MRV ignora a crise e lança mais imóveis

A construtora mineira MRV Engenharia encerrou o segundo trimestre com recordes no volume de imóveis financiados, principalmente, pela Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil; de unidades produzidas e de vendas contratadas, que somaram R$ 943 milhões entre abril e junho, como resultado da comercialização de 8.066 unidades. Em Minas Gerais, foram apurados R$ 199 milhões , 21,1% do total no Brasil, e em São Paulo R$ 386 milhões (40,9%). A empresa encerrou o trimestre analisado com 10.061 imóveis repassados aos bancos, o que representou aumento de 14% em comparação com os primeiros três meses do ano e de 34% em relação a igual período de 2011. De janeiro a junho, esse número foi 44% maior do que nos seis primeiros meses de 2011.

Com valor total de R$ 1,067 bilhão, foram lançadas 8.780 unidades no segundo trimestre, representando aumento de 42% ante o mesmo período de 2011. No acumulado do ano, foram 14.724 imóveis, totalizando R$ 1,7 bilhão. De acordo com Mônica Simão, diretora executiva de relação com investidores da MRV, 75% dos lançamentos realizados este ano se enquadraram no programa Minha Casa Minha Vida. O preço médio por unidade atingiu R$ 121 mil de abril a junho.

Para Mônica Simão, os resultados estão bem mais robustos em comparação aos que estão sendo reportados pelo segmento da construção civil no país. “A companhia está com uma operação muito bem balanceada. No segundo trimestre, batemos recorde de unidades repassadas junto à Caixa Econômica Federal”, disse. Segundo ela, isso fortalece o fluxo de caixa da companhia. Por isso mesmo, uma das metas da construtora para 2012 é gerar fluxo de caixa positivo numa base recorrente, ou seja, seguidamente, durante os quatro trimestres do ano. “Seremos a primeira empresa do mundo (do setor) a fazer isso. E o principal indicador que contribuirá para alcançarmos essa meta são as unidades repassadas.”

Terrenos em permuta

A empresa também registrou recorde trimestral em unidades produzidas entre abril e junho. Foram 10. 349 no período, o que representou elevação de 6% em relação ao trimestre anterior e de 23% ante igual intervalo de 2011. Os números são uma prévia do resultado da companhia, que será divulgado ao mercado no início de agosto. Segundo a MRV, a aquisição de terrenos para a construção dos empreendimentos continua, mas os percentuais de pagamentos em permutas aumentaram em função da baixa concorrência encontrada. Nada menos do que 82% dos terrenos comprados entre abril e junho foram adquiridos por meio de permuta.

“Crescemos muito em lançamentos na comparação com trimestres passados. Isso ocorreu porque o mercado para o segmento econômico da baixa renda ainda está forte. A gente viu outras empresas desacelerando bastante em termos de lançamentos e vendas neste trimestre”, observa a diretora executiva de relação com investidores da MRV. De acordo com ela, a queda média nos lançamentos do mercado ficou entre 35% e 40%. “Na Cyrela a retração foi de 35%, na Gafisa de 60%, na PBG 80% e na Rossi 41%. Esse comportamento está ligado ao segmento de atuação de cada companhia. Os segmentos de imóveis destinados ao público médio e alto sofreram mais”, disse Mônica Simão.