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Estado de Minas

Empresa pretende investir R$ 6 Bi na extração de potássio em Minas

Verde Fertilizantes conclui pesquisas no Alto Paranaíba e decide aumentar investimento para a extração no estado


postado em 27/10/2012 06:00 / atualizado em 27/10/2012 07:03

Sondagem na região de São Gotardo: foi descoberta reserva de 2,8 bilhões de toneladas de rocha potássica em terreno de 1.200 hectares(foto: João Porto/Divulgação)
Sondagem na região de São Gotardo: foi descoberta reserva de 2,8 bilhões de toneladas de rocha potássica em terreno de 1.200 hectares (foto: João Porto/Divulgação)


Sondagens concluídas no mês passado pela mineradora Verde Fertilizantes na região de São Gotardo e Matutina, no Alto Paranaíba, indicam que Minas Gerais poderá se tornar um grande fornecedor de potássio, matéria-prima para fertilizantes considerada estratégica no Brasil, em razão da alta dependência do país das importações do insumo. Com a confirmação de que o potencial dos depósitos de rocha potássica supera as expectativas iniciais e o domínio da tecnologia de processamento, já testada, a empresa pediu licença ambiental para começar a desenvolver um projeto redimensionado para investimentos de R$ 6,06 bilhões até 2015.

Os executivos da Verde Potash, companhia inglesa controladora do negócio no Brasil, estão trabalhando na engenharia financeira do empreendimento, que vai fornecer cloreto de potássio e termopotássio, entrando numa disputa pesada com os fornecedores da Rússia e do Canadá, que detêm 85% do mercado de potássio no mundo. “É uma briga de Davi contra Golias”, afirma o presidente da Verde Potash, Cristiano Veloso, ao observar que as importações brasileiras do cloreto de potássio somaram R$ 7 bilhões no ano passado, mantendo o insumo entre os cinco itens que o país mais busca no exterior. A oferta mundial está concentrada nas mãos da russa Uralkali e da Canpotex, canadense, dona da Potash Co. Agrium e Mosaic.

A Verde Fertilizantes iniciou em 2008 as pesquisas geológicas num terreno de 1.200 hectares no entorno de São Gotardo, que indicaram reserva de 2,8 bilhões de toneladas de rocha potássica conhecida como verdete, com teor de 9% de óxido de potássio. Nessa mesma área, a Vale já havia requerido direitos de pesquisa na década de 1980. Os aportes da Verde no conhecimento do subsolo alcançaram R$ 31,4 milhões. Nos planos da empresa, o material será convertido em 1,196 milhão de toneladas por ano de cloreto de potássio a partir de 2015, volume que subirá a 3 milhões de toneladas anuais com todo o projeto concluído em 2019. O cronograma de implantação do empreendimento, segundo Cristiano Veloso, prevê o começo das obras de infraestrutura de acesso à mina no primeiro trimestre do ano que vem.

 Os ativos minerais de que a Verde Fertilizantes dispõe são o bastante para uma produção de 8 milhões de toneladas por ano de cloreto de potássio durante aproximadamente 36 anos. “O potencial das reservas é gigantesco, quando comparado ao volume de 9 milhões de toneladas por ano que o Brasil necessita para se tornar autossuficiente”, diz Cristiano Veloso. O consumo no país está distribuído entre as plantações de soja do Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerias; as lavouras de milho de São Paulo, Minas, Paraná e Mato Grosso, além da cana-de-açúcar, café e arroz, entre as principais culturas que respondem pela demanda brasileira.

Desafio

O projeto da Verde Fertilizantes pode ser uma das poucas iniciativas de empresas no Brasil a sair do papel para tentar substituir ingredientes importados , num ambiente de carga tributária alta. A mistura dos fertilizantes NPK – nitrogênio, fosfato e potássio – consiste num dos principais insumos agrícolas. A mineradora Vale anunciou investimentos no aumento da produção de rochas fosfáticas em Minas Gerais e firmou acordo, este ano, com a Petrobras para o projeto de potássio Carnalita, em Sergipe, e está às voltas com as dificuldades relativas ao impacto ambiental para ampliar a produção de sais de potássio da mina Taquari-Vassouras, no mesmo estado. A mineradora anunciou esta semana a decisão de buscar sócios para desenvolver projetos nessa área.

A Galvani conduz o projeto Serra do Salitre, nas proximidades de Patrocínio, também no Alto Paranaíba, para ampliar o processamento de rochas fosfáticas. Cristiano Veloso diz que as vantagens do produto importado no Brasil não se justificam. Conforme estudo feito pela consultoria Ernst &Young sob encomenda do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), os custos de produção no Brasil, incluindo impostos chegam a 41,6%, ante 29% na Rússia e 18,2% no Canadá.

Novidade

Junto ao cloreto de potássio, a Verde Fertilizantes, que está em fase pré-operacional, vai produzir o termopotássio, insumo novo, com aplicação na agricultura da mesma forma que o calcário. O nutriente era o principal produto quando a Verde formalizou seu projeto ao governo de Minas Gerais no ano passado, àquela época com investimentos previstos de R$ 280 milhões. Cerca de 10% da produção inicial de termopotássio serão vendidos a preços subsidiados com descontos de até 95% aos pequenos agricultores da região de São Gotardo. O objetivo do programa é apresentar o potencial da matéria-prima.


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