(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Cartão-postal de BH pede socorro


postado em 08/04/2013 06:00 / atualizado em 08/04/2013 07:28

No entorno da Lagoa da Pampulha, imóveis à venda ou disponíveis para aluguel denunciam a má qualidade da água e outros problemas (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press )
No entorno da Lagoa da Pampulha, imóveis à venda ou disponíveis para aluguel denunciam a má qualidade da água e outros problemas (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press )

Sete décadas depois de os traços tortuosos do jovem arquiteto Oscar Niemeyer darem vida ao complexo arquitetônico da Pampulha, a região idealizada no entorno da lagoa artificial pelo político Juscelino Kubitschek enfrenta forte decadência e vê uma fuga de antigos moradores da orla – por muitos considerada o principal cartão-postal da capital. A mescla de poluição, mau cheiro e o latente risco de doenças – como a dengue –, além de problemas do trânsito até o Centro da cidade, são fatores críticos na decisão de proprietários de alugar ou vender casas e lotes às margens da lagoa. Se décadas atrás a Pampulha era o oásis para os endinheirados de Belo Horizonte, de uns anos para cá outras lagoas e balneários do interior substituíram a criação de Niemeyer na preferência dos mineiros.

Para a aposentada Júlia Becattini, a saída dos filhos da Pampulha foi fator decisivo para que ela também cruzasse a cidade para viver em um apartamento no Bairro Funcionários. “Dá dó ver tanta casa para alugar e vender. Aquelas casas eram de gente importante da sociedade”, afirma ela, reiterando: “Saímos da Pampulha na hora certa”.

Apesar de dizer amar a região, onde ainda vai aos domingos para caminhar, Júlia diz que o ambiente hoje é bem diferente. “Eu vivi a melhor fase da Pampulha. O comprador da minha casa teve que instalar oito câmeras e vive um verdadeiro big brother, enquanto eu posso dizer que estou no paraíso”, relata a aposentada, que há um ano vive bem pertinho de outro cartão-postal de BH – a Praça da Liberdade.

Projeto de vida semelhante pretende adotar a aposentada Maria da Conceição Vilela. Ela e o marido tentam, há dois anos, vender a casa de quase 400 metros quadrados de área construída em um lote de 2 mil metros quadrados para comprar um apartamento com dimensões menores. O motivo: há 25 anos, quando se mudou para lá, o bairro mais parecia uma cidade do interior, mas hoje a poluição sonora é um incômodo. “Abre casa de festa em casa esquina. Mudou bastante o perfil. A gente tem muito pesar mesmo”, observa. (PRF)


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)