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Estado de Minas

Ano novo e IPI aceleram preços de carro zero

Montadoras reajustam tabela em até 1,4% na virada do ano, o que - somado à alta escalonada do imposto - pode representar até R$ 1 mil a mais no valor dos modelos de motorização 1.0


postado em 03/01/2013 06:30 / atualizado em 03/01/2013 07:10

Especialistas dizem que preço de veículos novos e usados deve voltar aos patamares normais até o meio deste ano (foto: Jair Amaral/EM/D.A/Press)
Especialistas dizem que preço de veículos novos e usados deve voltar aos patamares normais até o meio deste ano (foto: Jair Amaral/EM/D.A/Press)
Quem esperava começar 2013 pagando mais por um carro novo já prevendo a volta do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) vai se surpreender com o aumento adicional dos preços, que pode chegar a 1,4% e já foi repassado pelas montadoras Volkswagen, Chevrolet e Ford aos modelos 2013. O reajuste vem junto com o retorno da alíquota do imposto, que a partir deste mês passará de zero para 2% para carros 1.0, seguindo cronograma de aumento gradual anunciado pelo governo (veja quadro). O consumidor vai arcar com uma conta final até 3,4% mais salgada, depois de sete meses de benefícios concedidos às fabricantes e de muitas delas, inclusive, terem alcançado recordes de vendas, caso da Fiat, que encerrou o ano com 3,634 milhões de automóveis e comerciais leves emplacados.

A montadora sediada em Betim ainda não anunciou o reajuste às concessionárias, que esperam a alta ao longo da primeira quinzena de janeiro. Seria o segundo reajuste da empresa em pouco mais de um mês. Em dezembro, a fabricante elevou os preços de alguns veículos em 1%, em média, como o Fiat500. A
Volkswagen também já havia se antecipado e encareceu a linha Gol em percentual semelhante à concorrente. O gerente de vendas da Automax Fiat, Geraldo Amaral, reconhece que, apesar de a montadora italiana não ter repassado qualquer aumento até agora, os ajustes devem vir. “Serão em doses homeopáticas, na primeira quinzena de janeiro”, garante.

Segundo Carlos Eduardo Martins, gerente de vendas de novos e usados da Recreio, concessionária Volkswagen, o aumento da tabela em 1%, que aconteceu na virada do ano, já era esperado. “É rotineira a mudança nesta época, que, no caso de um veículo popular 1.0, pode representar alta de cerca de R$ 900 a R$ 1 mil no custo total do carro”, calcula. Desde ontem, os preços dos veículos modelo 2013 faturados pela Pisa Ford com a fábrica também já estavam 1% mais altos.

Na Grande Minas, concessionária Chevrolet, a tabela mudou ontem. “O Classic 1.0 teve aumento de 1,4% pela montadora, Cobalt 1.8 subiu 0,67% e o Agile LTZ teve alta de 0,15%, fora o IPI”, conta o gerente de vendas de veículos novos Gustavo Fontes. Para o consultor automotivo Luiz Carlos Augusto, o reajuste já anunciado em algumas concessionárias é considerado normal e está ancorado no aumento dos preços da matéria-prima, mão de obra e até do salário mínimo. “Cada uma aumenta os valores conforme os seus custos e o percentual anunciado agora não é diferente do que já ocorria”, observa. O que significa que o carro brasileiro vai continuar entre os mais caros do mundo, com margem de lucro para as montadoras duas vezes superior à praticada nos Estados Unidos.

ESTOQUES
A escalada de preços, porém, não é suficiente para desanimar o setor, que mantém perspectivas otimistas quanto ao desempenho das vendas em 2013. “O mercado continua muito aquecido e ainda esperamos vendas futuras ocasionadas pela espera de alguns modelos”, reforça Antônio Longuinho, gerente da Pisa Ford. Ele revela ainda haver alguns veículos em estoque para pronta entrega com preço de tabela antiga. A realidade, porém, não vale para todos.

Na Tecar Fiat, apesar da normalização gradual na oferta do Novo Palio, modelos como o Gran Siena e Palio Weekend Adventure e Freemont continuam em falta. “O pedido na fábrica requer uma espera de cerca de 60 dias”, afirma. No caso do Gran Siena, a situação é ainda mais crítica. “Estamos pedindo entre 90 e 120 dias para entrega”, afirma Geraldo Amaral, gerente de vendas da Automax. A grande demanda fez com a que a Fiat adiasse de dezembro para fevereiro as férias coletivas das equipes de produção.

Segundo uma empresa de autopeças fornecedora da gigante do setor automobilístico, a fábrica estaria devendo cerca de 8 mil veículos às concessionárias, daí a necessidade de suspender o recesso de fim de ano. Em nota, a Fiat garantiu que não há modelos em falta e que “podem ocorrer casos pontuais de demora na entrega de versões específicas”. Assim como as concessionárias, a montadora aposta que o mercado “continuará demandante, mesmo com o retorno gradual da incidência de IPI.”

Na Grande Minas, Fontes conta que o tempo de espera, dependendo do veículo escolhido, pode chegar a 120 dias. Esse é o caso, por exemplo, do modelo Cruze Sport6. Outros como Ônix, com motorizações 1.0 e 1.4, e Spin LTZ, levam de 45 a 60 dias para chegar à concessionária. “Os carros em que antes pedíamos 30 dias de espera hoje têm espera de 60 dias”, exemplifica o gerente. A Volks manteve as férias coletivas no final do ano, enquanto Ford e Volkswagen seguiram a Fiat e também suspenderam a paralização típica de fim de ano.


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