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Estado de Minas

Aplicativos personalizados para celular que geram bilhões

Gratuita ou comprada, ferramenta usada no celular atrai consumidores e empresários de olho no potencial do setor


postado em 05/08/2012 07:29

Gustavo Ziller, da Aorta.Mobi, comemora: 212 novos produtos em 2012(foto: Beto Magalhães/EM DA Press)
Gustavo Ziller, da Aorta.Mobi, comemora: 212 novos produtos em 2012 (foto: Beto Magalhães/EM DA Press)
Entretenimento, fotos, redes sociais, vídeo, localização. Praticamente todo tipo de funcionalidade conta hoje com aplicativos personalizados disponíveis para download no celular. Esse mercado – aberto em 2008 com a criação da App Store da marca Apple, e difundido para outras plataformas como Android, Windows e Blackberry – soma mais de US$ 8,5 bilhões em faturamento. Até 2016, esse volume pode ultrapassar US$ 46 bilhões, salto de mais de cinco vezes sobre o atual.

A popularização dos smartphones é fundamental para garantir esse resultado. No segundo trimestre, foram vendidos 153,9 milhões desses aparelhos em todo o mundo, alta de 42,1% na comparação com mesmo trimestre de 2011. Somente a Apple comercializou 26 milhões de iPhones no período.

Um dos principais grupos especializados na criação de aplicativos no Brasil, o .Mobi, conhece bem o potencial deste mercado e investe pesado. Em 2011, foram pelo menos 100 aplicativos lançados, com mais de 2 milhões de downloads. “No primeiro semestre deste ano já foram 212 novos produtos. Até dezembro, o volume deve ser pelo menos duas vezes superior”, afirma Gustavo Ziler, sócio e diretor-geral da Aorta.Mobi.

Pelo menos 20% dos R$ 40 milhões em faturamento do grupo .Mobi são revertidos em pesquisa e desenvolvimento na área, além de evolução das plataformas de criação. O campeão de audiência, com mais de 500 mil downloads, é o aplicativo da rádio Jovem Pan. “Dividimos o mercado em dois segmentos bem distintos. Um voltado para empresas e outro diretamente para o consumidor, como jogos e o Instagram. Atuamos apenas no corporativo”, explica Ziller. O motivo está na garantia de retorno financeiro, muitas vezes difícil de prever quando a rentabilidade depende do interesse do usuário.

Foi a mesma conclusão a que chegou a Kazap, idealizadora do aplicativo Churrascômetro – que calcula a quantidade de carne ideal para o churrasco de acordo com o número de convidados. “Apesar dos mais de 250 mil downloads, não ganhamos dinheiro com o aplicativo, que é gratuito. Mas ele nos garantiu bastante visibilidade”, conta Anderson Luiz Peligrini, um dos sócios-diretores da empresa.

Também direcionada ao mercado empresarial, a empresa vê cada vez mais espaço para crescimento. “Começamos uma conversa com a fundação Mozilla. Eles devem lançar sistema operacional próprio para smartphone no ano que vem e já querem que portemos algum produto para a plataforma deles”, conta Anderson, que ainda destaca o grande interesse corporativo na ferramenta, em especial rádios, bancos, universidades e até igrejas.

Entre as empresas que apostam nos aplicativos como meio de divulgação da marca está a Ambev. Segundo o gerente de mídia digital da companhia, Leonardo Longo, desde 2010, quando começaram os investimentos na ferramenta, os aportes anuais vêm crescendo exponencialmente. “Seria um incremento de 60%”, calcula. “Os resultados podem ser acompanhados com o volume de downloads, tempo de interação e até mesmo feedbacks espontâneos capturados nas redes sociais”, acrescenta.

APOSTA

Os riscos de direcionar o produto ao mercado consumidor não abalaram os amigos Wallace Oliveira, Rafael Tudela e Iury Ramos, sócios da startup Bit Zero, empresa belo-horizontina criada em abril com foco no mercado de aplicativos. O primeiro projeto já saiu do forno. Chamado Pizzarias, o aplicativo disponível na App Store identifica por meio de GPS pizzarias próximas à localização do usuário. “O investimento inicial foi de R$ 40 mil e esperamos retorno até o fim do primeiro semestre de 2013”, estima Wallace.

O faturamento virá da adesão de pizzarias ao modelo de negócio do trio. “As empresas pagariam uma mensalidade para garantir um maior número de informações no aplicativo, como cardápio, horário de funcionamento, bairros de cobertura do delivery, forma, de pagamento, entre outros dados”, explica Rafael. Atualmente, apenas o endereço e telefone são liberados.

Empresários calculam que para criar um aplicativo os investimentos começam em R$ 4 mil e podem ultrapassar a casa dos R$ 200 mil. A gratuidade dos downloads é a chave do sucesso da maior parte dos produtos. Segundo levantamento do instituto de pesquisa HIS, 96% dos aplicativos baixados em smartphones em 2011 eram gratuitos. A receita vem de dois modelos de negócios distintos. O mais lucrativo deles é o Free, em que todo o conteúdo é livre para acesso, restringindo os ganhos a anúncios publicitários. No ano passado, esse formato respondeu por 70% do faturamento do mercado de aplicativos, o equivalente a US$ 5,9 bilhões.

Outra mecânica seria o Freemium. Com receita de US$ 1 bilhão, o aplicativo oferece a possibilidade de compra de melhorias e de conteúdos adicionais. Aqueles que se encaixam na categoria Premium respondem pelos 4% restantes do mercado. São pagos e chegaram a faturar US$ 1,6 bilhão no último ano. Em geral, se restringem a GPS, editores de textos e jogos.


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