O resultado da produção industrial em maio aponta para um perfil de queda generalizada no setor, segundo o gerente de coordenação da indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Andre Macedo. Segundo ele, esse movimento pode ser verificado pelo fato de 17 dos 27 segmentos pesquisados apresentarem desempenhos negativos. Além disso, com a retração de 4,3% em relação a maio do ano passado, a produção já acumula nove quedas consecutivas.
Apesar de generalizada, Macedo observa que as perdas mais acentuadas foram sentidas nos segmentos de bens de consumo e de bens de capital. O coordenador lembra que a produção de bens de consumo é muito influenciada pelas condições do crédito. O setor acredita, tem sido influenciado pelo aumento da inadimplência e pelo maior comprometimento da renda das famílias.
A crise econômica internacional também pesa com mais intensidade nesses dois ramos de atividade industrial, influenciado na expectativa dos empresários.
IPI
A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o setor automotivo ainda não foi sentida na produção industrial de maio. Macedo lembrou que o nível de estoques do setor continua grande. Além disso, observou, maio foi marcado por reduções de jornadas e paralisações em alguns segmentos, o que reduziu a produção de automóveis e autopeças. O setor automotivo representa 10% do total da produção industrial.
Macedo destacou, porém, que redução do IPI foi anunciada pelo governo em 21 de maio, por isso, ainda não teve muito tempo para ser absorvida pela pesquisa. Na comparação entre maio de 2012 e o mesmo mês de 2011, o segmento automotivo acumulou perda de 16 8%.
Já as medidas de estímulo ao setor da linha branca foram sentidas no ramo de máquinas e equipamentos, que conseguiu fechar no azul em maio frente abril. O indicador subiu 1,2%, depois de amargar perda de 0,3%.