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Estado de Minas

Alimentos orgânicos ganham espaço nos supermercados

Produtos são reconhecidos pelas grandes redes como produtos com potencial para atrair os clientes, mas os preços até 40% mais altos ainda constituem um desafio


postado em 04/11/2012 07:26

Macarrão instântaneo, biscoitos, cereais matinais, papinhas para bebês e vinhos; sem falar de doces, geleias, café, legumes e hortaliças e do primeiro refrigerante de guaraná orgânico inventado no mundo. Aos poucos, o mercado de alimentos produzidos sem agrotóxicos está deixando de ser sinônimo das feiras livres e armazéns alternativos para rechear as gôndolas de grandes redes do varejo. No Brasil, esses produtos faturam perto de US$ 20 milhões ao ano , segundo estimativa da Associação Brasileira de Orgânicos (BrasilBio). Se a quantia parece expressiva, a rigor, é ainda uma modesta parte comparada ao giro mundial desses itens, de US$ 95 bilhões anuais.

O país está longe de operar em sua capacidade máxima para ofertar produtos orgânios, utiliza menos de 5% de seu potencial, mas a terra e o clima favoráveis já atraíram europeus, norte-americanos e japoneses, que estão investindo aqui para atender a demanda firme nesses países. Neste ano, o Brasil deve exportar cerca de US$ 15 milhões em produtos como açúcar, café, frutas e castanhas orgânicas.

Nas redes de supermercado, os produtos naturais recheiam as prateleiras e o consumidor é surpreendido por novidades como limonada ou salgadinhos tipo chips, assados, integrais e orgânicos. Segundo a Associação Mineira de Supermercados (Amis), a participação desses produtos representa cerca de 3% do mix das redes, mas a demanda é firme. Pesquisa do Grupo Super Nosso realizada entre janeiro do ano passado e maio último revelou que a busca pelo segmento cresceu 32% no período. Com isso, o mix de produtos na rede avançou 36% em 12 meses, somando 170 itens, excluídos hortifrútis.
O mercado de produtos orgânicos carrega apelos que têm convencido o consumidor brasileiro a pagar em média de 20% a 40% a mais pelos alimentos que levam o selo. “O mercado é sustentado em três grandes pilares: a saúde da população; a questão social, já que 90% dos alimentos são fornecidos pela agricultura familiar; e a preservação ambiental”, afirma José Alexandre Ribeiro, presidente da BrasilBio. Segundo ele, os orgânicos custam caro porque não têm demanda e não têm demanda porque custam caro.

Para Alexandre Borges, diretor-presidente da Mãe Terra, – empresa pioneira no mercado brasileiro de orgânicos –, a perspectiva é de crescimento anual do setor entre 15% e 20% nos próximos anos, empurrado pela conscientização da população. “Com mais conhecimento do brasileiro, a demanda cresce e o desenvolvimento da cadeia de fornecedores também, levando ao aumento da produção.” Segundo Borges, o objetivo da Mãe Terra é popularizar o consumo dos produtos. Ele acredita que o preço dos alimentos vai baratear nos próximos anos, mas não a ponto de alcançar o valor dos alimentos convencionais. “Para se ter ideia, o quilo da baunilha sintética que dá aroma aos biscoitos industrializados custa R$ 20, enquanto a baunilha natural e orgânica que dá o mesmo aroma aos biscoitos integrais, custa R$ 200 o quilo”, compara.

Rodolfo Nejm, superintendente do Grupo Super Nosso, estima uma queda de cerca de 5% nos últimos dois anos nos preços dos produtos orgânicos. “Acredito que o Brasil vai ganhar escala na produção porque o mercado é ainda pequeno, mas vem crescendo rapidamente. Demanda existe para isso.” A Natumaker, fabricante do guaraná Wewi refrigernate orgânico, informou que o crescimento do mercado ao ritmo de 30%, em média, ao ano tem favorecido novos investimentos. O refrigerante orgânico é livre de ingredientes sintéticos ou geneticamente modificados.


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