O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, cogitou nesta quinta-feira, 28, a possibilidade de o governo ter de recorrer a uma fórmula para equilibrar possíveis perdas para os poupadores. O tema chegou nesta quarta-feira, 27, ao Supremo Tribunal Federal (STF) e foi motivo de sustentação das partes nestas quarta e quinta-feira.
Perguntado sobre se haveria risco neste caso também, Adams concordou, mas disse que é preciso avaliar como esse processo se dará. "Por conta da Caixa (Econômica Federal), com certeza, e com o sistema como um todo", considerou. A Caixa, de acordo com cálculos do Poder Executivo, responderá sozinha por um custo de R$ 49 bilhões do total de R$ 149 bilhões previstos pela União como um todo.
Segundo ele, a função do Executivo é a de levantar os valores de risco e que, portanto, não faz terrorismo, como disseram advogados que defendem os poupadores. "O tribunal, ao decidir, pode dizer: para minimizar o risco, o efeito dessa decisão terá um tipo de diluição no tempo, mas ele pode também não decidir", disse.
Adams admitiu, porém, que nem todo o valor de R$ 149 bilhões pode entrar, de fato, na conta do governo. Afinal, o STF pode considerar que alguns planos econômicos são constitucionais e outros, não. Além disso, também poderá haver diluição do impacto desses recursos ao longo do tempo.