). Um indicador favorável pode criar tanto oportunidades (como atração de aportes privados) quanto limitar o desenvolvimento dos negócios. Há municípios com infraestrutura tão fraca que cria dificuldade para a instalação de, por exemplo, uma indústria”, disse Venússia Santos, analista da Unidade de Inteligência Empresarial do Sebrae Minas. O índice geral, destaca ela, é elaborado com base em cinco subíndices.

Cada subíndice, assim como a pontuação geral, também oscila de zero a 100. O primeiro é a “performance econômica” e abrange aspectos relacionados à remuneração, ao emprego e até ao comércio internacional. O segundo é a “capacidade de alavancagem do governo”, que trata, entre outros assuntos, da saúde das finanças públicas. O “quadro social”, que engloba indicadores nessa área, também é analisado. Da mesma forma, “infraestrutura”, que também compreende o meio ambiente. O último subíndice é “suporte aos negócios”, que leva em conta instituições de apoio, como o próprio Sebrae.

NOTA MÁXIMA


Neste último subíndice, Belo Horizonte foi a única cidade a obter nota 100. Lúcio Aleixo, dono da loja Clube dos 13, especializada em artigos esportivos e com duas unidades na capital, sabe bem da importância de como instituições de apoio ajudam a decolar os negócios de micro e pequenos empresários. Desde o ano passado ele participa do programa Minas Franquia, do Sebrae. Resultado: Lúcio negocia a ida de sua marca para várias cidades mineiras e para fora do estado.

“A franquia nada mais é do que a duplicação de um negócio de sucesso. É um atalho para o crescimento da empresa. A vantagem de trabalharmos com futebol é poder atender todas as classes sociais”, disse Lúcio, que abriu a primeira loja, na Savassi, há sete anos. A segunda, no shopping Estação BH, foi inaugurada no ano passado. O empresário lista algumas das cidades em que há comerciantes interessados em sua marca: “Estamos negociando com (possíveis) franqueados de Curitiba (PR), Pedro Leopoldo, Uberlândia, Juiz de Fora, Manhuaçu, Poços de Caldas…”.

Poços de Caldas, aliás, foi uma das cidades cuja nota subiu de 2012 para 2013. O aumento da pontuação elevou o município da 9ª para a 6ª posição no ranking atual. Varginha, que estava em 16º no ano passado, saltou para o 7º lugar. “Embora tenham ocorrido mudanças no ranking dos municípios, as variações dos índices foram pequenas e não alteraram o nível de competitividade das cidades”, analisa Venússia Santos, do Sebrae.

Avanços tímidos

O Sebrae-MG também calculou o índice de competitividade por macrorregião. O mapa do estado foi dividido em oito áreas, segundo a área de planejamento da própria instituição. Nenhuma delas foi classificada com nível de competitividade alto ou muito alto. “Apesar de algumas cidades terem (nota) alta, o indicador é impactado pela quantidade de municípios com índices baixos”, concluiu Venússia Santos, analista da Unidade de Inteligência Empresarial do Sebrae-MG.

Oito das duas regiões – Centro e Triângulo Mineiro – obtiveram nível médio de competividade, com, respectivamente, notas 54,83 e 45,96. Já as regiões Sul (índice geral de 36,95), Zona da Mata (33,25), Rio Doce (29,17) e Noroeste (23,35) foram classificadas como baixo nível de competitividade. Os piores resultados foram o das regiões Norte (17,87) e Jequitinhonha/Mucuri (8,31), agrupados entre os com muito baixo nível de competitividade.

Os dados, segundo a análise dos técnicos do Sebrae que organizaram o ranking, reforçam “a importância de planejamentos distintos para regiões com características competitivas também diferentes”. Dessa forma, continua a análise no documento, “pode-se atuar sobre aspectos mais relevantes de cada localidade”.

De 2012 para 2013, embora nenhuma das oito macrorregiões tenham alcançado nível de competitividade alto ou muito alto, sete delas apuraram aumento nas notas. É bom frisar que foram aumentos tímidos. O índice geral da Região Centro passou de 52,88 para 54,83; na Sul, de 36,86 para 36,95; na Norte, de 17,45 para 17,87; na Zona da Mata, de 32,64 para 33,25; na do Rio Doce, de 28,39 para 29,17; na do Triângulo Mineiro, de 44,69 para 45,96; na dos vales do Jequitinhonha e Mucuri, de 7,83 para 8,31.

RECUO Houve queda apenas na Região Noroeste, com o índice geral recuando de 24,04 para 23,35. Em relação aos municípios, o Sebrae concluiu que as cidades que “apresentaram o pior ambiente para o desenvolvimento dos negócios em termos econômicos, sociais, de infraestrutura, de suporte aos negócios e de capacidade de investimento do governo foram Setubinha, Santo Antônio do Retiro, Frei Lagonegro, Bonito de Minas e São João das Missões” (veja quadro).

METODOLOGIA
Responsável pelo ranking, o Sebrae esclareceu que, “como referência metodológica, utilizou-se o Índice de Competitividade das Nações, calculado pelo International Institute for Management Development (IMD), caracterizado como capacidade de o país criar e manter um ambiente competitivo para as empresas”. Tal indicador é publicado no Anuário da Competitividade Mundial (World Competitiveness Yearbook – WCY) desde 1989. No Brasil, a Fundação Dom Cabral atua como parceira do IMD.


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