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Estado de Minas

Petrobras dribla variação cambial

Companhia usa mecanismo contábil para contornar perdas com alta do dólar e lucra R$ 6,2 bi no segundo trimestre


postado em 10/08/2013 06:00 / atualizado em 10/08/2013 07:12

A Petrobras registrou lucro líquido de R$ 6,2 bilhões no segundo trimestre, ante o prejuízo de R$ 1,3 bilhão registrado em igual período de 2012. Na comparação com o primeiro trimestre deste ano, o lucro recuou 19,4%. A receita subiu 8,2%, para R$ 73,63 bilhões, na comparação anual, impulsionada pelos reajustes dos preços da gasolina (14,9%) e do diesel (21,9%) acumulados desde o ano passado. A expansão da receita com combustíveis foi parcialmente compensada pela queda na produção.


Graças à forma de contabilidade recém-adotada, chamada de hedge accounting e que dilui o efeito das variações cambiais nos balanços seguintes, a estatal conseguiu evitar um segundo trimestre no vermelho. Perdas financeiras de R$ 7,98 bilhões, ao todo, geradas pela alta do dólar não figuraram no balanço. O mecanismo contábil também autoriza que parte dos passivos em moeda norte-americana seja usada como proteção para ganhos de exportação.


Na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa), a expectativa da divulgação do balanço com lucro, logo depois do fechamento do pregão, ditou o ritmo das negociações dos papéis da companhia. As ações preferenciais (PN) se valorizaram em 2,58%, fechando a R$ 17,08. As ordinárias (ON) avançaram, por sua vez, 2,40%, para R$ 16,19. Desde junho, a valorização do dólar frente ao real havia derrubado o valor das ações da Petrobras, segundo levantamento da consultoria CMA, divulgado ontem. No período, o real barateou 7,52%, um tombo de R$ 41 bilhões no valor de mercado da Petrobras no período analisado.


Em junho, a empresa valia R$ 252 bilhões. Apesar da melhora, analistas temem que a alta do câmbio produza novos estragos sobre a performance financeira da estatal. O maior efeito negativo do dólar está no fato de a Petrobras pagar mais caro pela gasolina importada, sem repassar a diferença de preços aos consumidores. A empresa tem dívidas e investimentos cotados em dólar e, para piorar, terá de assumir 30% da exploração na área do pré-sal.

Sinais de melhora da demanda de compras da China elevaram os preços do barril de petróleo nos Estados Unidos. Os contratos futuros ganharam, em média, US$ 2,50, também pressionados pelo receio de cortes na oferta do Oriente Médio. O contrato mais negociado, com entrega para setembro, ganhou US$ 2,57 o barril, fechando a US$ 105,97.


Alívio na bolsa e queda do dólar

O Ibovespa, índice das principais ações negociadas na bolsa brasileira, encerrou a semana com a terceira alta, que ontem foi de 1,93%, e no período acumulado alcançou variação de 2,89%. O dólar comercial fechou em queda de 0,53%, cotado a R$ 2,2720 para venda, mas manteve valorização no mesmo nível em 30 dias. As boas notícias referentes ao comportamento da economia chinesa parecem ter animado os investidores, dando sinal de que a segunda maior economia do planeta poderá crescer mais do que imaginam os analistas das consultorias financeiras.


A produção da indústria chinesa cresceu 9,7% em julho, ao passo em que o comércio registrou melhora de 13,2% dos negócios no mês passado. Para o Brasil, os números são bons, devido ao fato de a China ter se transformado no maior parceiro comercial do país, como principal comprador de minério de ferro, matéria-prima que lidera as exportações brasileiras. Isso explica por que os resultados ajudaram as ações da mineradora Vale. Os papéis encareceram 3,24% ontem, alcançando R$ 30,90.


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