(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Descontração é alternativa encontrada por proprietários de bares


postado em 28/10/2012 06:00 / atualizado em 28/10/2012 07:18

Com média de um restaurante novo aberto a cada ano na última década, o empresário Marco Antonio Malzone viu sua rede de 10 casas reduzida a seis em pouco mais de 40 dias. Além dos fechados, outros empreendimentos tiveram a inauguração abortada, como o caso da nova unidade da Fabbrica Spaghetteria programada para abrir as portas no Alphaville. “Se o mercado já estava ruim na cidade, imaginei que seria ainda pior por lá”, conta Malzone. De setembro do ano passada para cá, o movimento nas casas caiu mais de 40% e a reestruturação do grupo se tornou inevitável.

“Antigamente eu acreditava que a Lei Seca era a principal responsável pelo mau período. As leis realmente assustam num primeiro momento e o fluxo cai, mas as pessoas se adaptam. Com o tempo, percebi que se tratava de uma questão de formato das minhas casas”, conta. Com decoração impecável, as unidades de Malzone sempre inspiraram formalidade, modelo no qual ele já não acredita mais. “As pessoas estão em busca de lugares mais descontraídos, para onde possam ir depois do trabalho sem ter que voltar para casa para se arrumar. Com isso, meu movimento de segunda a quinta caiu demais”, analisa Malzone, que não pretende abandonar o ramo que o consagrou.

O foco agora é outro. E o ponto também. Com aposta cada vez mais forte nos bairros, Malzone pretende, em um mês e meio, transformar um galpão na Avenida Francisco Sá, no Bairro Prado, Zona Oeste da capital, em um restaurante com cara de happy hour. “Ainda não tem nome, mas terá um cardápio mais saudosista, que lembra a comida de casa. Acredito que a gastronomia mais sofisticada se restringirá a poucos restaurantes”, avalia. A intenção é de que o novo conceito da Rede Saia Mais seja aplicado a pelo menos outras duas unidades do grupo. “Vou mudar o perfil das casas, inclusive os cardápios. Quero ter uma economia de escala e cozinha central”, planeja.

Sobrevivência

Baixar as portas de vez já foi uma alternativa cogitada pelos empresários Gláucia e Gualter de Carvalho Silva, proprietários do Viena Self-Service, no Bairro Santa Efigênia, que também depararam com a crise vivida pelos grandes. Há 20 anos no mercado de comida a quilo, eles viram o aluguel saltar de R$ 5 mil para R$ 12 mil de 2011 para cá. A alta de 140% é justificada pelos novos empreendimentos imobiliários no entorno da região hospitalar, onde está instalado.

Para driblar o mau momento, eles apostam em uma administração enxuta, com menos funcionários, busca por preços mais baixos e descontos. “Mesmo assim, ainda ficamos escravos das perdas e de um espaço que tem custo de manutenção muito alto com a maior parte do tempo ocioso”, explica Gualter. “Vivemos numa situação na qual o restaurante não é a nossa única fonte de renda, porque em épocas como o fim do ano, quando crescem os custos trabalhistas e parte dos nossos clientes entra de férias, nosso movimento cai muito. É nesses momentos que cogitamos a possibilidade de ter que fechar o nosso negócio”, reforça Gláucia. (PT com Carolina Mansur)


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)