Enquanto os bancos veem os lucros minguarem diante do corte das taxas de juros, as cooperativas de crédito somam expansão de 13,75% no primeiro semestre do ano em relação ao mesmo período de 2011, o que representa uma adição de R$ 12 bilhões nos ativos em todo o Brasil. No mesmo intervalo, o Sistema Financeiro Nacional (SFN) registrou avanço de 7,74%.
Samuel Flam, diretor comercial e financeiro da Central das Cooperativas de Economia e Crédito de Minas Gerais (Sicoob Central Cecremge) garante que os bons resultados do setor estão relacionados às taxas já reduzidas praticadas anteriormente e a segmentação em diferentes nichos de atividade econômica. “Já tínhamos taxas bem abaixo do mercado. Nenhuma cooperativa trabalhava com percentuais de 12% para cartão de crédito, como era comum entre os bancos”, observa.
Para o executivo, o fato de as instituições financeiras aproximarem os juros dos já praticados pelo segmento não traz risco ao negócio. “Aumenta a concorrência sim. Mas como focamos muito em segmentos distintos, temos melhor acesso ao mercado”, explica. “Sem contar que os bancos reduziram as taxas, mas compensaram com o aumento de tarifas, que a maior partes das cooperativas não cobra”, acrescenta.
O fato do cliente ser dono de uma parte da cooperativa justifica a prática de juros acessíveis. “Sempre buscamos favorecê-lo com um atendimento mais personalizado diante do conhecimento do negócio por parte da cooperativa. Isso facilita o abastecimento de crédito”, pondera. Com 74 cooperativas associadas, a Cecremge alcançou, nos oito primeiros meses do ano, R$ 1,4 bilhão em total de ativos e R$ 32,1 milhões em operações de crédito.
Para discutir o momento do mercado, o Sicoob Sistema Crediminas realizada seminário nos dias 30 e 31 de outubro para debater as práticas do cooperativismo de crédito. São esperados 500 participantes entre dirigentes de cooperativas, integrantes do Sicoob Sistema Crediminas, autoridades e instituições financeiras parceiras.