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Estado de Minas

Investimento em poupança segue lucrativo no país

Com bolsa de valores e ouro despencando em outubro, aplicação conservadora se torna a queridinha dos brasileiros. Até o dia 25, saldo total da caderneta ultrapassava R$ 476 bi


postado em 01/11/2012 06:00 / atualizado em 01/11/2012 07:16

Ao contrário das previsões, a caderneta de poupança continua sendo o destino preferido dos brasileiros para as suas economias e boa opção para guardar o 13º salário. Até 25 de outubro, últimos dados fornecidos pelo Banco Central (BC), o saldo total da caderneta somava R$ 476,5 bilhões, ante R$ 473,2 bilhões em setembro. No atual cenário de taxa básica de juros (Selic) em 7,25% ao ano, os rendimentos da aplicação no mês passado praticamente empataram com o CDI e saíram na frente do ouro e da bolsa de valores. Em outubro, de acordo com a V10 Investimentos, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registrou queda de 3,56% e o ouro caiu 2,67%, enquanto a poupança alcançou 0,43% e o CDI, até ontem, teve rendimentos brutos de 0,55%, sem descontar o Imposto de Renda e as taxas de administração (veja quadro).

Com as novas regras, os depósitos realizados a partir de 4 de maio passaram a ter a Selic como parâmetro de rendimento. Com a taxa maior que 8,5%, a poupança rende 0,5% mais TR. Com a Selic igual ou menor a 8,5%, o rendimento é de 70% da Selic mais TR. Apesar disso, a captação tem se elevado nos últimos meses. Em setembro, a diferença entre o total de depósitos e de saques realizados foi de R$ 5,9 bilhões. Em outubro, até o dia 25, somou R$ 1,3 bilhão. O fenômeno tem explicação. “A poupança tem preservado as captações por causa da elevação do rendimento nas classes mais baixas, que não têm recursos suficientes para aplicar em outros investimentos e nem conhecem produtos mais sofisticados”, explica o consultor de finanças Paulo Vieira.

Outro fator que move os brasileiros em direção à caderneta, que fez aniversário ontem, é que as pessoas estão mais inseguras com a crise, explica Vieira. “Nossa cultura está sendo formada e as pessoas estão inseguras. Preferem algo que conhecem, mesmo que tenham um rendimento menor. Essa conjunção de fatores vem sendo determinante para o aumento da captação, o que deve ocorrer até janeiro do ano que vem porque no fim do ano a população se capitaliza um pouco”, diz. Para Lucas Roque de Castro, sócio da V10 Investimentos, ao receber a gratificação os investidores precisam ter em mente os objetivos da aplicação financeira. “Se existe um objetivo de fazer algo com esse dinheiro a curto prazo, como por exemplo uma viagem no próximo semestre ou trocar o carro, o melhor é ficar na renda fixa. A poupança e o CDI estão empatados”, sustenta.

Colchão

Para Samy Dana, professor da Escola de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-SP), só vale deixar o dinheiro na poupança por períodos curtos. “A poupança continua sendo um bom investimento para quem aplica por menos de seis meses, uma vez que ao investir em outras opções como o CDB haveria impostos de 15% a 22,5%”. Para aplicações a longo prazo, segundo ele, a caderneta não é a melhor opção. “A poupança rende 5,1% ao ano, ou seja, menos que o índice inflacionário. Com isso, o poder de compra do consumidor um ano depois será menor do que o de hoje. Mas as pessoas não podem deixar de ter uma gestão orçamentária e de economizar”, afirma.

Na avaliação de Lucas Castro, antes de se mover para opções mais arriscadas, o investidor deve formar uma reserva conservadora. O ideal, segundo ele, é calcular a quantia necessária para a cobertura das despesas caso a pessoa fique sem renda. “Se você acha que sua margem de segurança são seis meses, você precisa ter seis meses de salário guardados”. Só depois de feito esse “colchão”, que muda de acordo com o perfil de cada um, vale a pena correr um pouco de risco.


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