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Estado de Minas

Eike Batista vai faturar R$ 40 milhões com marina


postado em 03/04/2013 08:31

O empresário Eike Batista pretende multiplicar por quatro o faturamento da Marina da Glória com seu projeto de reforma e arrecadar, por ano, até R$ 40 milhões com a locação da área para eventos, além de cobrar pelo uso de novas lojas, vagas para barcos e do estacionamento, que seria ampliado de 200 para 600 vagas. A cifra foi revelada ontem pelo representante da concessionária REX Marco Adnet, em audiência pública realizada na Câmara Municipal do Rio para debater o projeto para a Marina, no Parque do Flamengo, tombado em 1965.

“Com o novo projeto, esperamos sair de um faturamento que gira entre R$ 8 milhões e R$ 10 milhões para algo na ordem de R$ 30 milhões a R$ 40 milhões”, disse Adnet. A audiência foi marcada pela ausência da superintende do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Rio, Cristina Lodi. Segundo assessores, ela estava em Brasília a trabalho.

No fim de janeiro, o Iphan aprovou anteprojeto da REX para a Marina, após mudanças na volumetria da construção prevista, com cerca de 15 metros de altura, e na ocupação de uma área originalmente destinada a piqueniques e de um bosque.

O projeto final do arquiteto Índio da Costa depende de aprovação do Conselho Consultivo do Iphan. Adnet disse esperar uma decisão até o fim deste mês. A obra, segundo ele, precisa ser iniciada neste ano para ficar pronta até dezembro de 2015, quando o local deverá ser usado para a realização de um teste para a Olimpíada de 2016. “Nossa intenção é começar em agosto para entregar até agosto de 2015, no máximo setembro.” O processo de licenciamento ambiental, em geral demorado, só começará após eventual aprovação do Iphan.


Adnet acrescentou que negocia interferências no projeto desde 2010 e que “agora o Iphan tem em mãos todos os elementos para a sua decisão final”. “(Com a aprovação neste mês), acredito que até junho os órgãos municipais possam liberar suas licenças. Restando ainda a validação do Ministério Público e do juízo, ao qual impetramos recurso, para a liberação das obras. São prazos otimistas, mas possíveis.”

Único representante da prefeitura na audiência, o presidente do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, Washington Fajardo, defendeu o projeto de Eike. “Preliminarmente, tem qualidades arquitetônicas e traz melhorias em relação à situação que temos hoje”, afirmou Fajardo.

Críticas

O vereador Paulo Messina (PV) afirmou que as contrapartidas oferecidas pela empresa, entre elas a recuperação da área de piqueniques e do bosque, são obrigações. Segundo ele, o projeto servirá apenas para dar lucro à REX, braço imobiliário de Eike. “Não sei o que estão propondo de benefício para a população”, disse Messina. Adnet rebateu e afirmou que a exploração de eventos e de espaços comerciais está prevista na concessão.

O vereador Eliomar Coelho (PSOL) criticou o fato de usuários da Marina não terem sido ouvidos na audiência e questionou a criação de mais 400 vagas sem estudo do impacto no trânsito. “O projeto precisa de viabilidade técnica e econômica, mas acima de tudo social. A área é pública”, disse Coelho.

Para Fajardo, há “preconceito” contra a empresa de Eike. “Feliz é a cidade que tem grandes empresários. A Lota Macedo, que criou o Aterro, é filha de um grande empresário da época. O que tem de ser levado em consideração é o ponto de vista técnico, que o projeto se adeque bem à área.” José Marcondes, da associação de moradores da Glória, apoiou a proposta e foi vaiado por ocupantes da galeria. Um representante dos hotéis Windsor elogiou o projeto, dizendo que a localização “é perfeita” para um centro de convenções.

Hoje, a REX é obrigada a destinar 8% do lucro com a Marina para a prefeitura. Segundo Adnet, está em discussão mudança na fórmula. “A remuneração ocorreria por porcentual do faturamento, e não mais do lucro.”


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