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Estado de Minas

Ordem na GM é renovar a marca

Montadora define novos investimentos no Brasil, com foco em lançamentos e preços competitivos


postado em 25/06/2012 07:20 / atualizado em 25/06/2012 07:52

A General Motors Brasil completa, este mês, um ano sob o comando da engenheira norte-americana Grace Lieblein, de 51 anos, funcionária de carreira da montadora há mais de três décadas. Ela substituiu a compatriota Denise Johnson, que ficou seis meses no posto. Grace Lieblein assumiu a operação brasileira no fim de um ciclo de investimentos de quase R$ 5 bilhões programado desde 2008 e que andou a passos lentos. Sob o duro efeito imposto pela crise mundial de 2009 à matriz e o impacto da concorrência dos automóveis chineses e coreanos, a subsidiária trabalhava com uma linha de produtos defasada tecnologicamente e se acomodou numa participação de mercado de 19%, entre o segundo e terceiro lugares do ranking.

Gracie Lieblein - Engenheira, 51 anos - presidente da GM Brasil (foto: GM/Divulgação)
Gracie Lieblein - Engenheira, 51 anos - presidente da GM Brasil (foto: GM/Divulgação)

A executiva promete chacoalhar os negócios locais: “Todas as empresas têm um momento em que precisam se renovar”, garante, ao citar planos de renovação do portfólio de modelos, a exemplo do Cobalt, sedã compacto; e do Cruze, sedã médio, mais recentes lançamentos da marca, de transformação das fábricas e desburocratização dos processos na operação local. Mas, Grace evita falar em números, pois, segundo ela, a busca cega por penetração no mercado foi um dos motivos que quase levaram a empresa à falência. Nesta entrevista, a presidente da GM Brasil fala dos desafios do terceiro maior braço da GM mundial.

Como a sra. classificaria o desempenho da GM depois da crise e as perspectivas do mercado?
Estamos numa boa fase. No mês passado, as vendas cresceram 11%, nosso melhor resultado desde agosto de 2009. E não são necessariamente novos compradores que têm contribuído para esse desempenho, mas, sim, pessoas que adiaram suas compras por causa de restrições financeiras e agora voltaram ao mercado ou se aproveitam das taxas de juro vantajosas. Atualmente, a média de idade dos veículos é a maior da história – de 10,8 anos –, o que nos mostra que muitos clientes adiaram a compra. Acredito que o crescimento que veremos no mercado não será acelerado, mas gradual e sólido. O crescimento dependerá, basicamente, da confiança que as pessoas tiverem em seus empregos e sua capacidade de ganhar dinheiro.

Qual foi a lição deixada pela turbulência na economia?
Aprendi que o segredo de sobreviver a uma crise como essa é focar em poucos fatores e priorizar aquilo que é realmente importante: satisfação do consumidor, qualidade e portfólio de produtos. Quando não há recursos amplos, ter foco é imprescindível, pois não temos tempo, pessoal e energia para outras atividades. O segredo da GM sempre foi atender as prioridades e organização total, o que requereu muito esforço. O Brasil tem um mercado consumidor complexo, muito competitivo e bastante dinâmico.

E quais as prioridades da empresa no país?
Completamos 87 anos de sucesso no Brasil, mas todas as empresas têm um momento em que precisam se renovar e este é o ano de transformação para a GM Brasil. Estamos lançando produtos e modernizamos as fábricas com o objetivo de renovar nosso negócio, sempre com foco na qualidade, nos clientes e nos custos de produção. Eu diria que a principal motivação é oferecer um portfólio de produtos que satisfaça os consumidores brasileiros. Outra área em que temos trabalhado fortemente para melhorar é na simplificação do negócio. Muitos dos processos e sistemas usados na empresa são extremamente burocráticos

A GM está concluindo investimentos de R$ 4,5 bilhões em modernização e anunciou a construção de uma fábrica, além da unidade de transmissões em Joinville (SC). Quais são as chances de Minas Gerais abrigar a nova fábrica?
Estamos estudando alternativas para o próximo passo em termos de produtos e unidades fabris. Analisamos Minas Gerais e outros estados entre as possibilidades de localização da nova fábrica.

A Fiat é líder do mercado brasileiro automotivo há 10 anos, e a GM, nos anos recentes, vem se mantendo no ranking sem alterações. A empresa vai passar a brigar mais próxima do topo?
Penetração de mercado não é nosso objetivo principal. O foco em produtos excelentes, preços competitivos e serviço extraordinário trarão sucesso e o market share será consequência disso. Se ficarmos focados apenas em números, nosso desempenho não será o esperado. Esse é um dos motivos pelos quais a empresa passou por tamanha crise nos Estados Unidos. Concorrência é bom para todos, pois, quando existe, nos incentiva a ser melhores e nos força a buscar práticas mais eficientes e produtos inovadores. Mas é muito importante que ela (a concorrência) seja justa e que todos tenham condições equilibradas de competir. Quando isso não ocorre, é muito complicado.

Qual é o carro que falta no Brasil e aquele que mais chama a sua atenção?
Um segmento muito forte nos Estados Unidos, mas não tanto no Brasil, é o de crossovers. A venda desse tipo de carro cresceu nos EUA porque as pessoas queriam veículos com funcionalidade e espaço, mas também dirigibilidade e eficiência de combustível. Já no Brasil, o modelo que mais me impressionou é a S10, que une beleza e a funcionalidade da picape.


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