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Estado de Minas

Especialistas acreditam em bolha imobiliária e o risco está associado aos juros


postado em 14/10/2012 06:00 / atualizado em 14/10/2012 07:12

Os economistas Mário Jorge Mendonça e Adolfo Schsida, pesquisadores da Fundação Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), publicaram recentemente um estudo cravando que existe uma bolha imobiliária e que ela vai estourar no momento em que os juros da economia, hoje em 7,25% ao ano, voltarem a subir, pois as famílias estão se endividando muito. Para chegar a esse veredicto, eles consideraram que os imóveis subiram muito acima da inflação nos últimos três anos e estão com preços artificialmente elevados devido à oferta abundante de crédito, acima do seu valor justo. Mas especialistas discordam da tese dos pesquisadores

Quando os juros básicos da economia – a taxa Selic – voltarem a subir, o que os economistas do Ipea acreditam que acontecerá, o financiamento se tornará caro, com a consequente elevação da TR, que atualiza o saldo devedor.Com isso, os mutuários poderão ter dificuldade de pagar suas prestações, que, por sua vez, levará os bancos a controlar a concessão do crédito. A dificuldade de obter financiamento diminuirá a demanda, provocando a redução dos preços, com a redução no número de compradores.

Mas para o economista Eduardo Zylberstajn, coordenador do índice de preços de imóveis da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) da Universidade de São Paulo, a possibilidade de isso acontecer é pequena. “Não deve haver grandes problemas nos próximos anos em relação ao crédito e suas condições no curto e médio prazos. A menos que tenhamos um choque externo grande ou alguma mudança muito fora do previsível, não creio que voltemos ao patamar de juros de financiamento como o que havia no passado recente”, afirma Zylberstajn.

Ele admite que o problema de uma possível bolha está ligado às condições de crédito, se são sustentáveis ou não. O cerne da questão, diz, é se as famílias que contrataram os financiamentos terão condições ou não de honrar os pagamentos. Se, por algum motivo, houver aumento da inadimplência, os bancos ficarão com receio de emprestar e apertarão as condições, como a diminuição do prazo. “Tudo isso faz com que a demanda diminua e, portanto, o mercado se ajusta e os preços tendem a cair”, observa. Para ele, algumas cidades e bairros podem sofrer algum tipo de correção dos preços dos imóveis por conta de exageros recentes. “Mas isso já vem ocorrendo”, afirma. (AD)


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