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Estado de Minas

Onda de protesto chega à França

Marcha de manifestantes pelas ruas de Paris deixa claro, pela primeira vez, a insatisfação da população contra as medidas de austeridade adotadas pelo presidente François Hollande


postado em 01/10/2012 07:34

Multidão invadiu as vias parisienses pedindo resistência ao pacto europeu(foto: CHRISTIAN HARTMANN/REUTERS)
Multidão invadiu as vias parisienses pedindo resistência ao pacto europeu (foto: CHRISTIAN HARTMANN/REUTERS)
Paris – Ontem foram os franceses que decidiram tomar as ruas de Paris para protestar contra as medidas de austeridade adotadas para minimizar os efeitos da turbulência que assola as economias europeias. As imagens da multidão insatisfeita lembrava as das manifestações de espanhóis e portugueses, no sábado. Os milhares de manifestantes que marcharam por Paris deixaram claro que são contra um pacto orçamental europeu e deram a primeira grande exibição de insatisfação pública contra o presidente da França, François Hollande, desde sua eleição, em maio. Cartazes exibiam fotos de Hollande, muitos gritavam “resistência” e destacavam frases contra as medidas de austeridade.

A passeata, organizada pela coligação Frente de Esquerda, chamou sindicalistas, simpatizantes de extrema-esquerda e outros opositores do acordo da União Europeia, dois dias antes do início das discussões dos legisladores sobre o projeto de lei do pacto orçamentário na câmara baixa do parlamento. Na terça-feira, o primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault deverá iniciar o debate sobre o pacto fiscal na Assembleia Nacional da França. O pacto exige que os participantes inscrevam na legislação de cada país o compromisso de limitar o déficit estrutural a 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em circunstâncias normais. O acordo fiscal a ser estabelecido entre os países da União Europeia prevê cortes de gastos nos estados. E a população teme que as medidas afetem áreas sociais.

Apoiado por Hollande, o pacto de disciplina orçamental deve ser aprovado em ambas as casas do parlamento, graças ao apoio dos legisladores socialistas, ajudados pelos defensores da disciplina fiscal na oposição de centro-direita. Mas a votação expôs fendas na colisão governista de Hollande, com os aliados de extrema esquerda e os Verdes planejando votar contra o projeto, desafiando a autoridade do cada vez mais impopular líder socialista.

Se Hollande tiver de contar com os adversários para aprovar o pacto, a votação pode aprofundar a brecha em sua aliança e encorajar os aliados de esquerda, que buscam uma mudança de rumo, para longe da aderência irrestrita às metas europeias de déficit. “Para ele (Hollande), essa votação era apenas uma formalidade, que simplesmente teria que ser apressada”, disse Jean-Luc Melechon, um impetuoso orador esquerdista que ficou em quarto lugar em uma votação presidencial em abril. “Agora ele vai entender que esse não é o caso, que na França e no resto da Europa existe uma organizada oposição a esse pacto e todas suas políticas de austeridade.” Ele destacou que a manifestação vista nas ruas ontem foi “da esquerda sob um governo de esquerda”.

Dias melhores só em 2015

Impostos mais baixos na França, só em 2015. Pelo menos essa é a previsão do ministro do Orçamento da França, Jerome Cahuzac. No entanto, ele pondera que escolhas difíceis para corrigir um sistema de bem-estar endividado ainda são necessárias.

O governo socialista apresentou um difícil orçamento para 2013 na sexta-feira, que impõe taxas superiores a empresas e um imposto de 75 por cento sobre os super-ricos, mas não reduz os gastos públicos, para o desespero de empresários e a maioria dos economistas.
Cahuzac, o homem forte por trás de um orçamento que procura recuperar uma receita extra de 30 bilhões de euros para o Estado, disse ontem que os impostos não subiriam em 2014 e poderiam começar a cair no ano seguinte, se as condições econômicas permitirem.
“Nós enfrentamos dois anos difíceis, indiscutivelmente, muito difíceis”, afirmou Cahuzac em entrevista à rádio Europe 1. "Mas não haverá um maior esforço fiscal depois disso...A partir de 2015 esperamos reduzir taxas obrigatórias.”

Cahuzac disse que o governo permanece comprometido com meta de 0,8% de crescimento econômico no ano que vem, assim em como reduzir o déficit para 3% do PIB em 2013, reequilibrando o orçamento em 2017.
No entanto, ele alertou que a economia pode não se tornar mais competitiva até que a França adote escolhas difíceis sobre como seu sistema de bem-estar é financiado, com sacrifícios necessários para levar o país a alcançar a maior potência europeia, a Alemanha.

E mais…

Renault faz contas

A fabricante francesa de veículos Renault está considerando o fechamento completo de fábricas por causa da má situação do mercado automotivo europeu, afirmou o presidente operacional da montadora, Carlos Tavares, a um jornal alemão. “Estamos atualmente falando com os sindicatos e explicando a eles quão grande são as lacunas em nossa competitividade”, disse ao jornal alemão de negócios Automobilwoche. “Temos um problema de competitividade na Europa ocidental e na França”, acrescentou.

Cortes na Nippon Steel

O presidente da Nippon Steel & Sumitomo Metal Corp disse que a companhia, que surgiu recentemente formando a segunda maior siderúrgica do mundo, vai fazer mais cortes de custos em uma tentativa de combater a queda no preço do metal. A empresa de US$ 22,45 bilhões foi formada no último ano após ambas companhias registrarem quedas nos lucros por vários anos, resultado de um yen forte e da competição com concorrentes asiáticos. A nova companhia estreia hoje na bolsa de Tóquio e seu presidente-executivo, Shoji Muneoka, disse que a empresa pretende lançar um plano para cortar, em março, 150 bilhões de yens (US$ 1,9 bilhões) em custos anuais até 2015.

Alemães de olho na Grécia

O Ministério das Finanças da Alemanha reiterou ontem que o governo precisa esperar pelo relatório dos inspetores da União Europeia, do Banco Central Europeu (BCE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) antes de decidir se a Grécia pode ou não receber a próxima parcela do programa de ajuda financeira. A declaração se segue a informes que circularam na imprensa alemã, de que a Grécia receberá a próxima parcela do programa de ajuda este mês, apesar de não ter cumprido todas as exigências em termos de reformas econômicas e medidas de austeridade.


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