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Estado de Minas

Defesa do mercado concentra o debate

Ministros do G-20 criticam a ameaça de guerra cambial e tentam conciliar um compromisso de rigor fiscal com a realidade da frágil recuperação da economia mundial


postado em 17/02/2013 00:12 / atualizado em 17/02/2013 07:29

Moscou — O G-20, grupo que reúne as principais economias emergentes e desenvolvidas do mundo, fez uma crítica generalizada e sem muita ênfase à "guerra de moedas", em apoio a taxas de câmbio fixadas pelo mercado, seguindo declaração feita semana passada pelo G-7, grupo dos países mais industrializados, e atendendo pedido do Brasil. Ficou estabelecido que todos os membros buscarão "se abster de qualquer situação de disputa monetária". A sinalização foi dada ontem no comunicado acertado pelos ministros de finanças e presidentes de bancos centrais do G-20, no encontro de Moscou que serve de preparação para a cúpula dos líderes do grupo, marcada para setembro, em São Petersburgo, Rússia.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, declarou-se satisfeito com a discussão sobre o câmbio no G-20, mas constatou o persistente confronto entre países que defendem austeridade e os que querem mais estímulos para recuperar a frágil economia global. Após conversas mantidas ao longo da noite de véspera, os delegados concordaram em modificar o esboço do comunicado, acrescentando na versão final os compromissos do G-20 de evitar desvalorizações competitivas de divisas e de buscar uma política monetária capaz de levar à estabilidade de preços e ao crescimento.

A política cambial estava no centro das divergências entre as potências ocidentais e a China, acusada de manter o iuane artificialmente baixo para favorecer as suas exportações. Mas as injeções de liquidez do Federal Reserve (FED, o banco central dos EUA) e, mais recentemente, do banco central japonês, que buscaram estimular a economia de seus países, desvalorizando suas moedas locais, o que acaba por valorizar o câmbio de seus competidores, inibindo as exportações destes.

Os emergentes, liderados pelo Brasil, vêm há dois anos denunciando essas práticas. Eles passaram a receber apoio de países europeus, como a França, que apontam na força do euro uma das razões para a demora na saída da crise. Para evitar a onda de desvalorizações competitivas de moedas, os países ricos do G-7 reafirmaram na terça-feira, em um comunicado, que é preciso deixar que o mercado estabeleça por si só as taxas de câmbio.

Apesar disso, não houve críticas às medidas adotadas recentemente pelo Japão para desvalorizar sua moeda, o iene, em 20%. "O Japão apresentou um plano de recuperação e sua política não recebeu censura, porque serve para combater a deflação", explicou Mantega.

Austeridade

O documento do foro revela ainda uma preocupação com a fragilidade da economia global, afetada pela recessão na Eurozona. Prova disso é que planos de estabelecer novas metas percentuais de redução de dívidas foram adiados. A Rússia, que preside neste ano o G-20, espera adiar os objetivos fixados em 2010 em Toronto, onde os países do bloco se comprometeram a reduzir em 2013 seus déficits de então à metade. Alguns países, como a Alemanha, negam-se a fazer muitas concessões.

Nesste contexto, é levantada a questão de como adaptar a política de rigor orçamentário de forma a não acentuar ainda mais a recessão. Segundo o ministro francês da Economia, Pierre Moscovici, continua o debate sobre o ritmo de consolidação fiscal e "o equilíbrio com as estratégias favoráveis ao crescimento".


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