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Estado de Minas

Contratações estão com fôlego mais fraco

Geração de vagas em fevereiro fica 0,31% acima do registrado em janeiro, mas cai 18% na comparação com igual mês de 2012


postado em 21/03/2013 06:00 / atualizado em 21/03/2013 06:52

O mercado de trabalho está sentindo a perda de fôlego da economia. No mês passado, a criação de vagas com carteira assinada teve o pior resultado desde fevereiro de 2009, quando o país sentiu em cheio os efeitos da crise financeira mundial. Em 2013, foram criadas 123,4 mil vagas no mercado formal, alta de 0,31% frente a janeiro, mas resultado 18% menor que o registrado no mesmo mês do ano passado. Em Minas Gerais, a contratação também foi freada. No estado foram abertas 9,9 mil vagas no mês passado, alta de 0,24% frente ao mês anterior, mas queda de 52,8% na comparação com fevereiro de 2012. Os números foram divulgados no Cadastro Geral de Empregos (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Apesar da fraca expansão das vagas formais, que acompanham o baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que no ano passado avançou 0,9%, o ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, considerou que a expansão pode sinalizar para uma reação do mercado. No acumulado do ano, o emprego cresceu 0,43% no país e 0,46% em Minas, sendo que nos últimos 12 meses a expansão no país foi de 2,89% e de 2,94% no estado.

Pesquisa do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que no ano passado, em 94,6% das negociações salariais fechadas no país, houve aumento real, acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o maior percentual desde 1996. “Embora esses indicadores pareçam contrários, eles apontam para a mesma direção”, diz o professor de economia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Mário Rodarte.

Segundo o especialista, o reajuste acima dos custo de vida demonstra maior poder de negociação do trabalhador, motivado também pela disputa do mercado de trabalho pela mão de obra com alguma qualificação. Já a expansão em menor ritmo dos postos de trabalho, além da sazonalidade do primeiro trimestre do ano, no qual o volume de contratações é tradicionalmente menor, aponta para uma manutenção do mercado com baixo índice de desemprego. “Existe uma tendência de manutenção da qualidade do emprego, sem grande expansão do mercado de trabalho, que esbarra nos limites da própria oferta”, diz Rodarte.

Em Minas Gerais a maior abertura de vagas ocorreu no setor de serviços com 6.164 vagas, seguida pela indústria de transformação, com 4.127 postos de trabalho. O comércio fechou 2.951 vagas. A maior geração de empregos no país foi verificada no setor de serviços (0,51%), seguida pela construção civil (0,50%) e indústria (41%). De acordo com o MTE, em termos geográficos a expansão aconteceu em praticamente todas as regiões, com destaque para o Sudeste (0,76%) e Sul (0,67%). A única exceção foi a Região Nordeste, com queda de 15.881 postos de trabalho (- 0,25%) por conta da sazonalidade do setor sucroalcooleiro.

O consultor e professor de economia, Adriano Porto, considera que o crescimento do salário mínimo deve ativar o consumo ao longo do ano, mantendo a geração de emprego. Ele aponta que a recuperação da economia mundial, com o crescimento das exportações, tem peso relevante nos resultados do mercado de trabalho, assim como os investimentos.

Negociações

Segundo o Dieese, em 2012, o valor médio do aumento real dos acordos trabalhistas foi de 1,96% acima do INPC-IBGE, o maior do período analisado. Em 2011, o resultado ficou 1,34% acima da inflação. Segundo o departamento, 4,1% das negociações feitas no ano passado conquistaram reajustes em percentual igual a inflação, e em apenas 1,3% a correção foi inferior. Lúcio Monteiro, técnico do Dieese em Minas, aponta que a maior evolução positiva foi verificada no primeiro semestre do ano, acompanhando o ritmo da economia. Em Minas 95% dos acordos trabalhistas fecharam acima da inflação, 5% no mesmo patamar e nenhum acordo foi fechado abaixo do percentual de crescimento do custo de vida.

 


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