A Pluna Linhas Aéreas Uruguaias suspendeu todos os seus voos por tempo inderminado. A companhia aérea promete priorizar alternativas para os passageiros com viagem agendada entre ontem e segunda-feira. Os passageiros que estavam planejando suas viagens em outras datas devem aguardar novos comunicados, segundo nota oficial da empresa.
A paralisação das atividades aconteceu por determinação do governo do Uruguai, em função da dificuldade econômico-financeira vivida pela companhia aérea, que tornaria impossível a garantia de operação adequada. A Pluna tem frota de 13 aviões que conectam Montevidéu a cidades da Argentina, Brasil e Chile. No Brasil, a companhia mantinha voos para Rio, Brasília, São Paulo, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Florianópolis e Foz do Iguaçu.
No Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, a empresa tinha voos diários para Montevidéu. A suspensão dos voos causou revolta nos passageiros que chegaram para o embarque no início da tarde de ontem, como o professor universitário Roberto Figueiredo, que seguiria para Buenos Aires, na Argentina, onde planeja começar o mestrado na segunda-feira. As passagens, segundo ele, foram compradas em janeiro. “Eu não recebi nenhum comunicado que a empresa iria cancelar os voos. Eu até embalei a minha mala quando cheguei ao aeroporto. Agora não sei como vou. O mínimo que a companhia devia fazer era nos dar o dinheiro para nos ressarcir do inconveniente”, afirma Figueiredo.
O Estado uruguaio é o único administrador da Pluna desde meados de junho, quando o fundo de investimento que detinha 75% da companhia abandonou sua participação depois de se negar a capitalizá-la. A Pluna registrou prejuízo de mais de US$ 100 milhões entre 2007 e este ano em razão da queda da demanda de passageiros, consequência da desaceleração das economias da região, do alto preço do combustível e de problemas de tráfego aéreo. O governo uruguaio buscou em vão novo sócio para a companhia.
A Pluna recebeu ontem notificação da Anac, por meio da qual foi informada que deverá seguir todas as determinações estipuladas pela agência não só em relação à assistência aos passageiros. A notificação pediu a suspensão da venda de bilhetes aéreos, a prestação de informações à Anac sobre as passagens comercializadas, relatórios informando todos os atendimentos realizados pela empresa aos passageiros prejudicados, entre outras medidas. A Pluna operava voos no Brasil desde 1949. Todas as operações da companhia eram realizadas com a aeronave Bombardier CRJ-900, com capacidade para 90 passageiros.
A Anac está acompanhando as medidas adotadas pela empresa e conta com o auxílio de 220 inspetores de Aviação Civil (Inspac) para fiscalizar as empresas aéreas e aeroportos. A Pluna disponibiliza atendimento aos passageiros nos seguintes canais: Brasil (11) 3711-9158; Uruguai (598) 2401-5000; Argentina (011) 4132-4444; Paraguai (009) 80011-0001 e Chile (562) 595-2879. Os passageiros que não se sentirem contemplados em seus direitos, segundo a Anac, devem recorrer à agência por meio da central de atendimento telefônico gratuito que funciona 24 horas (0800 725-4445). Ontem, no aeroporto de Confins, no entanto, os passageiros reclamaram que não tiveram nenhum suporte da Anac para os problemas que enfrentaram com o cancelamento do voo.