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Estado de Minas

Cadastro e médico ampliam a redução

Laboratórios oferecem 45% de desconto para clientes cadastrados, mas percentual sobe com aval do doutor


postado em 28/04/2013 07:00 / atualizado em 28/04/2013 08:18

Zulmira Furbino

Além de pesquisar preços e negociar com os vendedores, os consumidores que fazem uso contínuo de medicamentos ou que necessitam de um remédio por tempo prolongado conseguem economizar também ao recorrer aos fabricantes e se cadastrar nos laboratórios. A professora Maura Teresinha Ferreira compra costumeiramente o medicamento Eranz para a mãe, que sofre do mal de Alzheimer. Sem desconto, o remédio custa mais de R$ 500. Com o cadastro no laboratório, custa 45% menos. Para comprar os outros medicamentos necessários à manutenção da saúde de sua mãe, Maura Teresinha não abre mão de fazer uma cotação de preços. “Faço isso habitualmente e costumo conseguir descontos em alguns casos”.

Segundo o cardiologista Paulo Alves de Oliveira, os descontos que os laboratórios oferecem aos clientes cadastrados envolvem o próprio paciente e a farmácia, mas não deixam de ser um elo com o médico. “Antes, o paciente visitava o médico, que receitava o medicamento e fornecia um número 0800 por meio do qual conseguia o desconto. Isso foi proibido pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) há três anos”, lembra. Agora, de acordo com ele, o paciente faz um cadastro no laboratório e consegue comprar medicamentos de custo mais alto com cerca de 50% de desconto, informando o CRM do médico. “Isso continua sendo uma forma de os laboratórios monitorarem o que os médicos estão receitando”, alerta.

A concorrência entre os laboratórios também favorece os consumidores. Segundo Rilke Novato Públio, vice-presidente da Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar), a guerra de preços dos medicamentos no país foi acirrada nos últimos seis anos com a diferença de preços oferecidos pelos laboratórios e pela concorrência entre as redes de drogarias nas metrópoles. Além disso, o mercado farmacêutico cresceu com a entrada em cena dos consumidores da nova classe média, que passaram a ter renda suficiente para comprar os remédios de que precisam.

Em 2012, as vendas do mercado farmacêutico cresceram 16% em comparação com o ano anterior. “O Brasil caminha para o quarto lugar do mundo no consumo de medicamentos e deverá superar a Inglaterra nesse quesito. Hoje, os maiores consumidores são Estados Unidos, Japão, Alemanha e Inglaterra. Em 2013, a previsão é de que os gastos dos brasileiros com medicamentos cheguem a R$ 70 bilhões, com expansão de 12% em relação ao ano passado.

HÁBITOS Os consumidores de medicamentos em Belo Horizonte, em sua maioria, fazem  suas compras nas drogarias uma vez ao mês. Além disso, preferem comprar em farmácias de bairro ou em pequenas redes locais, recebem orientação dos médicos e também de farmacêuticos e, na hora de comprar medicamentos, ouvem inclusive os balconistas. Nada menos do que 39% da população da capital mineira compra remédios mensalmente, mas 18% o fazem por orientação dos balconistas dos estabelecimentos farmacêuticos.

Esses são alguns dos resultados do Primeiro Levantamento Nacional sobre o Perfil de Consumo de Medicamentos no Brasil, realizado pelo  Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ – pós graduação para farmacêuticos) e o Datafolha. A pesquisa foi feita em 12 capitais brasileiras. De acordo com Marcus Vinicius Andrade, diretor-executivo do ICTQ, a ideia é contribuir com o desenvolvimento e a evolução do mercado farmacêutico no Brasil.

“Acreditamos que estudos inéditos como esse podem evidenciar aspectos importantes sobre o perfil do consumidor de medicamentos no Brasil”, afirma Andrade. Ainda segundo ele, a iniciativa também pode mapear o perfil dos estabelecimentos de saúde (farmácias e drogarias) e da indústria de medicamentos no país.


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