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Estado de Minas

Captação recorde para a poupança

Caderneta registra R$ 2,6 bi em depósitos em abril. No 1º quadrimestre, valor aplicado também é o maior da história


postado em 08/05/2013 06:00 / atualizado em 08/05/2013 06:51

A poupança continua a ser a modalidade de investimento preferida no país. Mesmo com rentabilidade real negativa de 1,2% no acumulado de 12 meses, registrou recorde de captação para meses de abril: R$ 2,6 bilhões foram depositados em instituições financeiras no mês. Segundo dados divulgados ontem pelo Banco Central, a captação de recursos no primeiro quadrimestre do ano chegou a R$ 13,2 bilhões, também uma cifra nunca antes registrada neste período do ano. Para analistas, a falta de conhecimento somada ao cenário incerto no mercado financeiro tem causado uma fuga de recursos, até então aplicados na bolsa e em fundos de investimento, para a caderneta.

Os dados do BC mostram ainda que no mês passado os depósitos somaram R$ 116,8 bilhões, e os saques, R$ 114,24 bilhões. Em abril, de acordo com o BC, os depósitos na caderneta de poupança somaram R$ 116,85 bilhões, ao mesmo tempo em que as retiradas de recursos totalizaram R$ 114,24 bilhões. Com o ingresso desses recursos, o saldo total de dinheiro aplicado na caderneta de poupança chegou a R$ 518 bilhões. Esse estoque, comparado a dezembro de 2012, quando haviam aplicados
R$ 496 bilhões, cresceu 4,44%. “O brasileiro continua a colocar seu dinheiro na poupança porque não tem o hábito de fazer conta e pesquisar. A rentabilidade real, que exclui a inflação, está negativa”, alertou Felipe Chad, sócio-diretor da corretora DX Investimentos.

Desde maio do ano passado, as regras da poupança mudaram e quem fez depósitos a partir daquele mês passou a ter uma rentabilidade menor. As aplicações feitas depois das alterações nas normas de funcionamento da caderneta rendem, atualmente, o equivalente a 70% da taxa básica de juros (Selic), ou 5,25% ao ano. Se a Selic sobe, a rentabilidade da caderneta também aumenta. Na regra antiga esse lucro era de 6,17% ao ano mais a Taxa Referencial (TR).

Perdas para a inflação


Para Chad, o poupador precisar pesquisar mais antes de decidir onde colocar seu dinheiro. “Atualmente quem coloca o dinheiro na caderneta está perdendo para a inflação”, observou. Segundo ele, existem fundos de investimento chamados de multimercado — que têm mais flexibilidade para dividir os recursos entre renda fixa e variável — e que oferecem um retorno mais próximo da taxa Selic ou até mesmo superior. Mas o cliente precisa ficar atento à taxa de administração e descontá-la da promessa de ganho desses fundos. Se o valor for maior que a inflação, isso significa que o investimento é vantajoso. Ele sugere ainda ações e fundos de ações, principalmente as classficadas como mid e small caps, cujos papéis são de empresas médias e de pequeno porte. Ele alerta, porém, que as mais interessantes no momento são as de varejo, do setor de seguros e as que pagam dividendos.

Paulo Gala, estrategista da Corretora Fator, faz avaliação semelhante. “Ainda dá para ganhar dinheiro na bolsa com essas ações”, afirmou. Segundo ele, existe “potencial de crescimento e de geração de valor entre essas empresas”. Na visão de Chad, a bolsa é uma boa opção, mas apenas para os que podem esperar pelo menos cinco anos para usar o dinheiro. “A bolsa americana, ontem, bateu seu recorde histórico ao superar 15 mil pontos. Isso significa que em algum momento os mercados lá fora vão ficar caros e os investidores vão olhar para o Brasil, o que vai puxar nossa bolsa”, argumentou.


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