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Estado de Minas

Indústria produz sinal de retomada

Em janeiro, produção cresce 2,5% sobre dezembro e 5,7% sobre o mesmo mês de 2011. Economistas adotam cautela


postado em 08/03/2013 00:12 / atualizado em 08/03/2013 07:02

Victor Martins

Brasília – A indústria deu os primeiros sinais de retomada em janeiro. Depois de terminar 2012 em recessão, apresentou crescimento de 2,5% frente a dezembro – a maior taxa de expansão em 34 meses. Na comparação com igual período do ano passado, o avanço foi de 5,7%. Apesar dos bons números, segundo os analistas, ainda é cedo para garantir que o setor tenha assumido uma trajetória consistente de retomada, sobretudo pela crescente concorrência com os importados e a baixa produtividade da mão de obra e das fábricas. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e mostram ainda que o crescimento alcançou a maioria dos ramos industriais: 18 dos 27 segmentos observados registraram expansão.

 Para o governo, os números divulgados ontem foram um alívio, sobretudo porque os bens de capital, que podem ser usados para expandir a produção, cresceram expressivamente. Na prática, o aumento da fabricação desses itens significa mais investimentos, justamente o que o Palácio do Planalto deseja estimular para diminuir a inflação e impulsionar o Produto Interno Bruto (PIB). Apenas a fabricação desses bens registrou crescimento de 17,3% na comparação entre janeiro e igual mês do ano passado – um desempenho que encerrou 16 meses de recessão nesse ramo da indústria. “Janeiro mostrou um comportamento positivo sobre qualquer detalhamento que se faça. Nos bens de capital, o desempenho foi puxado principalmente por um aumento da produção de carros e caminhões”, explicou André Macedo, técnico do IBGE responsável pela pesquisa.

Segundo o instituto, a produção de equipamentos de transporte obteve crescimento atípico para o mês, registrando um aumento de 61,3%. Em relação a janeiro do ano passado, o acréscimo foi de 206%. O grupo de equipamentos para energia elétrica também apresentou um bom desempenho, cresceu 8,6%. Os demais subsetores, em contraponto, amargaram queda. Bens de capital para construção encolheram 31,5%, agrícola diminuiu 18,5%, produtos para fins industriais registraram um tombo de 3,9% e, para uso misto, 1,9%.

Tendência

Esse bom desempenho do primeiro mês do ano, de acordo com especialistas, pode não se repetir em fevereiro. A tendência, inclusive, é de que o mês apresente retração. “Levando em consideração os indicadores antecedentes, não esperamos que o desempenho de janeiro vá se repetir no mês seguinte”, ponderou Mariana Hauer, economista do banco ABC Brasil. Segundo ela, o Índice de Confiança do Empresário Industrial, medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), apresentou estabilidade entre janeiro e fevereiro, e a produção de caminhões encolheu 1,6% e a de automóveis diminuiu 14,1%. Com esses números, a expectativa é de um resultado fraco ou mesmo negativo no segundo mês de 2013. Newton Rosa, economista-chefe da Sul América Investimentos, afirma que a indústria, apesar de dar os primeiros passos para fora do atoleiro, não deve recuperar o protagonismo no PIB.

 

Desacelerando
A produção de motocicletas encerrou fevereiro de 2013 com um volume total de 123.338 unidades, queda de 19,4% sobre igual período do ano passado, quando foram fabricados 153.113 veículos. Os dados foram divulgados ontem pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo). Quando comparado às 127.209 unidades de janeiro, o volume de produção de fevereiro recuou 3%. No acumulado de janeiro e fevereiro, foram produzidas 250.547 motocicletas, uma retração de 24,1% sobre o primeiro bimestre de 2012. As vendas no atacado – das fábricas às concessionárias – cresceram 8% ante janeiro, para 121.236 unidades.

 


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