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Estado de Minas

Ativos são saída para a Petrobras

Sem definição sobre reajuste da gasolina, empresa negocia subsidiária no Peru por US$ 2,6 bi para equilibrar o caixa


postado em 14/11/2013 06:00 / atualizado em 14/11/2013 06:44

 Ainda sem uma definição do governo sobre o novo modelo de fixação dos preços dos combustíveis, pedido em público pela sua presidente, Graça Foster, a Petrobras continua apelando aos únicos instrumentos de que dispõe para equilibrar o caixa: cortar custos e vender ativos. Até a resposta que o controlador terá de dar sobre o polêmico gatilho de reajustes da gasolina e do diesel, prevista para a próxima reunião do conselho de administração, no dia 22, analistas e investidores acompanham de perto o plano de ajustes financeiros.

A Petrobras tem pressa. A desistência do Planalto de autorizar um segundo aumento nas tabelas da refinaria este ano já levou a estatal a uma perda de R$ 14,1 bilhões no acumulado anual até agosto, segundo cálculos do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE). Com isso, o prejuízo médio mensal tem ficado na casa de R$ 1,8 bilhão.

O último e inesperado reajuste foi dado em 30 de janeiro, de 6,6% para gasolina e 5,4% para o diesel. A expectativa era de pelo menos mais 6% ainda este ano, para reduzir a forte defasagem em relação aos preços no extreior. Para ampliar a tensão, cresce o temor de que a forte variação cambial dos últimos dias tenha confirmado a perda de oportunidade de o governo ter feito uma adequação dos valores, no mês passado.

Dentro de sua meta de se desfazer de US$ 9,9 bilhões em negócios no exterior durante o período 2013–2017, conforme prevê o plano de negócios anunciado em março, a petroleira divulgou ontem a venda de sua subsidiária integral no Peru para a China National Petroleum Corporation (CNPC), por US$ 2,6 bilhões. A estatal chinesa é sócia da Petrobras no consórcio vencedor do leilão do Campo de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos (RJ). A conclusão da transação ainda depende da aprovação dos governos chinês e peruano. Na véspera, o conselho da Petrobras realizou reunião extraordinária, na qual aprovou propostas de incorporação das subsidiárias PIFCo e CRSec, com o objetivo de simplificar sua estrutura societária.

A tendência é de o noticiário sobre a Petrobras continuar agitado, em meio aos “desinvestimentos” da companhia e os rumores sobre aumento dos preços de combustíveis. O Ministério da Fazenda resiste à metodologia de reajuste automáticos, mesmo admitindo que falta previsibilidade de receitas e que a dívida da companhia está numa zona perigosa, em torno de 35% do valor patrimonial.

A gasolina é um dos produtos que mais interferem na inflação e no desempenho da economia. Assim, mexidas nas tabelas dos postos vêm sendo evitadas. Pela proposta apresentada pela diretoria da Petrobras em 25 de outubro, os próximos aumentos seriam automáticos em periodicidade a ser definida e com índices baseados nas cotações internacionais dos derivados, taxa de câmbio e outros dados.

Carolina Flesch, analista do BB Investimento, acredita que as ações da Petrobras continuarão oscilando conforme as informações contra e a favor da mudança. “Inevitavelmente, os papéis vão reagir fortemente, seja para cima ou para baixo, após o anúncio do resultado da próxima reunião do conselho”, observou. Ontem, as ações ordinárias (ON) da companhia avançaram 2,42% e as preferenciais (PN) 2,05%.

 


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