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Estado de Minas

Empresas oferecem ajuda para os funcionários controlar as finanças pessoais

Com a ajuda de planejadores de orçamento e investimentos, empresas tentam evitar queda da produtividade de empregado


postado em 04/11/2012 07:30 / atualizado em 04/11/2012 08:38

Com a vida financeira em dia, Regina Soares quer aprender a poupar(foto: Maria Tereza Correia/EM/D.A Press)
Com a vida financeira em dia, Regina Soares quer aprender a poupar (foto: Maria Tereza Correia/EM/D.A Press)
O estresse causado pelas finanças domésticas está entre as principais motivações do absenteísmo nas empresas. Estudo da operadora de seguros de vida Metlife revela que o descontrole nos gastos é responsável pela ausência dos empregados em 58% das 1.450 empresas consultadas no mundo, inclusive no Brasil. As faltas são seguidas pela queda na produtividade, já que, preocupado com o pagamento das contas, empréstimos e financiamentos, o empregado se dedica com menos afinco ao trabalho. O resultado é que, em 78% das companhias, o impacto negativo na produtividade torna-se visível. Atentas não apenas à saúde física como também financeira de seus funcionários, elas têm oferecido incentivos aos colaboradores na tentativa de garantir melhorias no ambiente corporativo.

Há quatro anos no mercado, a WG Finanças Pessoais teve que ampliar o portfólio de serviços para atender a crescente demanda das empresas do aprendizado de planejamento financeiro. “Até o início deste ano, atendíamos apenas pessoas físicas, mas fomos motivados a ampliar o mercado diante da demanda de empresários que queriam oferecer o produto a seus funcionários”, conta o planejador financeiro Lucas Radd. Em reuniões de 40 minutos a uma hora com o colaborador, são discutidos do orçamento doméstico às opções de investimento, no caso de sobrar alguma reserva financeira. Até agora, uma dezena de empresas já foram atendidas pelo grupo de consultores da WG.

“O que se percebe é que cerca de 60% das pessoas, ou seja, a maioria de quem já entrevistamos até agora, está no zero a zero, ou seja, não está endividada, mas também não poupa”, pondera Radd. Uma parcela mínima, de 10% a 15%, tem uma reserva. “Um quarto se enquadra no grupo dos endividados”, acrescenta o especialista. É nessa parcela que são frequentes as insatisfações salariais, pedidos de adiantamento e maior propensão à inadimplência. “Com a consultoria financeira é possível verificar que não se trata de um problema relacionado somente os ganhos mensais, mas sim à má gestão dos recursos”, diz Radd.

INVESTIMENTO PLANEJADO Mesmo os mais controlados como Regina Soares, gerente de negócios da empresa de tecnologia da informação Take.NET, também decidiu buscar consultoria de finanças. “Preciso de um especialista que me ajude a tomar a melhor decisão de investimento. Quero, juntamente com a minha carreira, organizar minha vida financeira e melhorar a minha capacidade de acumular dinheiro”, conta. Com um objetivo mais claro de poupar, ela reconhece que os reflexos do comportamento na área financeira também chegam no trabalho. “Há reflexo no dia a dia profissional porque vislumbro meu plano de carreira para atingir aquele objetivo. Meu desafio está ligado à capacidade de me sobressair”, acrescenta.

Apesar de ainda não ser possível mensurar os resultados, a coordenadora de Recursos Humanos da Take.NET, Bruna Costa, reconhece que uma vida financeira mais equilibrada proporciona maior foco no trabalho e melhoria dos resultados. “Oferecemos a consultoria gratuita e temos implementado uma série de estratégias para garantir a satisfação e melhoria do ambiente de trabalho”, afirma.

Rogério Garchet ultrapassou as metas de programa para manter a forma(foto: Jackson Romanelli/EM/D.A Press)
Rogério Garchet ultrapassou as metas de programa para manter a forma (foto: Jackson Romanelli/EM/D.A Press)

Saúde vira meta dos resultados
A Algar Telecom atrelou 10% do bônus anual de seus executivos ao alcance de metas, mas elas não estão associadas a vendas, produtividade ou rentabilidade. Os desafios traçados são de condicionamento físico, perda de peso e prática constante de atividades aeróbicas. Há 10 anos, a empresa criou o Programa de Desenvolvimento Individualizado (PDI) da Saúde, que começou com o corpo diretivo e agora será estendido aos 22 mil funcionários da empresa.

Desde que aderiu ao programa, em 2008, o diretor-adjunto de marketing da Algar, Rogério Garchet, já perdeu oito quilos e cumpriu todas as metas estipuladas deste então. “No último ano, o objetivo era chegar a 98 quilos e fechei com 95”, comemora. Pelo menos cinco dias por semana ele se dedica a corrida de rua, musculação e pelada com os amigos.

“Tinha uma rotina de atividades fortes, mas quando se começa uma carreira executiva, isso se perde. O programa na empresa foi um incentivo para retomar”, afirma. O resultado é maior disposição. “Chego ao trabalho mais acelerado e com mais vivacidade. Acabo me alimentando melhor também”, conta. Dos 250 profissionais que aderiram ao PDI da Algar Telecom, só 16 não alcançaram as metas estipuladas para o último ano.

O investimento de R$ 1 milhão ao ano no programa, se considerada a infraestrutura e salário de profissionais de saúde que são contratados para prestar assessoria aos executivos, tem retorno líquido e certo, na avaliação do vice-presidente de talentos humanos da Algar, Cícero Domingos Penha. “Não há a menor dúvida do retorno desse investimento. Percebemos de forma indireta o aumento da competitividade da empresa”, conta ao ponderar a dificuldade em se mensurarem os resultados de investimento no bem-estar dos funcionários.

Alguns fatores porém, ajudam a empresa a perceber esse retorno. “O clima organizacional supera o nível de 85%”, garante Cícero. Os reflexos também podem ser medidos no índice de rotatividade da empresa. “No call center, trabalhamos com a média de 8%. quando na média do setor está em 14%. O investimento em bem-estar reflete diretamente no balanço da empresa”, afirma Cícero. Com os 22 mil funcionários fazendo parte desse processo, a intenção é de melhorias ainda mais expressivas. “Ainda não definimos penalidades para os demais funcionários. Vamos começar com um processo educativo, para depois estudarmos o que fazer com aqueles que não se enquadrarem”, adianta. (PT)


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